Move on

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Veronica foi passar algumas semanas em casa já que eu não tinha absolutamente nada pra fazer e pedi que ela fosse me tirar da fossa, caso contrário, eu morreria dentro do meu quarto.

Ela passaria uma semana comigo e daqui duas semanas começaria as nossas aulas da faculdade.

Tudo havia passado tão rápido pelo o que se parece, mas cada dia tem sido mais difícil desde quando eu acordava até a hora de dormir.

Aquela maldita janela do meu quarto, que agora estava com uma cortina branca e bonita, estava sempre aberta, porém eu nunca mais apareci por lá, só Rose que a deixava aberta pra ventilar o quarto enquanto eu saia um pouco pra assistir TV na sala.

Eu raramente andava pelo condomínio porque eu não tinha muita companhia já que as aulas de Polly haviam começado e eram em período integral, isso significava que: ela passava o dia todo na escola.

Meu pai passava todos os dias da semana no estúdio gravando o novo disco de Jughead que pelo o que ele nos contava no jantar, estava ficando maravilhoso e renderia mais uma fortuna, e sem duvidas, ficaria em primeiro lugar não só na Billboard, mas no iTunes, Spotify e em todas as rádios mundiais. Como se não fosse de se esperar isso de Jughead.

A minha mãe continuava com a sua vidinha pacata que lhe satisfazia, procurei não parecer tristonha pra que ela não começasse as suas listas de perguntas onde eu não queria responder nenhuma delas.

Então, por alguns dias na semana aceitei as suas propostas de ir ao shopping e até tomar café da tarde em uma cafeteria de gente rica com as suas amigas onde os assuntos eram as mesmas coisas: Chanel, roupas de marca, esmaltes, cabelo e toda essa baboseira. Não preciso dizer que os meus pensamentos voaram durante todo o assunto né?

Agora, eu estava sentada em cima do balcão da cozinha de casa enquanto via Rose preparar o almoço, já que esse era um dos meus passa tempos favoritos.

Ela contava as inúmeras histórias da infância. Contava de como a minha mãe se descabelava pra cuidar de mim e da minha irmã ao mesmo tempo.

- Ela mudou bastante. – Eu disse rindo e Rose me fitou. – Hoje ela parece tão calma...

- Calma?

- Sim, ela só dá alguns gritinhos quando passa algum desfile na TV.

Rose riu.

- Sua mãe está certa, Betty. Ela é rica, seu pai a banca e eu aposto que ele não deve reclamar disso, ela tem o amor dele, você e Polly são filhas dela, criadas, apesar de tudo também a amam, ela iria virar o que? Ela nunca fez nem se quer faculdade, qualquer mulher no lugar dela faria o mesmo.

- Eu não. – Eu disse, dando os ombros.

- Mas você não nasceu pobre como ela, Elizabeth. Você já nasceu tendo tudo e mesmo assim, teve uma mente diferente desde pequena. Você brincava de médico com as bonecas, operavam elas e chorava quando a sua mãe precisava ir ao cabeleireiro e te levar junto, você dizia toda marrenta: 'mãe, eu quero ficar com a Rose, ela cuida de mim', e eu nunca quis negar, mas a sua mãe sempre quis ser a mãe perfeita e fazer o papel de mãe presente, ela nunca quis te deixar comigo enquanto passava uma tarde no shopping.

Rose tinha toda a razão. Minha mãe veio de uma família muito pobre, mas, pelo o que eu soube de Rose que a conhece a anos, ela sempre teve uma mente meio diferente da minha, moda, riqueza sempre foi o seu forte e agora onde ela tem a oportunidade de ter tudo isso, ela nunca deixaria escapar. Apesar de eu achar isso tudo total futilidade, era disso que a minha mãe gostava e sem dúvidas, ela era feliz.

Ouvi a campainha tocar e acordei de todos os meus pensamentos, levando um susto. Rose gargalhava da minha cara e eu dei um tapa na sua bunda, enquanto saia de cima da bancada e ia até a porta da sala, a abrindo em seguida.

Daylight | BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora