XXI

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Oi, gente bonita!

Primeiramente, gostaria de me desculpar pela demora da atualização da fic. Eu tinha dito que não iria demorar pra sair um próximo capítulo, mas quem disse que a faculdade e o TCC deixaram isso acontecer? Pois é. Demorou mais do que o imaginado e, em plena semana de banca, resolvi quitar essa dívida com quem ainda acompanha essa história pela qual tenho um carinho enorme.

Espero que cês não tenham desistido ainda, e muito obrigada!
Uma ótima leitura e até o próximo capítulo (que eu espero não demorar mais tanto kkkkk). Beijos, fiquem bem!


--X--


POV: Fantine

Eu poderia tentar me utilizar de todas as palavras existentes no dicionário português, espanhol, inglês ou holandês. Na verdade, eu poderia tentar usar de todas as palavras de todos os idiomas do mundo inteiro e, ainda assim, nenhuma formulação ou combinação de palavras chegaria minimamente próxima da sensação que eu tive ao abrir aquela porta e me deparar com o que eu considerei por alguns segundos como uma miragem, um mero sonho, uma ilusão. 

Naquela sala exageradamente grande, estavam Aline e Luciana sentadas em um sofá, como se o tempo jamais tivesse passado para elas, como se eu acabasse de ter reaberto a porta da Casa Pop, vendo duas das minhas amigas trocando risadas sem parar. Naquela casa que nem era minha, eu subitamente me senti em casa. Foi como se eu estivesse retornando de uma longa viagem, como se os últimos anos tivessem se passado em um universo paralelo, e como se agora eu estivesse retornando para um lugar que estava ali, esperando pelo meu retorno. Vocês já ouviram aquele ditado sobre um lugar muitas vezes poder ser uma pessoa? Eu sentia que havia acabado de retornar para o meu lugar preferido do mundo.

Se é que é possível descrever uma fração de segundo em palavras, eu diria que naquele instante, com toda a infinidade de emoções que se misturavam de uma forma alucinada dentro de mim, ainda havia insegurança sobre como eu deveria me aproximar da Luciana depois de tantos anos sem nenhum tipo de contato, devido a todo o nosso histórico. Eu havia sonhado esse exato momento por todos os últimos treze anos, fazendo disso quase que uma rotina secreta, e agora o momento havia chegado de verdade. Lá estava ela, mais linda do que nunca, exatamente da mesma forma que eu a guardava nas minhas lembranças, mas ainda mais linda. Seu cabelo loiro, seu sorriso de outro mundo, seus olhos azuis... sempre tive um ponto fraco por toda essa combinação que somente ela tem. 

Como se eu ouvisse um estalo dentro da minha própria cabeça, era o momento de acordar para a realidade e reagir. Eu não sei por quantos segundos acabei por ficar divagando sobre todas essas coisas, mas o que eu sei é que, assim que abri aquela porta e vi aquelas duas figuras tão aconchegantes para o meu coração, a primeira veio em minha direção correndo, me envolvendo em um abraço fortíssimo e me trazendo a sonoridade daquela voz aguda e cheia de vida que me fez tanta falta nesses últimos anos.

 — Fanta!!! Você tá aqui mesmo? Garota, que saudades! — Aline me esmagava no seu forte abraço, que eu correspondia com a maior força que era capaz de retribuir.

— É difícil de acreditar para mim também Aline, mas eu estou aqui sim. — Confessei enquanto ainda envolvia no meu abraço mais singelo, matando uma mínima porcentagem de toda aquela saudade acumulada.

 — Ei, qual é? Não estão se esquecendo de ninguém? Eu também tô aqui, sabe? Será que virei transparente agora também? Porque pequena eu sempre fui... —  Ao ouvir essas palavras eu senti como se todo o meu sangue tivesse parado de circular pelo meu corpo e o meu sistema nervoso pudesse se desligar a qualquer momento. A voz de Luciana me atingiu como um baque. Quando me afastei de Aline, me deparei com uma Luciana próxima de nós, de braços cruzados, fingindo uma expressão impaciente no seu rosto. Absolutamente linda.

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