Capítulo 22

180 18 0
                                    

RETORNO

Voltar a Itália para a casa da minha Nonna só me deixou mais triste. Foi aqui que reencontrei Zane, mesmo sem saber quem era e que poderia me levar a minha ruína. Como doía lembrar dele, como doía saber que nunca mais o teria em meus braços, que seu corpo não se moldaria mais ao meu e que outra pessoa passaria a toca-lo, beija-lo, como doía lembrar de momentos felizes, íntimos e saber que nunca mais iria compartilhar nossas vidas.

Lembranças.

A única coisa que me restou foram lembranças.

Apesar de ter proibido Zane de pensar em mim, não consigo esquece-lo, por mais que eu queira permanecer aqui na Itália sei que não vou conseguir, tudo me lembra ele. Tenho lembranças dele qui no meu quarto, na minha cama me beijando, na sala quando bati em Antonella, na mesa quando almoçamos todos juntos, na piscina quando brincamos e ganhamos. 

Como sou hipócrita, o proíbo de pensar em mim e no entanto a única coisa que fiz desde que cheguei aqui há mais de uma semana foi pensar nele. Tomo uma decisão e saio do quarto.

     --- Nonna, podemos conversar? --- ela está sentada na sua poltrona, próxima a janela olhando o tempo que a cada dia esfria mais.

    --- Sì, mia bambina --- se vira me dando atenção

    --- Quero ir embora daqui --- falo de uma vez --- O tempo está mudando e aqui tudo me lembra... --- suspiro --- ...quero ficar longe de tudo isso por um tempo.

    --- Primeiro, bambina vamos resolver as coisas primeiro. --- segura as minhas mãos --- Segundo o Ferraro, você está grávida --- suspira --- não acho que ele seja um mentiroso. 

     --- Ele é mentiroso --- tiro as minhas mãos da dela --- na verdade todos são! Todo mundo sabia da verdade e mesmo assim me deixaram envolver com uma pessoa comprometida. --- falo zangada.

     --- Não é bem assim, figlia --- cruza as mãos em seu colo --- O Don, quando veio aqui falar que você ia com ele para os Estados Unidos...--- não tira os olhos dos meus --- o lembrei que ele era noivo e que havia um contrato para se cumprir e o que ele estava fazendo era errado e que você não concordaria com ele. Mas ele me garantiu que iria falar com você a respeito e pediu --- balança a cabeça em negativa --- na verdade ordenou que ninguém falasse com você antes dele. 

     --- A Senhora preferiu me ver assim? --- levanto as mãos --- quebrada? Porque é assim que eu me sinto.

    --- Não! Mas também não podia ir contra o Don! --- Suspira --- Não importa mais isso, bambina. ---Balança as mãos --- Você está sofrendo porque o ama, e acredito que ele tenha algum sentimento por você. --- volta a segurar as minhas mãos --- O que você precisa fazer agora é ter certeza se está realmente grávida, para começar a cuidar do meu nipote.

     --- Como ele pode saber que eu estou grávida e eu não?

    --- Pensa, Aléssia! O Don não iria mentir sobre isso, bambina --- volta a cruzar as mãos em seu colo. --- Você ficou hospitalizada, foram feitos exames em você para saber o que você tinha, é lógico que os médicos descobriram e falaram para o Ferraro que estava responsável por você. Vamos logo fazer esse exame e descobrir  de quanto tempo você está, precisamos cuidar bem do meu pronipote --- fala segurando o meu rosto em suas mãos --- depois decidiremos se você vai ficar aqui ou em outro lugar, até porque Ferraro vai atrás de você onde estiver, acredite, conheço aquele ragazzo.

Balanço a cabeça em concordância. 

Nana, Enzo e eu saímos logo depois de almoço rumo ao consultório médico, depois de conseguirmos um encaixe.  A médica me faz algumas perguntas, como quando foi a minha ultima menstruação, me dá um potinho e pede que eu faça xixi nele, como nos testes de farmácia e em alguns minutos o resultado está ali na minha frente, realmente eu estou grávida. 

Doce VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora