What Do You Do Here?

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POV. Elizabeth Cooper

Nova York nunca esteve tão fria. Um mês de volta nessa cidade que até um mês atrás eu gostava, mas hoje, mesmo com o vento lá fora que balançava as arvores, o céu nublado e todas as pessoas andando agasalhadas na rua, Nova York pra mim era considerado um inferno.

Um mês sem notícias de Jughead. Um mês desde as suas últimas palavras que ainda rodeavam a minha mente. Tranquei a minha faculdade antes que reprovasse e óbvio, meu pai não me deixaria voltar pra Los Angeles.

Falando nele, ah. O nosso relacionamento está uma merda. Eu me recuso a dizer muitas palavras a ele, apenas o necessário.

Preferia ficar sempre dentro do meu quarto porque todas as vezes que saia o assunto era o mesmo: Jughead. E sempre acabava em brigas.

A minha mãe não aceitava nada que meu pai fazia e acabou brigando com ele também.

Polly não dizia nada quanto a isso, só falou que ele foi radical demais.

E Vee... Ela está no mínimo nervosa com tudo: eu sem Jughead, nossos planos indo por água a baixo e eu ter parado a faculdade.

Me deitei na cama, soltando um suspiro irritante por mais um dia tedioso. Quando isso acabaria? Eu me sentia realmente uma prisioneira.

Até o gesso de meu pé eu já havia tirado – e sim, havia quebrado mesmo, o que foi um motivo a mais pro meu pai reclamar.

Estiquei meu braço até a cômoda ao lado da cama, puxando o controle da TV. Liguei a mesma e comecei a procurar algum canal que passasse algum filme decente ou o que seja, mas, não havia nada.

Até a televisão estava chata, entediante, sem assunto. Mas antes que eu pudesse mudar de canal, a imagem de Jughead apareceu e eu senti o meu coração parar por alguns segundos. Senti um caroço na garganta e uma falta de ar tremenda, me fazendo deixar o controle da TV em instantes e ouvir o que a repórter dizia:

''- Jughead Jones lança seu novo álbum depois de um ano. O CD conta com 15 músicas inéditas e participações especiais como Ed Sheeran, Shawn Mendes e Ariana Grande. A seguir será exibida uma entrevista que nossa equipe realizou com ele hoje de manhã.''

E então meu coração disparou ainda mais quando seu rosto apareceu. Um mês sem notícias, um mês sem saber como ele estava. A única coisa que me fazia continuar a cada dia era eu ter acreditado em suas palavras: ''confie em mim''.

Mas ele estava lá, mais lindo do que nunca. Sorriu para a câmera e começou a falar sobre o novo álbum, mas eu não conseguia dar muita atenção. Eu só tinha os meus olhos presos a TV notando cada detalhe de seu rosto, então milhares de lembranças começaram a passar na minha mente.

Ele na minha festa.
O meu sonho.
Eu indo para Los Angeles.
Eu chorando por não conseguir nada e ficar horas esperando em frente ao seu condomínio.
Ele aparecendo e tirando foto comigo.
Eu disposta a contar tudo e ele tendo que partir.
A sua carta pedindo desculpas.
O dia na boate em que ele me defendeu de um paparazzi.
Eu quando fui convidada a subir no palco.
Ele me procurando no Twitter.
Eu em sua casa.
Eu contando o segredo.
Oito pizzas.
Ele me ensinando a dirigir.
O primeiro beijo.
A nossa primeira vez.
Eu tendo que me distanciar.
A gente fugindo.
Ele cantando pra mim.
A gente se perdendo na floresta.
A gente fazendo amor na pedra da cachoeira.
A gente fugindo mais uma vez.
Eu tomando banho com ele.
Eu em Nova York sem ele. E ele...

Deus, ele estava ali, tão lindo como nunca. Tão distante, mas eu sentia como se estivéssemos tão perto.

Ele ainda se lembrava de mim? Ele ainda estava disposto a cumprir a promessa ou, ele havia esquecido?

''Oi Betts.'' A sua voz rouca gritou em minha mente e foi inevitável não deixar uma lágrima cair.

A saudade. Ela é definitivamente a pior coisa de todas. E os nossos planos, eles vão continuar? Ou encerraram pela última vez quando ele se declarou pra mim? E suas palavras ainda são validas ou ele conseguiu simplesmente... superar?

Deus, eu sinto tanta a falta dele.

Limpei a lágrima que escorria em minha bochecha enquanto Jughead falava na TV, sorrindo de vez em quando. Mas eu conhecia aquele sorriso de longe: ele não estava feliz.

POV. Jughead Jones

Eu estava jogado no sofá de casa enquanto passava a entrevista que havia feito naquele mesmo dia de manhã. A internet, a televisão, o mundo todo só falava do novo álbum que lancei.

Estava previsto para ser lançado apenas daqui alguns meses, mas por conta de todas as reportagens sobre o suposto sumiço, o que deu no mínimo milhares de manchetes mundiais, Scooter pediu pra eu usar a chance de todos estarem dando a atenção pra mim e, que eu lançasse o novo CD. É claro que agora haviam amenizado sobre o sumiço, mas, continuavam falando de mim. E do novo álbum.

Eu não falava com Betty a um mês. Eu tentei ligar pra ela, mas descobri que seu pai tirou até seu celular e todas as suas redes sociais. É quase impossível ter qualquer contato com ela. Fui atrás de Veronica para lhe entregar uma carta pedindo que ela entregasse à Elizabeth, mas as férias da faculdade já começaram e Veronica voltou para Nova York.

Nada parecia ao nosso favor. Eu passei noites e noites em claro pensando no que fazer para dizer á Betty que eu estava aqui, qualquer coisa que fosse pra que ela não fraquejasse ou pensasse que eu havia desistido.

Mas eu estava fraco. Eu estava mil vezes pior do que pensaria que pudesse estar sem ela.

Elizabeth definitivamente fodeu comigo, ela conseguiu me prender de todas as formas possíveis e tudo me lembra ela.

Sem contar que ontem a noite eu tive a minha primeira refeição decente. Não que eu não tenha comido a um mês, eu comi, mas nada mais que o necessário. Mas ontem eu comi, e mais uma vez me lembrei de Betty.

Comi pizza. Me senti pior por comer dois pedaços e não oito. Me senti inútil por olhar ao meu lado na mesa e ele estar vago, sem ela, sem ninguém.

Onde ela estava? O que ela estava fazendo? Ela estava se alimentando bem? E suas noites de sono? Seu pé sarou? Ela não chora mais quanto antes, né?

Porra, a sua risada. Que saudade eu sinto da sua risada. De seus tapas que nem cosquinha fazem. Dos seus abraços e dos seus beijos. Do sexo.

Merda, eu sinto muito a falta da pele dela junto  à minha, dos seus lábios juntos aos meus, do nosso corpos colados.

E agora ela está longe. Sem notícias, sem prévias de quando iremos nos rever.

- Jones? – Ouvi um dos seguranças me chamarem na porta da sala e o fitei. – Tem um homem querendo falar com você.

- Que homem?

- Ele não disse o nome.

- Como não? – Ri fraco. – Como eu vou deixar alguém entrar sendo que eu não sei nem o nome?

- Senhor, ele ped...

- Fale para ele dizer o nome ou, caso encerrado.

O segurança assentiu e deu as costas, então voltei a dar a minha atenção para a TV. Peguei o controle pra poder mudar de canal até ouvir a porta se abrir com tanta força que a fez rapidamente se chocar contra a parede.

Dei um pulo no sofá e arregalei os meus olhos, engolindo seco ao ver quem estava na porta da minha mansão.

Me levantei e pisquei diversas vezes para ver se eu estava mesmo enxergando ou, se era coisa da minha cabeça.

- Senhor, me descul... – O segurança começou a falar mas eu o impedi, esticando o braço e o fazendo se calar.

A respiração dele estava ofegante e os meus olhos pegaram cada detalhe do seu rosto. Milhões de perguntas se passavam na minha mente. O que ele estava fazendo ali? Havia acontecido alguma coisa com Elizabeth? Céus! Por que logo... ele?

- Hall? – Perguntei, sentindo a minha voz falhar. – O que você faz aqui?

Daylight | BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora