Proposal

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Eu e Vee acordamos era quase 10 horas da manhã. A minha casa estava um silêncio, a não ser o barulho vindo da cozinha que Rose fazia.

Assim que tomamos banho, decidimos descer pra tomar café porque estávamos fominta e precisávamos ir pra faculdade, mesmo sem ter nada pra fazer lá, mas graças a minha cabeça de jumento por ter mentindo ao meu pai, o meu medo dele ou da minha mãe chegar a qualquer instante e me ver em casa era ainda pior.

- Betty, a gente precisa conversar. – Rose disse enquanto eu comia um pedaço de panqueca.

Franzi a testa.

- O que aconteceu, senhora? – Perguntei irônica e ela cruzou os braços.

- Que papo é esse de você negar o Jughead Jones? Desde aquele dia que você decidiu por loucura sair de casa de madrugada pra vê-lo na mansão enquanto estava em fest...

- Ai, de novo! – Reclamei colocando a mão na testa. Ouvi Veronia rir.

- De novo o que? – Rose perguntou.

- De novo vocês me perguntando sobre isso.

- O que aconteceu? – Ela perguntou puxando a cadeira da minha frente e se sentando. – Conta tudo logo, menina. Desenbuxa!

Ri fraco.

- Sabe aquele dia da festa?

- Que você saiu de pijama? Quase pelada? Que quase me matou do coração?

- Exagero! – Revirei os olhos. – Mas é exatamente esse dia.

- Claro que me lembro. O que tem?

- Peguei o Jughead transando com uma mulher.

Rose arregalou os olhos e engasgou com a própria saliva.

- Como é que é? Que mulher?

- Prostituta, claro. Só tinha isso naquela festa. – Mordi mais um pedaço de panqueca.

- Santo Deus, e eu achando que aquela cara de inocente nunca me enganaria.

- A única inocente dessa história é você... e eu.

- É por isso que você não passa mais o dia com ele? Vive trancada no quarto? Negou ir ao estúdio com o seu pai?

- Exatamente.

- Elizabeth, seu pai não sonha com nada disso, né?

- Não, e nem com o primeiro beijo.

- Primeiro beijo?

- Rose, a gente se beijou.

- Agora entendi toda essa revolta com o garoto. Você está apaixonada!

- Eu. Não. Estou. Apaixonada. Eu prefiro só me afastar por mais que a minha vontade seja de agarra-lo. – Rugi os dentes. – Que saco!

- Agarre-o querida. Você está fazendo tempestade em copo d'agua. – Rose disse e eu a metralhei com os olhos. – Entendo que foi difícil vê-lo... transando com uma mulher. Mas se coloque no lugar dele, a vida que ele leva não é fácil, você acha que ele ficaria trancado em casa todos os dias?

- Ele me beijou, Rose. – Disse já sentindo o choro na garganta. – Eu criei expectativas.

- Eu entendo, mas você não era fã dele?

- Sim, mas a gente nunca está preparada pra ganhar um beijo fofo e romântico e depois encontra-lo transando com uma desconhecida. Não é fácil! – Disse nervosa.

- Elizabeth, se acalme. – Ela disse passando o polegar no meu braço enquanto eu fungava com algumas lágrimas escorrendo na minha bochecha. – Isso não aconteceu comigo, mas eu imagino como você se sente e imagino também como ele se sente. Não fique assim, tente chegar a um acordo de uma vez por todas, não sei. – Ela deu os ombros. – Mas você sabe que é a minha filha, eu a considero assim e não quero te ver sofrer.

Daylight | BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora