Doce Vingança

Capítulo 26

ZANE FERRARO

Volto aos Estados unidos com uma sensação de fracasso. 

Fracasso por não ter encontrado uma mulher tão pequena e que não sai da minha cabeça, fracasso por sequer saber o seu nome, fracasso por desejar alguém e não saber se um dia a terei. 

Nunca fui um homem que desiste fácil das coisas, quando desejo algo vou até as últimas consequências, mas o que aconteceu no Brasil me deixou de mãos atadas, não poder ficar mais tempo lá para descobrir o seu paradeiro e  nem mesmo o seu nome eu sabia, não havia como deixar alguém para rastreá-la, a placa de carro que Andy pegou era de aluguel. 

     --- Benvenuto, cugino! --- sou recebido por meu primo no escritório. --- Como foram as coisas no Brasil? --- sigo direto para a minha mesa 

     --- Poderia ter sido melhor, se não fosse por um imbecil que resolveu conversar comigo em plena balada Paulistana. --- o encaro com cara feia.

     --- E o que ele queria que te deixou com essa maravilha de humor.

     --- Prostituição. --- Bufo --- queria me vender mulheres, inclusive virgens para a prostituição.

     --- Idiota! Será que não sabe que não escravizamos ninguém? --- Lucca senta na minha frente.  --- Mas não foi isso que o deixou mal- humorado. O que aconteceu.

Lucca não é só o meu primo e amigo confidente, ele também é o meu advogado e meu consigliere. Ele sabe de cada passo meu.

     --- Conheci uma garota naquela noite, linda, e do nada ela desapareceu.

     --- Como assim desapareceu? --- conto pra ele como a conheci e até o momento em que fui chamado por O'neil e logo em seguida o seu desaparecimento.

     --- E você não sabe o nome dela e nem como localiza-la --- fala pensativo

     --- Tem alguma ideia de como localiza-la.

     --- Pensou em alguma foto, talvez as imagens da boate e a gente pode escanear, temos excelente hackers.

     --- Pensei nisso, mas nenhuma câmera da boate tem uma imagem dela perfeita, sempre está de costas ou dançando... enfim, nunca mais vou vê-la novamente.

     --- Zane Ferraro jogando a toalha? Esse não é o meu primo.

     --- Não joguei a toalha, digamos que eu deixei alguém lá investigando o tal motorista de aplicativo, não acreditei muito na conversa dele. --- Lucca me olha e abre um sorriso.

     --- Esse sim é o meu primo! --- Rio do seu jeito --- Lembra que o meu casamento é no final do mês --- cruza as pernas --- pretendo ir para a Itália uma semana antes, quero ficar com a minha noiva, Giordana me liga todos os dias, parece que as primas brasileiras estão por lá.

     --- Primas brasileiras? --- não me recordava de quem elas eram filhas.

     --- Sim, as filhas adotivas da Nonna --- Lucca dá de ombro --- Três jovens que a Sra. Rizzo salvou quando crianças, parece que a mais velha está em um convento, e as outras duas, Juliana e Aléssia já estão lá. --- Ele passa as mãos pelo o cabelo --- parece que a caçula Aléssia é bem danada e gosta de testar os limites de todos, ou seja, prima ou não é melhor ficar por perto pra que ela não ponha ideias na cabeça linda da minha Giordana.