Capítulo Vinte e Dois

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Já se passaram 10 dias desde que recebi a notícia de que poderia estar grávida, Thomas me disse que levaria 10 a 13 dias para saber o resultado certo. Eu não sei se o quê está me matando é ele ou essa dúvida terrível, eu tenho a esperança de não ter funcionado, mas sempre que olho para a cara do Thomas, ele está sorrindo como uma criança que recebeu um pônei do Papai Noel e assim, como em um toque de mágica toda a esperança vai embora.

Durante esses dias eu não fiz muita coisa, o único lugar que eu conhecia nesse casa, que aparenta ser mais uma mansão, era o meu quarto. Eu não possuía a permissão de andar pela casa, somente o meu quarto e as vezes o escritório do Thomas, devo estar ficando louca, pois sempre quero que ele me leve para lá, nem que seja por minutos, apenas queria não ter que olhar para as paredes do meu quarto o tempo todo.

Eu queria quebrar a porta e fugir daqui, sem nem olhar para trás, tentei pular a janela do meu quarto para concluir minha missão de fuga, mas Thomas chegou bem na hora, e foi nesse dia que eu aprendi a não tentar escapar, era bem pior do que ficar dentro desse quarto.

Quatro vezes por dia uma empregada vinha trazer minha comida, nem sempre era a mesma, mas todas eram iguais no comportamento, nenhuma falava ou olhava para mim, colocavam a bandeja e saíam. A solidão dentro dessas quatro paredes era a única coisa que eu tinha, e pelo que vejo é a única coisa que irei ter.

3 dias depois

- Hoje vamos confirmar a sua gravidez - Thomas diz entrando no meu quarto - Quero que se arrume bem, como uma mulher realizando seu maior sonho.

- Meu maior sonho é que você desapareça- Me viro em sua direção- Não sei por que insiste em dizer que estou grávida, muitos procedimentos deram errado e eu tenho certeza de que não tem nenhum feto no meu corpo.

Eu sei que não deveria o desafiar, mas a raiva que sempre se apodera do meu corpo ao vê-lo é norme e me deixa irracional.

- Ally, não quero brigar com você, hoje é um dia feliz, é o dia que saberemos da real existência do nosso filho.- Ele se aproxima devagar enquanto eu inutilmente tento me afastar - Então você vai se arrumar lindamente e vai colocar o melhor sorriso no seu rosto quando ele confirmar a sua gravidez, entendido?

Eu queria negar, dizer que eu nunca entenderia, queria me rebelar, bater nele e sair pela porta. Mas a única coisa que fiz foi balançar a cabeça de cima para baixo, confirmando sua pergunta.

- Ótimo, realmente ótimo. - Eu prendo a respiração quando ele chega perto do meu pescoço- E se chamar meu filho de feto como uma ofensa novamente, eu vou deixar você pior do que a outra vez.

Ele se afastou de mim e saiu, mas apenas alguns instantes depois que eu pude finalmente respirar, os tremores no meu corpo e meu coração acelerado me fizeram cair no chão, eu não sabia como aguentaria essa situação por mais tempo.

Mas não posso me atrasar, não quero que ele tenha motivos para voltar aqui novamente.

Me levantei ainda trêmula e andei em direção ao banheiro, onde tomei o banho mais rápido da minha vida. Ele disse que eu tinha que ficar linda, não que eu aproveitasse para ficar linda. Peguei qualquer vestido no armário, coloquei um colar e brincos, amarrei meus cabelos pois não tive o ânimo de arrumar ele.

Andei até a porta e bati 3 vezes, a porta foi destrancada e como sempre o meu carcereiro estava lá, guardando meu quarto como um cachorro guarda o osso.

Comecei a andar e ele me seguiu, era assim que funcionava, se eu precisasse sair do quarto ele me seguia e me impedia de entrar nos corredores proibidos, seja com um pequeno coçar de garganta ou um sonoro " não ".

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora