Capítulo 33

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ZANE FERRARO

Ver Aléssia deitada em minha cama me trouxe conforto, como se aquilo fosse normal, uma sensação de que as coisas agora estavam bem encaixadas. Tiro a sua roupa a deixando apenas com a sua lingerie, minha pequena precisa descansar. Aléssia vem dormindo pouco nos últimos dias, de longe conseguir ter uma idéia de sua rotina, depois da festa de despedida que acabou com ela em minha cama e com o casamento que não foi diferente, ainda teve há nossa viagem na qual ela não dormiu nem um pouco. Também não dormir, mas modéstia a parte, nunca viajei uma distancia tão longa e me encontrava em tão perfeita disposição como eu estava. Dou um sorriso com esse pensamento, efeito Aléssia, com certeza essa pequena veio pra causar em minha vida, que seja pra melhor.

Desço e encontro Sônia colocando a mesa do café, dou um beijo no topo de sua cabeça, Sônia é pra mim como a minha mãe, na verdade tenho mais consideração por ela do que por minha mãe Fiorella. Ela está há muito tempo na família, quando eu vim para os Estados Unidos ela veio comigo sem olhar para trás, nem nos piores momentos ela me abandonou, ao contrario de Fiorella que a cada contratempo ou está querendo medir forças comigo ou me desafiando.

     — Ciao, bambino! Como foi o casamento?

     — Ciao, como deveria ser! — ela me olha estreitando os olhos, sei que vou ganhar uma bronca se não lhe der melhores informações. — Noivo feliz, noiva feliz, boa comida e bebida, lua de mel o de sempre, você deveria ter ido, assim matava a saudade da Sicília. — falo tomando um gole do meu café.

     — Não sinto mais falta da Sicília, não tenho mais ninguém lá — suspira — minha vida é aqui cuidando de você.

     — Por falar em cuidar, nós temos uma convidada — levo o meu café na boca enquanto presto atenção em sua reação, Sônia sabe que nunca trouxe ninguém aqui pra casa além dos familiares. Como será que ela vai reagir quando souber que a minha convidada está deitada na minha cama e vai dividir ela por muito tempo? Com certeza será uma grande novidade. — Quero que você a trate da melhor forma possível.

     — Desde quando eu tratei alguém mal? — fala levantando o queixo e colocando uma mão em sua cintura. — Acho que deixei de te dar umas palmadas e uns puxões de orelha, só assim você agora não estaria falando tanta bobagem para mim.

Dou um sorriso canto de boca, Sônia realmente nunca levantou a mão pra mim, nem mesmo quando eu era criança, pelo o contrario sempre me protegeu, até mais que a minha própria mãe. Confio em Sônia de olhos fechados, sei que um homem em minha posição, cheio de inimigos não pode sair dando a sua confiança para qualquer um, mas ela não só a conquistou desde quando nasci tomando conta de mim, como nunca me deu nenhum motivo pra desconfiar dela.

     — Desde nunca — dou de ombros — mas como nunca trouxe ninguém aqui em casa — tomo mais um gole do meu café.

    — Onde ela está? Quero conhece-la.

     — Calma, ela está dormindo — coloco um pedaço de pão na boca — no meu quarto — volta a minha atenção pra ela — e vai continuar lá. — puxo a cadeira do meu lado e aponto para ela se sentar.

Sônia se senta, com certeza achando estranho a minha atitude, sempre conversamos mas nunca a prendo e muito menos fazendo-a se sentar para me ouvir. Sempre falo o que quero ou digo como quero ou o que quero, mas hoje preciso que ela entenda como é porque preciso que ela me ajude com permanência de Aléssia naquela casa.

     — Sônia, lembra quando eu viajei para o Brasil? — ela confirma com a cabeça — naquela viagem eu conheci uma pessoa, mas não consegui sequer saber o seu nome, simplesmente porque ela evaporou diante dos meus olhos — ela estreita os olhos — pois bem, para a minha surpresa, não só a reencontrei como também faz parte da famiglia, — suspiro, Sônia levanta a sobrancelha — a Nonna em sua estada no Brasil, salvou três meninas, uma está no convento e as outras duas moram juntas como irmãs e uma delas é a moça que eu conheci no Brasil.

Doce VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora