Capítulo Vinte e Quatro

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O carro continuou em alta velocidade por vários minutos, até que pude visualizar o celeiro. Era grande e metálico, bem diferente do que pensei.

Andrew ainda estava nos seguindo, não importava o esforço de Thomas para o despistar, ele ainda persistia. O medo a cada instante se tornava mais forte em meu corpo, tanto por mim quanto por Andrew, eu não tinha noção do que o louco ao meu lado poderia fazer.

- Thomas - Chamo sua atenção para que olhasse para mim, mas ele não olhou - me deixe aqui, por favor. Vamos acabar com isso, você sabe que não importa o que faça, não vai funcionar.

Ficamos por longos segundos em silêncio, eu logo pensei que ele não tivesse escutado ou não se importava, mas me assusto quando ele sussurra.

- Você está certa Ally. - Ele finalmente olhou em minha direção- Nós estamos no fim.

Ele aperta rapidamente um botão do painel e as portas, que mais pareciam portões, do celeiro se abrem e o carro passa em alta velocidade.

- Desce! - Ele manda saindo do carro rapidamente e correu em direção à uma parede e a puxou.

Eu sempre vi armas em filmes, mas neles, elas não pareciam tão perigosas quanto essas dezenas em minha frente. Armas que eu não saberia o nome nem se custasse a minha vida. Olhei assustada para Thomas que já estava segurando uma na mão e apontava para a porta.

Foi quando escutei o som do motor cada vez mais próximo, virei meu rosto nessa direção e pude ver através do vidro o rosto de Andrew.

Nossos olhares se encontraram por segundos, onde eu pude perceber que nós dois estavamos felizes de nos reencontramos. Mas minha alegria se esvaiu rapidamente quando escutei o primeiro disparo.

Me agachei rapidamente, como se as balas pudessem se desviar e me atingir. Até perceber em quem Thomas estava atirando, ele estava com a mira virada para o carro, meus olhos foram direto para o veículo que em poucos segundos colidiu com a parede oposta.

- ANDREW! - Gritei e corri em direção ao carro.

Eu sabia que Thomas estava gritando meu nome e me mandando voltar, mas a minha única preocupação era Andrew.

Cheguei ao lado do motorista, mas não tinha nenhum corpo lá dentro, olhei nos bancos traseiros e também não tinha nada.

- Ally. - Escuto uma voz atrás de mim e a reconheço imediatamente.

Me viro rapidamente, encontrando Andrew na minha frente, sem nenhum arranhão. Seus olhos estavam cheios de emoção e eu tive certeza que os meus também estavam. Sem mais nenhum segundo, o abracei.

Foi como um silêncio no meio de uma guerra, como um oásis no deserto, como abraçar alguém que você ama, como abraçar um Pai.

- Você me encontrou, me encontrou, pai. - Digo com a voz de choro, ainda o abraçando. - Obrigada, obrigada.

- Obrigado por estar viva, Ally. - Ele diz beijando minha cabeça- Senti sua falta, filha.

Queria o abraçar mais, porém escuto novos disparos. Andrew me empurra para o chão e se esconde atrás do carro.

- O QUÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, ALLY? - Thomas gritou.

- Eu vou distrair ele - Andrew diz puxando uma arma da cintura - e então você corre até aquela mesa e fica atrás dela, tudo bem?

- Certo. - Digo limpando o resto de lágrimas do meu rosto.

Andrew levantou o braço com três dedos levantados, e os abaixou vagarosamente. Quando ele abaixou o último, se virou e começou a atirar, eu corri rapidamente até a mesa sentindo as balas passarem perto de mim, assim que me aproximei da mesa, me joguei no chão atrás dela.

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora