Capítulo quarenta e nove

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POV. Luan.

O dia até que passou rápido, dormi uma boa parte dele e quando a noite se aproximou me senti estranho por não estar me arrumando como o restante.
A festa de hoje tinha abadás e sorri bobo ao ser lembrado por meus amigos, que fizeram questão de pregar a letra L com taxinhas na blusa que eles usariam essa noite.
Para minha surpresa, minutos antes de liberarem eles para festa, um novo participante entrou.
Alberto veio diretamente do BBIB Itália, admito ter ficado com o pé atrás, vai que ele era um ator infiltrado, mas ele foi bem recebido, principalmente pelos meus amigos.
Quando os liberaram, automaticamente também fui, pois recebi um balde, com direito a champanhe, e as comidas que teriam lá embaixo.
Com os olhos pregados na TV e totalmente jogado na cama, curti o show do Carlinhos Brown e ainda vi a galera curtir a pista de dança.
Eu queria estar lá.
Bufei.
Não aguento mais a solidão desse quarto.
(•••) Não sei dizer qual a hora exata, mas haviam se passado bastante tempo de estava assim, deitado, com a barriga cheia. Cheguei a cochilar mas fui despertado pela euforia do pessoal lá fora.
Todos que sobraram ali estavam embriagados, o gringo também fazia parte. Alberto já parecia de casa, tinha ganhado apelido especial: Tarzan.
Até que combinava.
— Você parece que veio pra suprir a falta que Luan faz! — Ana Luiza disse pausadamente para que ele entendesse.
Sorri de lado.
A festa rolou sem grandes acontecimentos, só Larissa que bebeu além da conta e chorou por causa de Maristella. Foi até engraçado.
A quinta começou entediante, cheguei a acordar antes do despertador. Isso nunca aconteceu!
Pela tarde, notei a aproximação de Alberto e Mari, fiquei feliz por ele não a deixar só, mas achei um absurdo toda aquela intimidade em tão pouco tempo.
Ele a deitou em seu peito e mexia nos fios claros dos cabelos dela.
Coisa que eu sempre fazia quando nos deitávamos ali.
Revirei meus olhos e me levantei do sofá.
Eu já estava de saco cheio.
— Me deixa descer! — Exclamei baixo.
Minha atenção foi chamada por Lucas, Antônio e Jéssica, que pareciam cochichar do outro lado da piscina.

Aumentei um pouco do áudio e procurei a câmera mais perto do trio.
— Nós precisamos dessa liderança, no mínimo o grupinho de lá 'tá' chateado pela indicação no casal e querem colocar um de nós na reta. — Jéssica falou. — Por mim, mandaríamos o outro casal — Fez uma pausa — Larissa é muito chata, já deveria 'tá' fora daqui a tempos!
— Ou podemos mandar Maristella de novo. — foi a vez de Lucas falar. — Luan 'tá' sem sua gordinha lá fora, pobrezinho, deve 'tá' sofrendo — Caçoou.
— Agora que ele saiu a gente pode falar — Antônio largou o cigarro de lado. — Casalzinho nada a vê, né? — Negou com a cabeça.
— Nem me fala — Jéssica bufou. — Eu jurava que ele ficaria com a Rayssa, ela sim combinava com ele.
— A outra lá até que é bonitinha, mas é o camarão inverso.
— Não entendi — A morena olhava confusa.
— Camarão a gente come o corpo e joga a cabeça fora, já aquela lá é o contrário — Ele riu. — Beijar até que beija, com umas na cabeça, mas comer.... — Fez careta.
Eu não acreditei ouvir isso dele.
Porra.
Que cara escroto!
Como queria socar aquela cara dele.
Se eu fosse da família de Tellinha, entraria com uma ação.
Baguncei meus cabelos.
Jéssica parecia tão moderna e empoderada, ouvi diversas vezes seus discursos feminista, me surpreende ela ficar calada e até cair na risada enquanto Lucas fala coisas tão terríveis sobre Maristella.
Soltei um suspiro alto e troquei o foco da câmera, eles me causavam náuseas.
Relaxei meu corpo no sofá e fechei meus olhos.
Jéssica estava tão enganada, eu não quis ficar com Rayssa, nunca cogitei essa possibilidade. Sei que não fiz o certo com Tellinha, fui um completo idiota, coloquei minhas prioridades e não me importei com ela, mas eu me arrependo. Me arrependo de ter a usado sem que ela soubesse e por ter sido um Luan que minha mãe não se orgulharia.
Não posso negar o quanto gostava da sua boca na minha, foi incrível a forma com que transamos as duas vezes.
Merda.
Me excitei.
Joguei uma almofada em meu colo e senti meu rosto esquentar.
Que lindo pra mim.

Confinados - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora