Capítulo 50

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Maratona [2/10]

-Bom dia – Alfonso adentrou no quarto de hospital onde Anahí ainda dormia tranquilamente e Dulce mexia no celular.

-Eu preciso ir – Dulce levantou-se ao ver ele entrar – Estou atrasada para meu trabalho – pegou sua bolsa e aproximou-se lhe dando um leve beijo na testa – Qualquer coisa me avise – seria e fria.

-Pode deixar – ele assentiu sorrindo de lado.

Ela fez uma cara feia com o sorriso dele e saiu de lá sem dizer mais nada.

Ele respirou fundo e deitou-se na poltrona do quarto para tirar um cochilo, pois não conseguiu pregar o olho na madrugada toda pensando nas burradas que tinha feito na vida. Ele só despertou com o médico lhe chamando e dizendo que Anahí estava de alta e poderia ir embora.

-Bom dia – Ele sorriu de lado aproximando-se dela – Como dormiu?

-Desmaiei – forçou um sorriso com o rosto inchado de tanto chorar – e você?

-Pessimamente – foi sincero – Está com uma carinha – a ajudou a levantar-se da maca.

-É cansaço – mentiu sentando-se na cadeira de rodas.

-Logo estaremos em sua casa – pegou as coisas da mesma e empurrou sua cadeira até o estacionamento do hospital.

Ele a ajudou entrar no carro e fizeram o trajeto toda até o apartamento dela em silencio. Assim que chegou ele subiu com ela a ajudando.

-O que é isso? – arregalou os olhos abrindo a porta.

-Eu fiz para você – sorriu sem graça – Para sentir-se bem-vinda.

-Eu fiz para você – sorriu sem graça – Para sentir-se bem-vinda

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-Isso é incrível – sorriu pela primeira vez no dia – Obrigada.

-Que isso – lhe beijou a cabeça – Agora vamos até seu quarto para a senhorita descansar.

Ele a ajudou a chegar no quarto e a deita-la na cama.

-Assim está bom? – ajeitou seu travesseiro – Ou mais para baixo?

-Está ótimo – sorriu de lado – Obrigada.

-Não precisa agradecer – negou sentando-se na cama ao seu lado – Está tudo bem mesmo?

-Não muito – foi sincera – e parece que para você também não – notou o rosto inchado e vermelho de choro.

-Podemos conversar sobre? – tirou os sapatos e deitou-se ao seu lado.

-Tem certeza? – o olhou desconfiada – Não somos muito bons nisso.

-Podemos tentar – segurou sua mão – Só diz o que aconteceu ou o que está sentindo – deu de ombro.

Ela assentiu e fitou o teto do quarto – Tive uma discussão ontem com Dulce – a voz saiu embargada ao relembrar de tudo – Ela me disse coisas horríveis, mas que são verdadeiras – sentiu as primeiras lagrimas caírem em seu rosto – Eu não quero ser uma péssima mãe – sussurrou – Eu amo meu filho mais que tudo nessa vida – sincera – E nunca provocaria uma briga sabendo que ele poderia ter se ferido – fez uma pausa – sei que estou sendo trouxa, otária e idiota por amar uma pessoa que não dá a mínima para mim, que só me procura para fazermos sexo e sempre que parece estar tudo bem ele me machuca com palavras e desconfianças – soluçou alto – Sendo que eu nunca dei motivos para isso e eu quem fui a chifruda da relação. Eu sei de tudo isso – sincera – Mas ouvir dela me machucou imensamente – conseguiu diminuir o choro – acho que é só isso e você? – virou o rosto o encarando e vendo que o mesmo olhava para o teto com lagrimas pelo rosto.

-Ontem eu descobri quem era a pessoa que conviveu comigo por mais de 4 anos e de uma maneira horrível – apertou mais a mão dela – Ela quase fez eu perder a coisa mais preciosa que me aconteceu até agora – sincero – Eu rompi com ela – fez uma pausa – terminei com todos os vínculos que tínhamos e apesar de sentir desprezo, nojo por ela é difícil saber que mesmo com esses anos todos juntos como namorados ou amigos ela nunca prestou – sentiu seu rosto inundar de lagrimas – e que o amor que ela sente por mim é algo doentio – respirou fundo para continuar falar – Além de carregar uma culpa enorme – soluçou – por ter magoado uma das pessoas mais importante da minha vida. Por não saber ser um bom namorado, por fazer ela achar, ou melhor, deixar entendido que é apenas sexo. Eu a amo, amo como nunca amei ninguém e sou doido por ela – sorriu entre lagrimas – E tem também o fato de morrer de medo de ser um péssimo pai para meu filho que está a caminho, não me perdoaria se isso ocorresse – finalizou chorando.

-Você não vai ser um péssimo pai – passou a mão em seu rosto limpando o mesmo.

-Como pode ter tanta certeza? – virou-se para ela fitando seu rosto também coberto de lagrimas.

-Eu não tenho certeza – riu fracamente – Mas estaremos juntos aprendendo a ser bons pais. Olha para mim, já sou uma péssima mãe – derramava lagrimas de dor.

-Ei – segurou seu rosto com as duas mãos – Você não é uma péssima mãe, pelo contrário, é uma mulher incrível, uma mulher angelical e será uma mãe maravilhosa.

-Tenho tanto medo de não dar contar – desabou – Miguel não me merece.

-Nos vamos dar conta – tentou lhe passar uma confiança que nem ele tinha – Juntos vamos conseguir – passou o dedão em suas lagrimas – Não chora – sorriu fraco – nosso campeão sente tudo isso.

Ela assentiu limpando o rosto e sentiu ele a puxar para mais perto dele, colocando a cabeça dela em seu peitoral e acariciando seus cabelos.

-Você não é trouxa e nem otária – disse depois de um tempo calado – eu que sou um mau caráter. 

Love and it's limits. 1ª/2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora