XIV

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N/A: Olar, pessoas! 
Depois de 13 capítulos, essa é a primeira vez que venho aqui pra dizer algo como autora. Acho que tava na hora, né? 
Como vocês estão vendo na história, o Rouge tá pertinho de se formar e eu queria preparar vocês psicologicamente pra um salto temporal que vai acontecer em breve na fic. Não será nesse e talvez nem no próximo capítulo, mas tá perto de acontecer, então fiquem atentxs. Fora isso, tenho mais duas coisas importantes pra dizer! 

A primeira é que algumas pessoas pediram pelo POV da Luciana na história, e estou pensando em retornar do salto temporal com a visão dela e a partir disso alternar com a da Fanta, ou então manter só na da Lu mesmo, e queria saber o que vocês acham disso e/ou qual preferem! :)

A segunda é pra aproveitar esse espaço aqui para agradecer imensamente e de coração a todas as pessoas que estão lendo e que de alguma forma deixam essa história reverberar em vocês. Essa é a minha primeira fic e tem sido muito bom poder escrevê-la e ver os feedbacks de todo mundo! Deixo aqui também o meu agradecimento à Nique pelo incentivo dessa história que tá sendo construída aos poucos, mas com muito carinho.

Enfim gente, é isso. Vou deixar vocês com o último capítulo desse ano. Obrigada mais uma vez e boa leitura!
Nos reencontramos no ano que vem! ♥ 

--XIV--

Setembro.
No nono mês de 2002, a minha vida e a de mais sete meninas com quem eu havia convivido nos últimos meses se transformou. Em numerologia, um dos significados do número nove é o de encerramento de um ciclo e o início de outro. Além disso, também é o número que representa a realização das demais aspirações e desejos pessoais de alguém. É uma simbologia para a transformação e não havia como ser diferente: tudo estava, de fato, prestes a mudar.

A notícia de que os jurados já tinham decidido qual seria o nosso futuro — ou pelo menos parte dele — foi um tanto arrebatadora de se receber. Eu ainda me lembro bem da sensação de frio na barriga que se apossou de mim e de todos os olhinhos arregalados nas feições das meninas. Por um lado, esse era o momento pelo qual estávamos esperando durante o programa inteiro, e era justamente isso que tornava as coisas tão assustadoramente reais. A soma de todas as nossas esperas, angústias e expectativas estava logo ali, destinada a esse momento único. 

Uma das partes mais difíceis nisso tudo, por incrível que pareça, foi a de ter que arrumar as malas de surpresa e deixar os quartos no mesmo estado que os encontramos quando chegamos na casa. Ainda que não fizesse tanto tempo que estávamos morando na Casa Pop, ela já havia se tornado um lugar tão acolhedor e especial que parecia realmente nos pertencer. E nesse pouco período de tempo, essa casa já tinha tantas histórias pra contar... foi ali que o elo de nossas amizades se fortaleceram, ali que aprendemos a conviver e lidar com as diferenças de cada uma, ali que pudemos nos imaginar como um grupo consolidado. Além de tudo isso, foi onde eu vivi os meus momentos mais intensos com a Lu... 

Despedidas sempre são difíceis, mas às vezes são também necessárias

Aline e eu arrumamos as nossas malas trocando algumas palavras de vez em quando, mas a verdade é que estávamos ainda muito preocupadas com o dia seguinte. Já eram duas da manhã e todos os quartos ainda estavam acesos, como se ninguém fosse conseguir dormir naquela noite. Terminei de guardar a minha última peça de roupa na mala e só faltava guardar o meu violão em seu case. Não resisti a pegá-lo e, depois de me sentar na minha cama com ele, comecei a tocar alguns acordes, procurando por alguma canção que me viesse na cabeça. Nada de concreto parecia surgir na minha mente, até o momento em que eu fechei os meus olhos e tive alguns flashes da viagem de Punta Del Este: os passeios pela cidade, os ensaios e as apresentações individuais, as comemorações, a praia, o azul do mar... o azul do mar e o azul dos olhos da Luciana. As nossas brincadeiras e o nosso primeiro beijo na piscina, o luau durante a noite e o nosso beijo na praia... todas as coisas que nos trouxeram até o presente momento, que se aproximava cada vez mais da finalização de um outro ciclo.     

Perdida entre todas essas lembranças e pensamentos, senti uma faísca de inspiração surgindo aos poucos, e quando me dei por mim já estava cantarolando uma melodia. Comecei a repeti-la por várias vezes buscando pela sua continuação e tentando harmonizá-la com o violão. A música começou a ganhar forma quando algumas ideias de versos me vieram à cabeça e eu corri para pegar um lápis e o pedaço de papel mais próximo que tivesse, escrevendo os primeiros dois versos que consegui compor.

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