Capítulo 18 - 2ª Temporada

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-Não pode estar falando sério – levantou-se – Só pode ser uma brincadeira de muito mau gosto – alterou-se.

-Não meu amor – mordeu o lábio inferior sentindo as lagrimas correram por seu rosto – Miguel é filho biológico de José – disse com aperto no coração.

Ele a olhou com os olhos arregalados sem acreditar naquilo que ela tinha acabado de afirmar. Sentiu uma forte dor no peito seguida de uma vontade incontrolável de berrar alto que era sim seu filho e de mais ninguém. Seus olhos ardiam com as lagrimas que saiam deles, era um choro de dor, puramente de dor. Sua garganta parecia estar rasgando em pedaços e seu coração arrancado de maneira bruta e sem dó.

-Eu posso te explicar – ela sussurrou limpando o rosto que estava inundado pelo choro – Eu juro que não é o que está pensando – soluçava por conta da dor que sentia ao ver ele daquela maneira.

-Não é o que eu estou pensando? – por fim, ele berrou – Você mentiu para mim – apontou o dedo em sua cara – Eu te perguntei milhares de vezes se ele era meu filho – gesticulava com raiva e com a voz embargada – E mentia na cara dura e se fazia de vítima – passou as mãos pelo cabelo nervosamente – Você mentiu para mim – insistia – foi uma insensível, mentirosa e mesquinha – a acusou.

-Ele me estuprou – gritou para calá-lo e fazê-lo a escutar – eu fui vítima daquele desgraçado – chorava forte ao lembrar-se de quando descobriu o abuso que sentiu – Eu fui uma vítima dele – soluçava – Miguel foi fruto de um abuso sexual – tentava o convencer daquilo.

-Acha que eu vou acreditar nisso? – riu debochado – Pare de teatrinho – berrou – Você é uma mentirosa – estava com o rosto vermelho de ódio dela – Eu odeio você e nunca vou te perdoar pelo que fez a mim e Miguel.

-Não precisa acreditar em mim – a dor que estava sentindo era inexplicável, mas sabia que não tenha como ele ter outra reação ao descobrir que ela tinha ocultado aquilo dele por anos e que do nada ele descobrisse que não tinha filho algum – Só me escuta – pediu.

-Escutar você? – riu irônico – depois dessa mentirada toda ainda acha que tem a possibilidade de pedir para mim te escutar? – respirava com dificuldade pelo choro intenso.

-Sim – afirmou firme – temos uma família juntos – resolver desabafar – e precisamos dessa conversa por mais dolorida que seja.

-Família? – arregalou os olhos – Que família? – sentiu um nó na garganta – Miguel não é meu filho – sério – e quem me garante que esses são? – apontou para seu ventre.

Ela aproximou-se dele e em um momento de fúria lhe virou um tapa na cara. Usou toda a força que possuía e a raiva que sentia naquele instante.

-Me escuta – berrou – Eu jurava que Miguel era seu filho – começou a contar a história – Eu nunca me deitei com José em minha vida toda – limpou as lagrimas que insistiam em saber – Logo após o exame de paternidade que fizemos quando ele nasceu eu soube que você não era o pai – afirmou com o coração em pedaços – fui desesperada atrás dele para descobrir algo e no fim descobri que ele tinha me estuprado – gritou – e que ele sempre soube da possibilidade de ser pai de Miguel.

-Eu não quero saber – foi interrompida por ele – Só quero te avisar uma coisa – aproximou-se dela irritado após o tapa que recebeu – você mentiu para mim – afirmou – Mas eu amo Miguel e ele é sim meu filho – sério – e quero aquele homem longe dele.

Ela não disse nada manteve-se em silencio apenas escutando o que ele lhe falava com as lagrimas de dor caindo em seu rosto.

-Agora – respirou fundo – esses bebês – apontou seu ventre – eu quero um exame de DNA – disse firme – antes mesmo deles nascerem – a olhava com ódio – e nosso casamento – tirou a aliança do dedo e jogou no chão com força acaba por aqui – disse e virou-lhe as costas saindo do cômodo.

Ela encostou-se na parede e foi deslizando até o chão sem sentir forças o suficiente para ficar em pé, soltou um grito de dor e o choro se estendeu a fazendo engasgar e soluçar devido a dor que sentia em seu peito. Aquilo não podia estar acontecendo, amava demais Alfonso e faria de tudo para que a vida deles tivesse sido diferente. Só agora depois do tempo que tinha percebido o quanto teria sido importante dizer a verdade quando soube de tudo, mas ela só queria proteger o filho e o marido por incrível que pareça.

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Ele saiu dali cantando pneus. A dor que sentia estava forte demais, parecia que seu coração iria explodir a qualquer momento e seus olhos ardiam pelas lagrimas que ele não queria derramar. Sua vida estava arruinada, acabou de perder o filho, que era a coisa mais importante que tinha naquele momento, e a esposa por conta de uma mentira de anos atrás. Estacionou em frente a um bar e entrou no mesmo começando a beber, seu objetivo era beber até cair. Queria esquecer aquela noite e tudo que estava acontecendo e nada melhor do que a bebida para fazer isso.

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08:00 AM

-O senhor precisa ir embora – o dono do bar aproximou-se de Alfonso que dormia desajeitado na cadeira e mesa – Está aqui há muitas horas – preocupado – devem estar preocupados com o senhor.

Alfonso levantou a cabeça sentindo a mesma pesar uma tonelada pela noite conturbada que havia passado – Me vê mais uma vodca – pediu sério – com limão – exigiu.

-Sim senhor – ele assentiu e foi até o bar preparar a bebida dele.

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-Como assim não atende suas ligações? – Dulce indagou preocupada com Sophia no celular – Estou preocupada com ela – revelou – Não é de sumir assim ainda mais quando se trata de Miguel – desabafou.

-Eu não sei mais o que fazer – respondeu desesperada – Miguel pede pelos pais a todo momento e minha filha some do nada e para ajudar gravida – respirou fundo – Já liguei para Poncho e nem ele está atendendo.

-Eu vou fazer alguma coisa – pensava enquanto terminava de amamentar a filha – vou deixar meus filhos com Ucker e ir até a casa deles – afirmou – qualquer coisa ligo para a senhora.

Love and it's limits. 1ª/2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora