14. Malamente.

1.5K 110 85
                                    

Nós nunca sabemos quem ou quando vão partir o nosso coração. Mas quando acontece, o que nos surpreende é quem nos fere.”

Callie Torres

Na teoria lidar com problemas do passado é algo considerado “fácil”, afinal, é passado.

Mas, na pratica isso não é tão fácil, não quando os problemas do passado invadem o nosso presente, nos obrigando a tomar atitudes e a pior das consequências... Nos relembrar a dor.

— Como eu queria ir embora com você - resmungo ajeitando minha roupa.

Eu e Arizona, estavamos ajeitando nossas roupas depois de transarmos na sala de exames.

— Vai ser uma droga dormir sem você - disse a loira abrindo a porta da sala e saindo na frente — Por que me viciou em você hein?! - deu um tapinha em meu braço, quando comecei andar ao seu lado.

— Não tenho culpa de ser irresistível - brinquei fazendo a loira gargalhar. — Estão me bipando. Nos vemos amanhã - dei um selinho em seus lábios. — Eu te amo.

— Vai lá salvar vidas, nos vemos amanhã - retribuiu o selinho — Eu também, te amo. Bom plantão - vi a loira ir em direção ao elevador e fui atender ao meu chamado.

Algumas horas depois...

— Carrega em 200J - pedi para o interno que me auxiliava — Vamos... reaja.

Eu estava realizando uma cirurgia em um senhor de 66 anos que sofreu uma Fratura do Úmero Proximal, depois de sofrer uma queda em casa. E agora quase no fim da cirurgia começou a ter uma parada cardíaca.

— Droga... vamos lá... carrega em 300J - pedi novamente.

— Doutora... sem sinais vitais - disse a enfermeira.

Suspirei pesadamente — Hora do óbito... - meus braços caíram em derrota — 01:43am.

Sai da sala de cirurgia e fui me lavar. Eu sempre odiei perder um paciente, me fazia sentir inútil, e por mais que eu saiba que isso pode acontecer e que eu tenho que estar preparada, nunca é fácil lidar.

Depois de me lavar e sair da S.O, fui avisar a família do paciente sobre o seu falecimento.

— Eu sinto muito pela perda de vocês - lamentei depois de dar a notícia.

Pedi uma enfermeira acompanhasse eles para se despedirem e logo após assinar o prontuário, fui em busca de café - necessitava da bebida.

— Calliope? - olhei para trás e vi Penélope se aproximar. Suspirei.

— Já lhe avisei que é, Drª. Torres.

— E.. eu sei, me desculpe doutora, mas soube que perdeu um paciente e sei o quanto odeia isso - colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha — Achei que gostaria de um pouco de café - me estendeu um copo.

— Obrigada, eu realmente precisava - agradeci e tomei um gole da bebida.

— Não precisa agradecer, se... se quiser conver...- interrompi sua fala.

— Não temos nada para conversar, Penélope... - senti uma tontura e um cansaço de repente.

— Drª. Torres, você está bem? - perguntou preocupada e me segurou pela cintura — Deixe-me te ajudar, precisa deitar.

Senti meu corpo sendo guiado pela ruiva e depois apaguei.

Narrador

Algumas horas atrás...

— Podemos conversar? - Carina perguntou e Penny a analizou por alguns minutos.

— Por que o interesse em eu querer a Callie de volta? - questionou a ruiva.

— Porque eu quero a Arizona de volta. - respondeu.

— Você é ex dela?

— Não por muito tempo.

— O que tem em mente? - perguntou curiosa.

— Que tal tomarmos um café? - a italiana sugeriu e a outra mulher assentiu.

Alguns minutos depois e as mulheres estavam em Café próximo ao hospital, já que Penny não poderia demorar muito.

— O plano é esse, você irá dopar a Torres e vai levá-la para uma das salas de plantão. - planejava a morena.

— Como farei isso, ela nem se quer fala comigo.

— Acredito que você pensará em algo - Carina bebeu um gole da sua bebida.

— E quanto a Arizona?

— Assim que a loira chegar para trabalhar, Callie será a primeira pessoa que ela vai querer vê e vai odiar saber que a latinazinha, a traiu.

— Como sabe disso?

— Você irá mandar uma mensagem para ela, pelo celular das Torres.

— Ok. E depois?

— Depois... Eu recupero a Arizona de volta para mim. - sorriu maliciosa — E você a Torres. - a ruiva sorriu.

As duas mulheres ficaram mais alguns minutos resolvendo os detalhes do plano para separar Arizona e Callie.

Arizona Robbins

No outro dia...

Acordei com o barulho irritante do meu despertador, desliguei e suspirei me sentando na cama.

— Mais um dia... - peguei meu celular e vi uma mensagem de Callie.

Minha Latina♥: “Passando para desejar uma, boa noite.
Perdi um paciente, me sinto péssima. Até logo, te amo”

Senti um aperto no peito, eu sabia o que Calliope estava sentindo, mesmo sendo cirurgiões, perder um paciente nos deixa realmente péssimos.

Levantei da cama e fui fazer minha higiene e me arrumar para o trabalho e para encontrar a minha latina.

Meia hora depois...

Atravessei as portas do hospital e depois de ir até a sala dos Staff’s me trocar, fui a procura da morena.

Procurei Calliope por todos os lugares e não a encontrei.

— Hey Alex, viu a Callie por aí? - perguntei para o doutor — Não a encontro em lugar nenhum.

— Não vi, Robbins - respondeu e saiu.

— Onde você está, Calliope?! - sussurrei.

Peguei meu celular e tentei ligar novamente.

Você está ligando para Callie Torres, no momento não posso atender.

A voz da latina respondia na caixa postal.

Voltei andar pelos corredores e tentei bipar, parei de repente ao escutar o barulho de um pager em um dos quartos de descanso.

Já se arrependeram de alguma coisa na vida? Já se arrependeram de puxar o band-aid de um machucado?

Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo.

Callie deitada nua com Penny em seus braços, a ruiva com a cabeça em seu peito. Meus olhos ardiam em decepção e no choro que eu prendia, meu peito apertado.

— Callie - falei alto.

Isso não podia estar acontecendo comigo, não de novo.

Esse vidro estilhaçado
Percebi como rangia
Antes de cair ao chão
Já sabia que se quebrava (uh!)

(Mmm)
Maldosamente (é isso) (assim sim)
Maldosamente (tra, tra)
Mau, bem mau, bem mau, bem mau, bem mau (olha)
Maldosamente (pegue isso) (vamos)
Maldosamente (é isso) (¡querido!)
Maldosamente
Mau, bem mau, bem mau, bem mau, bem mau
Maldosamente (uh!)”

Xxxxxx
Mais um cap.
A treta vai começar....
Dê seu like🌟

A LatinaOnde histórias criam vida. Descubra agora