Capítulo vinte

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POV. Luan.

Aguardei ansiosamente pelo almoço no domingo, e quando a prova acabou, com meu grupo vencedor novamente, tomei um banho rapidamente e chamei Tellinha para me acompanhar.

Ela merecia comer algo diferente do arroz, feijão, ovo e goiabada.

Puxei a cadeira para que ela se sentasse e agradeci mentalmente pelo banquinho que a produção havia deixado ao lado, assim ela colocaria seu pé para o alto.

— O que será que ela fez? — Perguntei curioso olhando em volta.

— Algo que você goste muito ... — Franziu a sobrancelha.

— Bem vindos ao almoço do anjo. — Uma voz soou pela caixa de som. — Luan, sua família tem um presente para você.

Fiquei ainda mais ansioso.

Caramba.

— Oi, pi. — Minha irmã apareceu na tela e segurava nosso cachorro. — Eu e o Puffinho estamos morrendo de saudades de você. — Fez bico. Como aquela voz chata que só ela tinha, me fazia falta. — Quero deixar bem claro que estou extremamente orgulhosa de você, sério, jamais imaginei repetir isso em voz alta — Ela riu e eu a acompanhei com os olhos ardendo devido o choro. — A mãe 'tá' brigando aqui. — Ela fez uma pausa. — eu te amo, pizinho. Segue firme aí, que estamos na torcida.

Funguei me segurando.

— Oi filho — Minha mãe já estava chorosa e aquilo foi o fim para mim. — É triste demais acordar e não te ter comigo no café, não encontrar sua toalha molhada em cima da cama. — Ela fez uma pausa. — Foi difícil te ver doente e não poder fazer nada, odiei estar longe. — Ela passou a mão no rosto e eu fiz o mesmo, me livrando das lágrimas. — Eu te amo muito, meu filho.

Não me segurei, assim como minha mãe do outro lado da tela.

— E aí, filhão. — Meu pai apareceu sorrindo. — 'Cê' 'tá' fazendo falta viu? Eu não tenho mais meu companheiro de pesca, mas estou feliz com sua conduta, você é meu orgulho!

Não me importei em chorar, eu estava sentido muito falta da minha família.

Logo minha mãe voltou e falou das coisas que havia me preparado.

Frango com quiabo e pizza de peixe. De sobremesa: pamonha e creme de abacate.

— Hey, não chora — Senti Mari me abraçar por trás. — Sua família é linda — Ela fungou e beijou minhas costas.

— eu 'tô' com tantas saudades. — Me virei com cuidado, devido ao seu pé machucado. — Não precisava ter levantado. — Beijei sua testa.

— eu precisava te abraçar — ela sorria lindamente.

— Vamos comer? — Convidei.

A sentei novamente, com os pés para cima, e servi um pouco de comida à nós.

— Que delicia — Tellinha comentou. — estava com saudade de comer algo assim.

— Minha mãe é a melhor cozinheira do mundo. — a elogiei.

— Tenho que concordar — Ela sorriu. — Meu pai também cozinha maravilhosamente bem.

— quero experimentar. — murmurei com a boca cheia.

— Quem sabe um dia eu não ganhei o anjo, né? — Riu. — Ou te levo lá em casa.

— Quero conhecer sua casa. — Sorri de canto.

— Então combinado — Ela bebeu o refringente que estava em seu copo. — Quero conhecer sua família também.

— Aposto que eles, em especial minha irmã, estão loucos pra te conhecer. — Sorri.

— Em falar na sua irmã, por que ela te chama de pi? — Pareceu confusa.

— Longa história — Ri do nosso apelido interno.

— Me conta — Deu mais uma garfada na comida.

— Eu não me lembro direito — Dei os ombros — Mas tem a vê com piroca. — Murmurei a última palavra.

— Aí, Luan, que horror!!! — Cai na gargalhada. — Isso é coisa de chamar sua irmã?

— Você lembrou minha mãe agora. — Mordi meu lábio inferior.

— Fico lisonjeada — riu.

— Minha mãe é gatona, né? — Ela assentiu. — Saudades mãe, te amo! — Disse um pouco mais alto.

— Sabe, eu nunca imaginaria que essas são tuas comidas preferidas. — Mari disse após um silêncio harmonioso entre a gente.

— São — sorri encarando a melhor pizza do mundo. — Ao menos uma vez no mês minha mãe faz essas coisas em casa para comermos. — Limpei minha boca com o guardanapo branco. — Pai e Bruna gostam bastante também.

— Tato e eu também temos gostos em comum. — Ela sorriu saudosa. — Nossa comida preferida é macarrão com brócolis.

— Minha mãe faz um...— comentei.

— O do meu pai é o melhor do mundo! — Exclamou.

Maristella foi uma ótima companhia para o almoço, assim como foi para aquela noite de formação de paredão.

Quando Tiago me solicitou, tratei logo de imunizar Maristella, já que ouvi múrmuros com a possibilidade dela ser emparedada essa semana.

Felipe indicou Israel, que havia de isolado um pouco durante esses dias, e alguns votos, como o meu, foram direcionados à Arthur, que acabou se desentendendo comigo durante a última festa.

A segunda-feira começou novamente, desta vez, acredito eu, fui o primeiro a acordar, sendo seguido por Maristella. Realizamos nosso raio-x e aproveitei para lavar a louça suja que estava na pia, já que havia dormido e largado uma xícara na mesma.

Sempre tão monótona, a segunda passou rapidamente, assim como os dias dentro dessa casa. Quando percebi era quinta-feira e nós estávamos nos preparando para mais uma prova do líder.
Dessa vez, a prova seria de sorte, pois teríamos que acertar a bolinha na maior pontuação, que seria o dez.

Quando eliminado, teríamos que tirar um cartão, do local que ele ficava, onde teriam coisas que nos favorecessem ou não.

Faltando três participantes para se encerrar a prova, sendo eu, Caio e Jéssica, acabei não dando sorte e sendo eliminado.

Retirei meu cartão.

"Você está automaticamente no Paredão."

Fiz careta. Merda.

— Estou no paredão. — Disse em voz alta e deixei o cartão ali.

Tirei o colete, que usei para realizar a prova, e sai em direção à área, onde os demais estavam.

Larissa foi a primeira a me abraçar desejando sorte.

Suspirei e sorri forçado.

Não queria sair, não agora.

Me sentei no colo de Tellinha, que estava sentada por conta do pé, e recebi um beijo seu em meu ombro direito.

— Vai dar tudo certo. — Murmurou tentando me passar confiança.

Por já a conhecer bem, da maneira que ela me deixava a conhecer, sabia que ela tentava me passar força.

Joguei minha cabeça para trás, a encostando em seu ombro, escondendo meu rosto.

Minha mãe deve estar surtando.

Pensei sozinho.

Não demorou para a prova acabar e Caio sair com a liderança mais uma vez.

Pelo menos algo que me deixasse feliz.

Permanecemos mais alguns minutos ao lado de fora até que a manutenção externa terminasse.

Confinados - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora