Capítulo 42

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ZANE FERRARO

Aléssia consegue me surpreender a cada instante, por mais que eu desejasse que a minha família fosse unida, jamais imaginaria que seria por essa pequena que veio mudar a minha vida completamente, deixando-a de cabeça pra baixo do jeito que ela fez.

Ainda tenho as minhas reservas com relação a minha mãe, sua mudança foi muito repentina, talvez as ameaças que fiz esteja surtindo efeito, mas gostaria mesmo que ela realmente tivesse mudado de opinião e que se junta-se a essa nova fase da minha vida.

Nunca vivi em uma família tradicional, onde o pai e a mãe demostra afeto pelo os seus filhos, muito pelo o contrário, nunca vivi demonstração de carinho algum, quando criança, depois de levar as surras por não realizar as atividades que o meu pai exigia com perfeição, minha mãe aparecia em meu quarto para cuidar de mim, quando ele descobria o que ela estava fazendo ele batia nela, isso me machucava. Com o passar dos tempos ela parou de me visitar após os meus castigos, nunca tive raiva dela por isso, nunca deixei de ama-la, apenas tive que fazer o que o infeliz do meu pai queria para não vê-la machucada. Uma vez ele bateu tanto nela depois que eu cheguei em casa com um braço quebrado, olho roxo e supercílio cortado, ela brigou com ele ameaçando a se separar e levar os filhos, por pouco ela não morreu com a surra que ele deu, ela ficou dias em cima da cama, com visitas diárias do médico e toda vez que o maldito ia vê-la dizia sempre a mesma frase, a mesma que ela disse agora a pouco, " o amor enfraquece" sempre ouvir isso e por muito tempo achei que era verdade, até encontrar a minha pequena.

O que Giuseppe me disse uma vez é a pura verdade, Aléssia não é a minha fraqueza, Aléssia é a minha fortaleza e o nosso amor é mais forte do que tudo, e nada nem ninguém nesse mundo vai me fazer mudar de opinião.

Esse amor que meu maldito pai tanto temeu, hoje ele será toda a salvação de nossa organização. Simplesmente por que eu tenho um foco na vida, família, se ela é bem protegida e administrada nada e nem ninguém poderá nos afetar e isso levarei para todo o submundo, não basta ser apenas um bom DON tem que ser um excelente líder, e para ser um excelente líder preciso começar sendo excelente para a minha família, esposa e filhos.

Serei melhor que o meu pai, não perderei o meu pulso firme com relação aos negócios, mas serei um marido e pai presente, simplesmente pelo o fato de que eu sei que posso ser melhor em todo o que faço.

Terminado o almoço seguimos todas para a sala, enquanto todos menos a minha pequena e Chiara, bebiam uma taça de vinho do porto, eu chamo minha mãe para uma conversa. Se é pra ser melhor do que o velho, que começamos o quanto antes, a prioridade dentro dessa casa será a minha mulher e o meu filho e se minha mãe for uma possível ameaça que seja bom ela saber o que poderá lhe acontecer caso algo aconteça alguma coisa com eles.

No escritório eu sento na minha cadeira atras da minha mesa enquanto ela senta a minha frente em uma das poltronas.

     — Seguinte mãe, não vou negar que fiquei surpreendido com o seu pedido de perdão — inclino o meu corpo pra frente cruzando minhas mãos em cima da mesa — também não vou dizer que acredito em tudo aquilo o que ouvi você dizer — ela abre a boca pra dizer algo, mas eu a interrompo — Não vou permitir que você faça alguma coisa contra a minha mulher e filho, se você pensa que pode sair dizendo que estar arrependida pelas as coisas que fez e que na verdade estar esperando a hora para dar o bote, quero deixar bem claro que eu tenho uma ótima memoria, e que por sua causa quase perdi a minha mulher, portanto pense bem antes de fazer qualquer coisa para prejudica-la por que eu estarei sempre de olho em você. — estreito os meus olhos — e entre você e ela, não tenha duvidas quem eu escolherei.

     — Não será preciso você fazer essa escolha filho, tenha certeza que eu estou falando a verdade, nunca quis o seu mal, Zane. — cruza as mãos em seu colo — nunca fui a mãe amorosa que eu queria ser, seu pai nunca permitia nenhum tipo de afeto, demonstração de carinho, nem mesmo com a pobre da Chiara, não é por que ela é menina que teve mais carinho do que você ou o seu irmão — me olha com os olhos cheios de lágrimas — seu pai era um monstro, nunca o perdoei por todo o mal que ele causou, por todas as vezes que ele te machucava para transforma-lo em sua própria imagem. — seu olhar vaga e se perde em lembranças — Você simplesmente conseguiu ficar pior do que ele, frio, calculista, as pessoas do submundo o temem, e quando eu soube que havia uma mulher interessada em você, mesmo que por motivos alheios aos que me foram ditos, eu pensei que ela seria uma aproveitadora e que precisa ser alertada ao seu respeito antes que fosse tarde demais — volta o seu olhar para mim — queria Aléssia longe de você, não queria que mulher nenhuma passa-se pelo o que eu passei com o seu pai e você sendo pior do que ele... eu sabia que Antonella estava apenas me envenenando com relação a Aléssia, no entanto eu logo descobri que ela não era nada daquilo que Antonella havia me dito, mas mesmo assim eu segui em frente, porque eu não acreditava em você, nas coisas que você me disse, se eu soubesse que ela estava gravida de você eu teria agido de outra maneira, porque eu saberia que você iria atras dela e a traria de volta até mesmo contra a sua vontade, e olhando em seus olhos eu vi que ela o amava de verdade e que faria de tudo para não prejudica-lo e foi o que ela fez. — suspira — nunca teria largado o seu pai para protege-lo, pelo o contrario queria poder mata-lo a cada vez que ele me obrigava a fazer qualquer coisa, de todos os meus filhos você foi o desejado, quando nasceu pensei que ele me respeitaria e pararia de me bater, no entanto ficou pior quando eu tentava te proteger, hoje vendo você com a sua mulher, vejo como você é diferente dele e o quanto irá cuidar da sua família, e a única coisa que eu te peço, meu filho é fazer parte dessa família.

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