POV. Luan.Aguardei ansiosamente pelo almoço no domingo, e quando a prova acabou, com meu grupo vencedor novamente, tomei um banho rapidamente e chamei Tellinha para me acompanhar.
Ela merecia comer algo diferente do arroz, feijão, ovo e goiabada.
Puxei a cadeira para que ela se sentasse e agradeci mentalmente pelo banquinho que a produção havia deixado ao lado, assim ela colocaria seu pé para o alto.
— O que será que ela fez? — Perguntei curioso olhando em volta.
— Algo que você goste muito ... — Franziu a sobrancelha.
— Bem vindos ao almoço do anjo. — Uma voz soou pela caixa de som. — Luan, sua família tem um presente para você.
Fiquei ainda mais ansioso.
Caramba.
— Oi, pi. — Minha irmã apareceu na tela e segurava nosso cachorro. — Eu e o Puffinho estamos morrendo de saudades de você. — Fez bico. Como aquela voz chata que só ela tinha, me fazia falta. — Quero deixar bem claro que estou extremamente orgulhosa de você, sério, jamais imaginei repetir isso em voz alta — Ela riu e eu a acompanhei com os olhos ardendo devido o choro. — A mãe 'tá' brigando aqui. — Ela fez uma pausa. — eu te amo, pizinho. Segue firme aí, que estamos na torcida.
Funguei me segurando.
— Oi filho — Minha mãe já estava chorosa e aquilo foi o fim para mim. — É triste demais acordar e não te ter comigo no café, não encontrar sua toalha molhada em cima da cama. — Ela fez uma pausa. — Foi difícil te ver doente e não poder fazer nada, odiei estar longe. — Ela passou a mão no rosto e eu fiz o mesmo, me livrando das lágrimas. — Eu te amo muito, meu filho.
Não me segurei, assim como minha mãe do outro lado da tela.
— E aí, filhão. — Meu pai apareceu sorrindo. — 'Cê' 'tá' fazendo falta viu? Eu não tenho mais meu companheiro de pesca, mas estou feliz com sua conduta, você é meu orgulho!
Não me importei em chorar, eu estava sentido muito falta da minha família.
Logo minha mãe voltou e falou das coisas que havia me preparado.
Frango com quiabo e pizza de peixe. De sobremesa: pamonha e creme de abacate.
— Hey, não chora — Senti Mari me abraçar por trás. — Sua família é linda — Ela fungou e beijou minhas costas.
— eu 'tô' com tantas saudades. — Me virei com cuidado, devido ao seu pé machucado. — Não precisava ter levantado. — Beijei sua testa.
— eu precisava te abraçar — ela sorria lindamente.
— Vamos comer? — Convidei.
A sentei novamente, com os pés para cima, e servi um pouco de comida à nós.
— Que delicia — Tellinha comentou. — estava com saudade de comer algo assim.
— Minha mãe é a melhor cozinheira do mundo. — a elogiei.
— Tenho que concordar — Ela sorriu. — Meu pai também cozinha maravilhosamente bem.
— quero experimentar. — murmurei com a boca cheia.
— Quem sabe um dia eu não ganhei o anjo, né? — Riu. — Ou te levo lá em casa.
— Quero conhecer sua casa. — Sorri de canto.
— Então combinado — Ela bebeu o refringente que estava em seu copo. — Quero conhecer sua família também.
— Aposto que eles, em especial minha irmã, estão loucos pra te conhecer. — Sorri.
— Em falar na sua irmã, por que ela te chama de pi? — Pareceu confusa.
— Longa história — Ri do nosso apelido interno.
— Me conta — Deu mais uma garfada na comida.
— Eu não me lembro direito — Dei os ombros — Mas tem a vê com piroca. — Murmurei a última palavra.
— Aí, Luan, que horror!!! — Cai na gargalhada. — Isso é coisa de chamar sua irmã?
— Você lembrou minha mãe agora. — Mordi meu lábio inferior.
— Fico lisonjeada — riu.
— Minha mãe é gatona, né? — Ela assentiu. — Saudades mãe, te amo! — Disse um pouco mais alto.
— Sabe, eu nunca imaginaria que essas são tuas comidas preferidas. — Mari disse após um silêncio harmonioso entre a gente.
— São — sorri encarando a melhor pizza do mundo. — Ao menos uma vez no mês minha mãe faz essas coisas em casa para comermos. — Limpei minha boca com o guardanapo branco. — Pai e Bruna gostam bastante também.
— Tato e eu também temos gostos em comum. — Ela sorriu saudosa. — Nossa comida preferida é macarrão com brócolis.
— Minha mãe faz um...— comentei.
— O do meu pai é o melhor do mundo! — Exclamou.
Maristella foi uma ótima companhia para o almoço, assim como foi para aquela noite de formação de paredão.
Quando Tiago me solicitou, tratei logo de imunizar Maristella, já que ouvi múrmuros com a possibilidade dela ser emparedada essa semana.
Felipe indicou Israel, que havia de isolado um pouco durante esses dias, e alguns votos, como o meu, foram direcionados à Arthur, que acabou se desentendendo comigo durante a última festa.
A segunda-feira começou novamente, desta vez, acredito eu, fui o primeiro a acordar, sendo seguido por Maristella. Realizamos nosso raio-x e aproveitei para lavar a louça suja que estava na pia, já que havia dormido e largado uma xícara na mesma.
Sempre tão monótona, a segunda passou rapidamente, assim como os dias dentro dessa casa. Quando percebi era quinta-feira e nós estávamos nos preparando para mais uma prova do líder.
Dessa vez, a prova seria de sorte, pois teríamos que acertar a bolinha na maior pontuação, que seria o dez.Quando eliminado, teríamos que tirar um cartão, do local que ele ficava, onde teriam coisas que nos favorecessem ou não.
Faltando três participantes para se encerrar a prova, sendo eu, Caio e Jéssica, acabei não dando sorte e sendo eliminado.
Retirei meu cartão.
"Você está automaticamente no Paredão."
Fiz careta. Merda.
— Estou no paredão. — Disse em voz alta e deixei o cartão ali.
Tirei o colete, que usei para realizar a prova, e sai em direção à área, onde os demais estavam.
Larissa foi a primeira a me abraçar desejando sorte.
Suspirei e sorri forçado.
Não queria sair, não agora.
Me sentei no colo de Tellinha, que estava sentada por conta do pé, e recebi um beijo seu em meu ombro direito.
— Vai dar tudo certo. — Murmurou tentando me passar confiança.
Por já a conhecer bem, da maneira que ela me deixava a conhecer, sabia que ela tentava me passar força.
Joguei minha cabeça para trás, a encostando em seu ombro, escondendo meu rosto.
Minha mãe deve estar surtando.
Pensei sozinho.
Não demorou para a prova acabar e Caio sair com a liderança mais uma vez.
Pelo menos algo que me deixasse feliz.
Permanecemos mais alguns minutos ao lado de fora até que a manutenção externa terminasse.
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Confinados - Livro I
Fiksi PenggemarTrês meses em uma casa totalmente vigiada. Um grau elevado de pressão psicológica. O que seria mais difícil do que conviver três meses com pessoas desconhecidas? Um casal formado com quatro semanas de confinamento, seria mais para sobrevivência ou c...