Capítulo Vinte

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- Não... -Sinto lágrimas escorrendo sobre meu rosto e parando em meus cabelos - Não... Não.

O som dos meus soluços se espalharam sobre o quarto, o desespero de saber que posso ter um filho que não quero, um filho dele, é desesperador.

Sinto sua mão em meu pulso, não tenho forças para tentar evitar esse contato, só sinto o medo dentro de mim, o medo do quê aconteceria comigo.

- Olhe para mim, amor- Sinto seus dedos perto de meus olhos, secando minhas lágrimas quê não paravam de sair - Por favor.- Seu tom é calmo, quase carinhoso.

Tento enxergar-lhe pela visão borrada das lágrimas, mas não consigo. Os tremores em meu corpo estão aumentando à cada instante.

- Por favor... Por favor, Thomas.- Digo com a voz chorosa - Não faz... Isso.

A idéia de ter meu corpo usado para gerar uma criança era demais para mim, eu preferia a morte a passar por isso.

- Eu não vou fazer nada com você, Ally, você é o amor da minha vida, jamais faria isso com você. - Suas mãos apertam minhas bochechas enquanto seu rosto se aproxima, consigo enxergar seus olhos perfeitamente, e consigo perceber o quanto ele parecia paranóico- Nós vamos ter um bebê, isso é motivo de felicidade, não?

Ele se levanta e anda até o sofá, onde se joga e fica deitado. Não sei por quanto tempo ele ficou em silêncio, mas foi o tempo em que minhas lágrimas pararam de escorrer e pude sentir a maioria dos meus movimentos, não me mexo para que ele não perceba e tente fazer algo.

- Quer saber? Tive uma idéia. - Ele se levanta rapidamente.

- O quê você...? - Tento dizer, mas ele me puxa com muita força, como consequência quase caio no chão pela dormência anterior. - Thomas? - Digo assustada, porém ele me ignora.

Saímos do quarto, onde pude notar era a segunda porta do corredor, talvez só tivessem dois quartos.

Thomas me conduz por vários corredores, e como antes notei que não tinham outras portas, somente quadros. Tentei decorar os corredores, mas assim que virava um corredor, já tinha esquecido de quê direção tinha vindo.

Nenhuma pessoa passou por nós, sendo empregado ou não, eu tinha a impressão de que estávamos sozinhos naquela casa.

- Chegamos, entre.- Diz abrindo uma porta enorme, com vários detalhes em ouro. Tentei recuar mas ele me puxou novamente- Ally, não seja teimosa.

Entro devagar e percebo ser um escritório, era enorme, com várias estantes com livros, uma mesa grande no meio e uma janela do teto ao chão. Passo meus olhos pelo lugar todo, mesmo não querendo admitir, o lugar era incrível.

- Incrível, não? - Thomas diz me assustando, por um momento tinha esquecido de sua presença, ele sorri perante minha reação- Era do senhor Michael. Mesmo para um velho esse lugar é bem moderno. Mas, vamos ao assunto que nos interessa.

Ele anda até uma estante onde tira um livro e se dirige a mesa, em seguida me olha e aponta para a cadeira da frente. Sigo em passos lentos até a cadeira, onde me sento rapidamente.

- Bom, não pude deixar de notar que você não reagiu tão bem quanto eu esperava.

- E como queria que eu reagisse? - Digo com raiva em meu peito.

- Com um pouco de alegria talvez? Quem sabe surpresa? - Diz movendo a mão como se estivesse falando de algo simples, antes que pudesse responder, ele levanta a mão pedindo silêncio. - Então eu vou te liberar do acordo.

Meus olhos se arregalam, a esperança explodiu no meu peito, talvez ele tenha desistido.

- Então você não quer mais o filho? - Meu peito sobe e desce em conclusão da minha respiração.

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora