A noite se arrastou lentamente, como nunca tinha acontecido antes, acho que o ditado está realmente certo, "Quando tudo está pesado, e seu coração está se arrastando, seu tempo se estende, pois você está parado em sua dor".
Ouço meu despertador tocar, mas não me mexo, não quero levantar, não quero encarar Lisa depois de tudo o quê disse a ela, não quero encarar as consequências do meu ato, somente quero ficar aqui, parada.
Escuto o barulho da minha porta sendo aberta, não olho quem entrou, meus olhos estão concentrados em uma teia de aranha no canto da minha parede, que necessita de uma nova pintura.
-Ally?
Era minha mãe, quanto tempo faz que ela não fica em casa essa hora? Era de manhã, ela já deveria estar no trabalho.
- Mãe? Porquê está em casa essa hora? Aconteceu alguma coisa? - Me levanto rapidamente para assim olhar em seu rosto.
- Eu pedi uma folga hoje. - Ela diz calmamente, franzi minhas sobrancelhas com a confusão estampada em meu rosto.
- Por quê? - Ela nunca pediria uma folga, há não ser que alguém estivesse no hospital, o que claramente não é o caso.
- Preciso falar com você. - Quando abri minha boca, ela levantou a mão, sinalizando para não falar nada - Eu peço que me escute, não diga nada, tudo bem?
Apenas balanço a cabeça concordando, isso está bem estranho.
- Sabe, quando você era criança e seu pai morava conosco, não era fácil. Éramos felizes, mas ele começou a ser agressivo demais, brigamos muito durante aqueles anos, mas ele nunca tinha levantado a mão para mim, não sei te descrever a sensação, mas eu senti medo Ally. - Nesse momento ela olhou em meus olhos, eu consegui enxergar as lágrimas, mas também o medo que ela ainda sentia, como isso era possível? Ele não morava mais aqui. - Em nenhum momento da minha vida eu tive medo de alguém, mas naquele dia eu me senti o ser mais fraco, porquê eu não consegui revidar, eu não conseguia me mexer, era como está paralisada em um pesadelo real. Você era muito pequena, e agradeço a Deus por você não ter presenciado nenhum desses momentos.
- É por esse motivo que a senhora vive trabalhando, não quer ficar nessa casa, relembrando tudo o que viveu aqui? - Vejo ela balançar a cabeça concordando. Como eu nunca percebi isso? - Mas por quê não me contou isso antes? Podemos ir embora dessa casa, alugar ou comprar outra.
- Ah, querida. - Sua voz sai embargada pelo choro. - Não temos dinheiro para isso, e não foi por esse motivo que eu decidi lhe falar sobre seu pai.
- E qual foi o motivo?
- Seu namorado. - Senti meus olhos se arregalarem um pouco e meu coração se acelerar. O quê essa conversa tinha à ver com o Thomas?
- O quê tem ele?
- Eu vejo seu pai nele. - Agora meus olhos estavam completamente arregalados. - Você não irá perceber, eu também não percebi, ele não é um bom homem Ally, ele é um bom ator, um mentiroso de primeira, sabe fingir bem. Esconder suas verdadeiras emoções e seus pensamentos, mas pra quem com minhas experiências, enxergando de fora, percebe de longe que tipo de homem ele é.
- A senhora está enganada, Thomas não é como meu pai, ele nunca levantou a mão pra mim. - Escondi o fato de quê ele realmente fez isso, ela não precisava saber. - Ele é bom, gentil e carinhoso, tudo o quê eu preciso, a senhora não sabe, por que vive trabalhando. Mas ele não é assim.
- Ele é sim Ally, mas você não percebe, mas eu sim. E irei impedir que sua história seja como a minha. - A voz dela sai com muita firmeza nesse momento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Namorado Obsessivo
RomanceAlly Smith não fazia idéia de como sua vida iria mudar ao 17 anos, cursando o último ano do ensino médio, com amigos leais e uma mãe que a ama, ela não deseja mais nada. Porém o destino dela se cruzou com o de Thomas Cooper, um garoto de 18 anos, ri...