Guadalajara.

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O avião aterrou e estávamos entrando para o aeroporto quando ouvimos um tiro. Travis segurou minha mão e corremos para dentro. Olhando à volta não se via ninguém. Tinham evacuado o local todo e o aeroporto parecia fantasma. Por eu ter caído, não conseguimos sair.

"Não faça movimentos bruscos." – Sussurrou.

"Está bem." – Sussurrei de volta.

Nos escondemos atrás de um balcão e ele tirou um celular do bolso e simplesmente apertou no botão de chamar.

"O que está fazendo?! Assim eles vão poder saber onde estamos, não?"

"Não. Eles vão saber onde está o celular."

"Ah..."

Ele colocou o celular no chão e corremos para o banheiro.

"Fique aqui, não se mexa." – Ele disse e abriu a porta para sair.

"Não! Não me deixe aqui sozinha!"

"Não se preocupe, não vou demorar."

Assim que ele fecha a porta, ouço o barulho do trinco e corro para a porta.

"Não! O que está fazendo?"

"Não se preocupe. Apenas não faça barulho."

Sentei com as costas pressionadas na porta.

"E agora...?"

Uma explosão enorme é ouvida e eu levantei e corri para longe da porta. Depois de alguns minutos, Travis abre a porta e, com um sorriso enorme nos lábios e a roupa cheia de poeira, entrou calmamente.

"Demorei?" – Disse com um sorriso torto nos lábios e a cara cheia de poeira.

"Você está bem?" – Perguntei e andei até ele. Ele se apoiou em mim e o fiz sentar em um balde que lá estava.

"Melhor impossível." – Tossiu duas vezes – "Mas... Parece que ficaremos aqui por um bom bocado..."

"O que aconteceu lá fora? Você não está ferido?"

"Não aconteceu nada de mais. Explodi o aeroporto, só isso." – Sorriu – "E não. Não estou ferido..."

Dei um suspiro e sentei no chão, colocando as mãos no rosto.

"Como isso foi acontecer?" – Perguntei baixinho – "A minha vida estava muito bem... Eles não faziam mais parte da minha vida..."

"Veja o lado bom dessa história."

"Que é?"

"O plano correu estupidamente mal e ainda assim estamos vivos."

Olhei para ele e ri.

"Não acredito que acabou de dizer isso..."

"Malu..." – Disse se sentando ao meu lado – "Sua irmã está viva. E isso é algo bom."

"Eu nem sei mais se ela é mesmo minha irmã ou não..."

"O que quer dizer com isso?"

"Bartoli disse que Arturo e Yuri têm a mesma mãe e... bem... Eu sempre pensei que Yuri e eu fôssemos irmãos dos dois lados mas..."

"Ele disse a você que Luís Marcos não é seu pai, não é?"

"Você sabia?"

"Acho que a única pessoa que não sabia..."

"Era eu."

"Lamento." – Suspirei.

"O quê mais sabe?"

GONZAGA (Não editado)Onde histórias criam vida. Descubra agora