Capítulo vinte e seis

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POV. Maristella.
Caio segurou a urna com uma mão enquanto a outra retirava um rosto da mesma.
— Rayssa. — Mostrou a Foto dela para Tiago.
Rayssa se levantou e pegou uma plaquinha, que só então percebi que estava dentro de um envelope.
— Mala — Rayssa riu. — Desculpa — Murmurou antes de colocar o cordão em Lucas.
Tiago espero que ela se sentasse novamente e perguntou:
— Vocês concordam?
Todos, menos Lucas, levantaram as raquetes com a cor verde.
Acabei rindo.
Ele é mala demais.
— Vemos aqui uma unanimidade! — Até Tiago riu. — Sorteia outra pessoa, Caio.
Caio tirou o rosto de Matheus.
Meu amigo se levantou e foi até as plaquinhas.
— Ladra, mas não morde. — Matheus leu e riu. — Bom ... — Fez uma pausa e analisou a gente. — Eu acho ... — Ele conversava consigo mesmo. Suspirou e colocou em Jéssica.
— Todos concordam? — Tiago perguntou mais uma vez.
Não me senti capaz de opinar, porém não discordei, pois não encontrava ninguém que correspondesse a placa.
— Por que você discorda, Lucas?
— Eu acho a Jéss sincera demais! — Deu os ombros.
— Então coloca em quem você acha que 'Ladra, mas não morde' .
Lucas colocou a placa em Larissa.
Logo, levantei minha plaquinha discordando.
— Luan, tira uma placa...
Ele se esticou, pegando um dos envelopes.
— A mais bonita da casa — Ele leu rindo. — Lógico que sou eu — Se gabou. — Mas vou colocar .... — Fez uma pausa e veio até mim.
Minhas bochechas esquentaram.
— Vocês concordam? — Tiago perguntou, enquanto Luan voltava a se sentar no chão.
Notei todas as placas verdes, deixando-me mais envergonhada ainda.
— Unânime — Tiago levantou as sobrancelhas. — Vai você, Mari.
Mesmo sem graça, me estiquei e peguei um envelope.
— Estupido — Li em voz alta. Não pensei duas vezes em colocar a placa no Papi.
— Concordam?
Antônio negou, assim como Felipe, Rayssa e Jéssica.
— Quem é o estupido para você, Jéssica?
— Bom, para mim — Ela se levantou e veio até o lado que eu estava. — é Luan.
Nem esperei Tiago falar e já discordei.
Felipe tirou a placa de sonso e pendurou em Caio. Não contente, Rayssa a pegou e colocou em Matheus.
(•••)
Com o clima estremecido, Tiago deu um vale pizza à Matheus e Jéssica. Depois nos liberou para o cinema do líder.
Larissa subiu na frente com Caio e eu aproveitei para encher minha garrafa de água.
Cantarolei algo sem sentindo e olhei sob meus ombros Luan parado falando com Rayssa e Israel.
Não o esperei, subi rapidamente, atrapalhando o casal vinte.
— Ei, psiu. — Cutuquei o ombro do Caio César. — Larga!
— Mas 'cê' é chata, viu? — Ele soltou Larissa e bagunçou meus cabelos. — Cadê o menino?
— Luan? — Ele assentiu. — Lá embaixo conversando. — Levei minha garrafa a boca.
🚨O CINEMA DO LÍDER JÁ VAI COMEÇAR. 🚨
O grande irmão anunciou e não demorou para que Luan subisse.
— Galera chata! — Bufou.
— O que foi? — Perguntei.
— Rayssa e Israel falaram que uns ali estavam reclamando por ir a gente novamente no cinema.
— E foram reclamar com você? — A essa altura do campeonato, já estávamos dentro da "sala".
— É — Resmungou.
— Nem esquenta — Caio falou de boca cheia. — Quem tem que escolher sou eu, ué.
Peguei alguns petiscos e uma lata de cerveja, logo me sentei para aguardar o filme da vez.
Luan se sentou ao meu lado e beijou meu ombro.
— 'Cê' 'tá' cheirosa demais. — comentou antes de se ajeitar.
Sorri em resposta.
Eu ficava boba com seus elogios repentinos.
(•••) No final do filme, eu já estava acomodada, com metade do corpo em cima de Luan, e de barriga cheia, ao menos não era arroz, feijão e goiabada.
— Que pena que acabou ou ou ou — Larissa cantarolou.
— Me recuso a descer! — Caio escondeu seu rosto na almofada.
— Então fica aí e toma atenção, trouxa! — Luan de mexeu. — Levanta, preguiça.
— não — murmurei. Eu havia cochilado em algum momento sem perceber.
— 'Tá' agora vamos, eu não posso tomar mais atenção. — Larissa se levantou.
Suspirei e fui levantando meu corpo lentamente.
Desci as escadas e encontrei a cozinha vazia, os demais estavam sentados ao lado de fora da casa.
— O que vocês 'tão' fazendo? — Caio perguntou.
— Jogando queimada. — Israel respondeu.
— Deixa eu jogar também? — Ele se animou.
— Vai precisar de mais um. — Lucas avisou.
— Eu vou — Luan se candidatou a vaga.
(•••)!Entediados, decidimos brinca de esconde-esconde. É, havíamos voltado a infância dentro dessa casa.
Jéssica ficou contando ao lado de fora e eu corri com Matheus para dentro do casa.
— Não vem atrás de mim — Implicou e eu o segui rindo.
— Me obrigue — bati meu quadril no seu, enquanto estávamos parados no meio da cozinha.
Olhei para os lados e decidi que me esconderia entre as geladeiras.
Segurei minha respiração quando ela gritou que estava vindo nos procurar.
Maldita vontade de fazer xixi.
Fiz careta.
Novamente prendi minha respiração, o barulho da porta se abrindo me deixou tensa.
Vi ela passar por mim e deixei de afastar um pouco, assim sai correndo e me salvei.
— Onde você 'tava'? — Rayssa perguntou.
— Entre as geladeiras! — Ri normalizando minha respiração.
— Ela me encontrou atrás dos coqueiros. — Ela riu de si mesma.
— Nossa, fazia tempo que não brincava disso. — Luan chegou ofegante. — Estou velho pra ficar correndo. — completou.
— Deixa de reclamar — Rayssa caçoou. — Começamos agora.
— Mas eu estava correndo ali, né — apontou para a grama.
— Quer água? — Ofereci após beber o líquido em minha garrafa.
— Quero — Pegou o vasilhame em minha mão e bebeu o resto de água que havia. — Você só anda com isso pra cima e pra baixo agora, é?
— Sim — Dei meus ombros. — Preciso beber água, não tenho uma boa lembrança das infecções de urina que já tive. — Fiz careta.
— É horrível, né? — Rayssa também fez careta. — Foram as piores dores que já senti.
— sim — concordei. — por isso que não deixo minha garrafa de lado.
Não demorou até que todos estivessem espalhadas pela grama e Jéssica discordando da ideia de salvar o mundo, lógico que isso partiu de Matheus, que foi o último pego pela mesma.
— Matheus, conta logo! — Pedi impaciente.
Sem vontade, ele se escorou na parede.
Agora, eu me esconderia aqui fora.
Corri até os arbustos altos, próximos a parede, e me escondi ali.
— Lá vou eu — Gritou.
Olhei de relance e o vi entrar na casa, logo corri salvando-me novamente.
(•••) Agora dividindo as camas que tinham no quarto submarino. Aproveitamos as luzes apagadas para contarmos histórias de quando éramos crianças.
— eu tinha muito medo das lendas urbanas — Larissa comentou.
— Nem me fala — ri. — Uma vez fui inventar de assistir sozinha, depois passei o resto do mês dormindo com Júlio.
— Quem nunca bateu às portas do banheiro para "chamar" — Luan fez aspas no ar. —  a loira do banheiro.
— Na escola eu fiz várias vezes — Rayssa gargalhou. — Antes lá do que em casa.
— É, mas eu fazia isso, depois não gostava nem de tomar banho sozinha. — Jéssica contou.
Desviei minha atenção daquele assunto, para os dedos de Luan que tocavam suavemente meus braços.
Sorri, mas sabia que ele não veria por conta da falta de iluminação.
Algo caiu no chão, nos assustando.
— Porra, meu — Israel xingou devido o susto.
Larissa gritou.
—  O que foi, menina? — Rayssa perguntou.
— Alguém segurou meus cabelos. — Sua voz denunciava o quanto assustada estava.
Senti alguém segurar meu tornozelo e foi minha vez de gritar.
— Me solta! — Pedi.
— Ué, Tellinha. — Luan resmungou.
Me agarrei nele, encolhendo minhas pernas.
— Para de graça, seja quem for! — Maria Julia pediu.
Rayssa resmungou, logo em seguida Caio gemeu.
— Seu otario! — Rayssa parecia brava.
— Acende ai. — Paloma pediu.
Quando o quarto foi iluminado, senti minhas bochechas esquentarem, pois eu estava toda encolhida no colo de Luan.
— Bem feito! — Disse quando vi Caio jogado na cama com as mãos nas partes intimas.
— Rayssa não sabe brincar — Murmurou bravo.
— Foi reflexo.
Voltei a me deitar onde estava, mas agora com Luan apoiado em mim.
— Mari não perdeu a oportunidade né — Lucas alfinetou. — 'Tava' igual uma gata no colo do Luan.
— Eu me assustei — Murmurei timidamente.
— Ela é uma gata. — Luan beijou meu ombro, onde sua cabeça estava apoiada.
— O que 'tá' pegando ai? — Felipe perguntou.
— Ué, vocês não acham ela uma gata? — Luan devolveu a pergunta.
Me mantive em silencio. Aquilo era constrangedor demais para mim.

Confinados - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora