Capítulo Dezoito

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Não sei ao certo à quanto tempo estava observando meu quarto com um sentimento de pesar em meu coração.

Já tinha se passado dois dias, o enterro aconteceu ontem, poucas pessoas compareceram, não era como se minha mãe tivesse muitos amigos.

Além da minha presença, do Andrew, da Lisa e Rafa, apenas duas enfermeiras- que disseram possuir um apego pela minha mãe pelo seu tempo no hospital- e ninguém mais.

O enterro não foi demorado, porém, a tristeza era sentida ao redor, eu não prestei atenção no quê o padre falou, não me importava também.

Sou tirada de meus pensamentos por pequenas batidas na porta, era Andrew, seu rosto expressava sua preocupação, ele não achava quê minha volta ao apartamento fosse uma boa idéia.

- Tem certeza de quê quer ir? - Disse se afastando da porta e se aproximando para colocar sua mão no meu ombro.

Não! Minha mente gritou.

- Sim. - Respondi sem o olhar.

O ouvi soltar um suspiro de frustação, ele realmente estava tentando me fazer mudar de idéia. Eu queria tanto quê ele conseguisse, mas as palavras de Thomas sempre me vinha à mente, e como em um passe de mágica a idéia de ficar desaparecia da minha cabeça.

- Certo, vou pegar o carro para te levar.- Ele se afasta em direção a porta, mas eu seguro em seu braço o impedindo.

- Na verdade, eu prefiro ir de táxi. - Ele me olhou com uma extrema confusão- É por quê eu quero ficar sozinha um pouco, sabe?

Pela primeira vez desde quê o conheci, Andrew me olhou com desconfiança, como se ele tivesse acabado de descobrir quê algo estava muito errado.

Bom, algo estava errado, mas ele não precisava saber disso.

- Ally, está realmente tudo bem?

Durante alguns segundos eu olhei em seu olhos, eu sabia quê ele queria a verdade, ele queria saber sobre o quê me afligia, ele queria me ajudar.

- Sabe Andrew, você é o melhor pai quê eu poderia ter. - Sorri com toda a sinceridade das palavras ditas.

Andrew me olhou espantando por alguns segundos antes de me abraçar.

- E você é a melhor filha quê a vida poderia ter me dado. - Se afastou um pouco e eu pude observar seu sorriso.

Ficamos abraçados durante alguns minutos, até eu lembrar de chamar um táxi. Ele aparentemente tinha esquecido a desconfiança de alguns minutos atrás.

Quando o táxi chegou, a despedida foi rápida com ele me dizendo quê iria me ligar à noite.

Durante o caminho minha mente sempre me lembrava das pessoas quê eu amo, eu tinha a esperança de que esse encontro não acabasse em desastre.

- Senhorita, já chegamos. - Olho embora direção ao motorista, ele me olhava estranho, como se a minha demora para sair do carro o incomodasse.

- Ah sim, claro. Desculpe. - Paguei rapidamente e desci do carro.

Assim que meus pés tocaram o chão, o taxista saiu com o carro rapidamente, como se estivesse fugindo da polícia.

Quê estranho. Pensei, deve ter sido impressão minha.

Assim que atravessei o portão senti minha respiração ficar mais pesada, eu tinha a sensação de quê estava indo para a forca.

Meus passos pareciam mais pesados do quê deveriam. Eu nunca pensei e nunca cogitei disso tudo acontecer.

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora