Doce Vingança

Capítulo 6

A APROXIMAÇÃO

Descobrir que eu faço parte da máfia italiana junto com a minha irmã Julianna foi realmente um choque, mesmo que involuntariamente. Nunca na minha vida poderia imaginar algo do tipo, nem mesmo poderia imaginar que existisse máfia. Apesar que no Brasil existe de tudo, desde tráfico, corrupção, jogos de poder à sequestro de crianças inocentes para diversos fins, nunca poderia imaginar que um dia eu fosse fazer parte de algo do tipo.

Há um mês atrás fiquei encantada com um homem que conheci no Brasil, mas vê-lo com meu algoz, me fez fugir  no mesmo instante em que vi os dois juntos, nem mesmo o seu nome eu sabia, e hoje ficar cara a cara e saber que ele nada mais é que o chefe da máfia italiana me deixa em uma posição um tanto delicada. Ninguém com exceção da Nana sabe do meu breve envolvimento e pra completar toda a minha inquietação ele se lembrou quem eu sou e exatamente daquela noite em questão e agora exige explicações. 

O que posso dizer para o cara que supostamente manda no destino de todos que participa da famiglia mafiosa. Que dita as regras, na qual nem sei o que é certo ou errado, a única coisa que sei é que cai de paraquedas em um abismo e não sei a profundidade pra escalar de volta.

A noite passa e está quase na hora de levantar para os meus treinos, apesar de não ter fechados os olhos  nem um minuto sequer, a única coisa que conseguir foi virar de um lado para o outro até aquele momento, me levanto e decido tomar um banho gelado, mesmo a aquela hora da madruga, preciso estar desperta para o dia que virá, farei o possível e impossível para evitá-lo, pela manhã focarei em meus exercícios  e a tarde ensaio com  a banda e se depender de mim chegarei tarde o suficiente para não encontra-lo. Todos os dias a partir de agora até o dia do casamento da Giordana, e no dia seguinte irei embora e não terei que dar nenhuma satisfação.

Enzo está do lado de fora  me esperando como combinado, fazemos os nossos alongamentos e seguimos para o nosso habitual trajeto. Não falamos nada a respeito da noite anterior. O que eu agradeço mentalmente. Ao contrário dos outros dias hoje vamos treinar na piscina, o que e um alívio já que não estou muito afim de ver muitos rostos. Treinar apneia é desconfortante, mas segundo o Ed, saber controlar a minha respiração e prende-la por um período pode salvar a minha vida se um dia for necessário.

Minha manhã passa voando e descido não almoçar em casa para não dar sorte ao azar e sigo direto para o centro da cidade, onde como alguma coisa com Enzo e vamos ao encontro da banda. Os ensaios estão sendo uma grande surpresa e ao lado dos meus colegas de palco estou cada vez mais solta e confiante, acho que vamos conseguir fazer uma boa apresentação no casamento da Gio. Apesar que já sei que o meu maior desafio vai estar lá sentado e me olhando com aqueles lindos olhos azuis que agora consigo vê-los a qualquer momento que lembro deles. 

Chegamos tarde em casa, bem mais tarde do que na noite anterior, como as luzes da casa estão todas desligadas apenas a da entrada e do jardim estão acesas sinto um leve alívio, e sigo direto para o meu quarto sem acender nenhuma luz no caminho. Dou graças a Deus por ter chegado ao meu quarto sem esbarrar em nada no meio do caminho, tiro os meus tênis no escuro do quarto com a pequena claridade que atravessa a janela iluminada pela a lua,  decido tomar um banho antes de cair na cama, tiro minha blusa e calça a caminho do banheiro ainda no escuro sem me preocupar em ligar a luz do quarto. Nada é mais relaxante que um banho após um dia exaustivo e cheio de compromissos, não via  hora de tudo isso acabar e poder pelo menos dormir até mais tarde. 

Pensando bem sobre o dia, ele foi bastante produtivo, apesar de não termos parado um segundo desde às 5hs da manhã, Enzo continuava com aquele sorriso de que nada no mundo poderia dar errado e devo concordar com ele, hoje nada deu errado e agora era só deitar na minha cama e fazer o dia de amanhã como o dia de hoje.