Capítulo Dez

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Olhei em completa descrença para o homem em minha frente. Eu me lembro dele, Thomas me disse que ele era seu tutor, o homem que cuidou dele quando o Senhor Michael morreu.

O quê ele quer aqui?

Percebendo minha falta de reação, ele solta um suspiro de desdém. Como se não quisesse estar aqui, mas pensando bem nem eu o queria aqui.

- Posso entrar? - Diz já dando um passo para frente.

- Não, não pode. - Digo colocando a porta mais pra frente. - O quê quer aqui? Eu não tenho mais nenhum relacionamento com o Thomas, qualquer coisa que se relacione a ele, não é de meu interesse.

Esse homem deve estar louco, durante todo o meu relacionamento com o Thomas nunca tinha sequer o visto uma vez, e agora depois de tudo ele vem bater na minha porta, como se tivesse algum assunto que me interesse.

Nicolas me olha com o olhar mais frio que eu já vi em alguém. Dá um passo pra frente, eu tento fechar a porta rapidamente, porém sou impedida com seu pé que interrompe a porta.

- Não quero ser grosso senhorita Smith, mas se não me deixar entrar por bem, eu vou entrar por mal. - Sua voz sai raivosa, como se tivesse perdido toda a paciência.

Consigo perceber a diferença de força quando tento fechar a porta mas ela não fecha. Dou um suspiro e abro a porta completamente,  olho para seu rosto e ando em direção a sala.

Escuto a porta ser fechada, mas não olho em sua direção. Ele senta na poltrona do meu lado esquerdo. O olho de canto e percebo ele tirar alguns papéis de uma maleta que eu nem percebi que ele tinha.

- Senhorita Smith, vou ser claro e breve, pois não tenho tempo a perder. - Nicolas diz depois de colocar alguns papéis na mesa - Eu quero que retire as acusações de tentativa de homicídio contra Thomas.

Olho em choque para o homem do meu lado. Não acredito que ele veio a minha casa, e falar para tirar as acusações contra o cara que quase matou minha mãe.

- Você só pode tá brincando comigo. - Digo ainda não acreditando na sua total cara de pau. - Ele quase matou a minha mãe! E você quer quê eu o tire da cadeia? - Solto a gargalhada mais falsa da minha vida - Nunca! Ouviu bem? Nunca, se depender de mim o Thomas vai ficar na cadeia por resto da vida dele!

Em poucos segundos o homem em minha frente estava com a mão no meu pescoço. Começo a sentir uma falta de ar rapidamente, sinto- me ser levantada, meus pés não alcançam o chão. Sinto um desespero enorme começar a nascer em mim.

- Escuta aqui pirralha! Eu não coloquei anos da minha vida para manter a imagem daquele garoto limpa, e você e sua mãezinha virem e manchar essa imagem. - Ele chega bem perto do meu rosto, agora percebo a diferença de altura, eu sendo levantada ainda não alcanço sua estatura. - Você vai assinar esses papéis, e vai dizer que não aconteceu nada ontem, entendeu? - Não consigo responder com a tamanha falta de ar que estava sentindo - Entendeu?!

Balanço a minha cabeça um pouco pra sinalizar que sim. Ele me solta e eu sinto como se meus pulmões estivessem pegando fogo, começo a tussir em buscar de ar.

Enquanto eu estou no chão, tentando normalizar  minha respiração, ele se senta normalmente na poltrona que estava sentado anteriormente.

Me levantei escorando no sofá, senti- me extremamente fraca. O homem a minha frente agora, pega uma caneta em seu bolso e a estende para mim.

Pego a caneta e o primeiro papel que minha mão alcança, quando vou ler escuro a voz fria de Nicolas.

- Você não precisa ler. Somente assinar,  e eu recomendo assinar logo, pois minha paciência está se esgotando.

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora