Cemitérios.

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Saí da casa e encontrei Travis sentado lá fora, parecendo distante.

"O que se passa?" – Perguntei e me sentei ao seu lado.

Ele olhou para mim e suspirou.

"Luís Marcos foi solto, Malu." – Ele disse – "Lamento imenso..."

"Então, temos de sair daqui antes que ele localize Lúcio Miguel..." – Me levantei e respirei fundo – "Vamos para casa..."

Uma semana antes da licença de Travis terminar, chegámos ao cemitério em Buenos Aires. a campa de Adriana não foi difícil de encontrar. Havia uma estátua dela no meio do cemitério e, embaixo, a sua campa.

"Ela era linda..." – Eu disse.

"Você é parecida com ela."

"Porquê ela tem uma estátua?" – Perguntei e li a gravação que lá estava.

"Adriana María Fonseca Morales. 25 de Abril de 1969... 13 de Outubro de 1994..."

"Designer e Activista." – Sorri – "Acho que descobri de onde veio o meu talento."

"Há uma lista dos feitos dela aqui..."

"Ela lutou pelo direito das mulheres e da LGBTQ+... Olhe! Eu tenho uma tia."

"Isabella... Talvez possa falar com ela depois..." – Concordei com a cabeça – "No fundo sempre esteve destinado você vir morar em Buenos Aires..."

"Pois é..." – Eu disse sorrindo e me agachei para tocar na campa – "É estranho eu ter saudades dela mesmo ser a ter conhecido?"

"Um pouco só." – Ele se sentou ao meu lado.

"Ela parece ter sido uma grande pessoa."

"Pois parece." – Me sentei – "Talvez um dia eu também seja."

"Você já é." – Sorri – "E não estou falando só para mim."

"Pare senão vou derreter." – Sorri e coloquei minha cabeça em seu ombro.

"Quer ir ao museu?"

"Vamos."

Quando chegámos à entrada do museu, eu reconheci o lugar.

"Eu desenhei isso." – Eu disse – "Há três anos, eu desenhei esse museu..."

"Sério?"

"É. Eles me pagaram e disseram que infelizmente não o fariam lá no México mas nunca disseram que usariam o desenho mesmo assim..."

"Estranho..."

Havia uma placa logo na entrada que dizia "Financiado por Alejandro Núñez. Desenhado por M.L.M.G.".

"Não acredito." – Eu disse.

"Afinal ele procurou mesmo por você."

"E me tornou um marco histórico."

"E ainda deu a você o nome de sua mãe. M.L.M.G."

"Maria Lúcia Morales Gonzaga."

"Isso."

Entrámos e havia uma senhora atrás do balcão principal lendo um livro com a capa contendo o mesmo padrão da caixa de Bartoli.

"Bem-vindos! Como posso ajudar?" – Ela disse com um sorriso enorme no rosto e colocando uns óculos com lentes muito fortes.

"Não sabemos ainda..." – Eu disse.

"Estamos procurando pela história de Adriana Morales." – Travis disse.

"C'um caneco! Malu?!" – Ela disse e saiu detrás do balcão para me abraçar – "Como chegou até aqui?"

GONZAGA (Não editado)Onde histórias criam vida. Descubra agora