Capítulo Vinte e Três

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Minha felicidade não durou tanto tempo quanto eu queria. Eu pensei que ele desistiria, que me deixaria ir embora, afinal, não tinha nenhuma criança.

Como eu estava enganada.

Após o "negativo", Thomas se transformou em algo pior. Ele afirma que eu estou grávida e que por algum meio consegui falar com o Dr. Franco e o convenci a mudar o resultado, tudo isso para o enganar.

Tentei diversas vezes fazê-lo entender, mas a cada dia sua sanidade parece diminuir. Consegui perceber seu comportamento mais explosivo nos últimos dias, ele sempre estava no celular e dizia frases como " Como isso é possível?", e principalmente " Vocês precisam o matar logo".

Nunca consegui entender de quem ele estava falando, eu tinha pena dessa pessoa, mas esperava que não fosse alguém que eu amava. Quando ele notava que eu o estava observando sempre gritava comigo e me prendia por dias no quarto, sem visitas ao escritório ou a qualquer lugar, a mínima liberdade que eu possuía me era tirada.

A cada dia que se passava eu sentia mais saudade de casa, da minha família, evitava pensar neles principalmente por saber que pra eles eu estava morta. Eles não viriam atrás de mim, afinal, não tem como procurar alguém que está morta.

Observo as janelas que agora possuem grades para minha "proteção", Thomas pensa que em qualquer oportunidade eu sairia pela janela para fugir novamente, e ele tem razão.

Por qual motivo um prisioneiro ficaria na prisão se pudesse fugir?

A escuridão já reside do lado de fora, não sei que horas são, não sinto sono à várias noites, durmo apenas de exaustão e isso não dura nem cinco horas.

Não sei o por que, mas sinto que algo está para acontecer.

Escuto um estrondo alto e me viro rapidamente, Thomas acabou de derrubar minha porta, o olho em completa confusão mas ele me ignora.

- Levanta, Ally! - Ele exclama me puxando pelo braço.

- O quê tá acontecendo? - Pergunto assustada com sua atitude.

- Escuta bem. Eu vou te tirar dessa casa agora, você não vai correr ou gritar, vai ficar quieta e fazer tudo o que eu mandar. Entendeu? - Ele aperta meu braço cada vez mais forte-ENTENDEU!?

- Eu entendi, Thomas. Eu entendi - Digo com a voz chorosa pela dor.

Ele me puxou para fora do quarto, percebi então que meu carcereiro não estava na frente da porta. Não demos muitos passos quando escutei diversos tiros.

- Thomas o que tá acontecendo? - Tento me soltar, mas ele segura meu cotovelo e me puxa mais rápido.

- Ally, cala a boca ou eu vou calar ela pra você. - Sua voz sai raivosa, porém consegui sentir a preocupação presente nela.

Ele abriu uma porta onde continha uma escada, descemos rapidamente e dou de cara com uma garagem, que estava mais pra uma concessionária.
Thomas me empurra em direção ao primeiro carro e pega a chave em cima da mesa, não tenho tempo pra pensar ou agir. Os barulhos de tiros parecem cada vez mais próximo.

- Entra logo! - Ele me empurra mais uma vez e entra no carro.

Faço o que ele manda, ele destranca o portão da garagem com um botão do carro, mas antes que ele chegue na metade a porta por onde entramos é arrombada.

- Droga! - Thomas diz acelerando o carro, abaixo minha cabeça para não ser atingida pelo portão, mas ele só arranha.

Consigo ouvir os tiros que são disparados em nossa direção, não consigo evitar o grito de medo.

- CALA A BOCA, ALLY! - Thomas berra em minha direção.

Ele acelera ainda mais o carro e vai em direção ao que eu presumo ser o portão, mas ele não tá se abrindo. Ele não vai... Vai?

- Thomas, o quê você vai fazer? - Eu digo com a voz trêmula, ele me ignora e acelera ainda mais - THOMAS?

Batemos com força no portão, por está de cinto de segurança não bati a cabeça, mas pela força do cinto eu com certeza voaria desse carro.

Ainda atordoada pela pancada que o carro deu, vejo Thomas digitar algo no painel do carro.

- Nicolas, tá me ouvindo? - Ele diz afobado.- Nicolas, tá me ouvindo?

Uma voz cansada e ofegante que reconheci ser de Nicolas responde.

- Sim, estou te ouvindo.

- Como eles entraram na minha casa!? - Thomas diz transtornado, cansado demais pra gritar - Eu disse pra você matar aquele médico maldito, como você o deixou entrar na minha casa!?

- Não pensei que ele conhecesse tantas pessoas perigosas, acho que foi um erro tê-lo subestimado.

- Eu não quero saber de seus erros, quero saber pra onde ir agora. Tem um maldito carro me perseguindo e eu não sei pra onde ir!

- Tem um celeiro a uns 50 KM ao norte. Vá para lá, tem armamentos lá dentro, pegue-os e mate quem está atrás de você, irei cuidar da casa e encontro você lá.

- Certo, não demore. - Diz desligando a chamada.

- O quê está acontecendo? - Minha voz está como um chiado, eu estava com bastante medo, mas algo como esperança começou a borbulhar dentro de mim. - Quem está na sua casa? De onde vieram aqueles tiros? De que homens Nicolas estava falando?

Thomas me observou por alguns instantes, pensei que ele não me responderia, mas sua voz baixa ainda foi capaz de ser ouvida.

- Parece que seu papaizinho se tornou uma pedra maior do que eu esperava. - Diz dessa vez sem olhar em meu rosto- Eu deveria tê-lo matado quanto tive a chance.

- Você... Você está falando de Andrew? - Minha voz sai desacreditada, como se estivesse em um sonho. - Como? Como ele...?

- Eu não sei, Ally! Eu não sei! Mas por algum motivo ele não acreditou na sua morte e à dias estava causando problemas, provavelmente tentando te localizar. Eu sabia que era para ter saído dessa casa a tempos, mas o medo de você perder o bebê por causa da emoção era grande.

Mesmo ele falando sobre o bebê inexistente, eu não tive vontade de corrigir seu comentário, a única coisa que consigo pensar é que o Andrew veio atrás de mim.

Lágrimas vieram rapidamente aos meus olhos, ele veio por mim, eu não estava sozinha.

- Se eu fosse você não ficaria aliviada, por que ele vai morrer. Se tivesse ficado quieto poderia viver mais alguns anos, mas agora é o fim da linha pra ele.- Thomas diz como uma voz fria.

Que Andrew tenha um plano, por favor, ou estamos mortos.

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Oi gente ^-^

Como vocês estão? Espero que bem.

Agradeço novamente pelos comentários e votos de vocês, isso me inspira muito e me ajuda a escrever e me esforçar para finalizar essa história.

Espero que tenham gostado do capítulo, porquê eu estou completamente nervosa pelos próximos •-•

Até o próximo ^-^

Bjs *-*

Namorado ObsessivoOnde histórias criam vida. Descubra agora