Capítulo 13

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Eu não conseguia respirar, falar, berrar... nem chorar eu conseguia mais... que filho da puta!

Ele nunca tinha jurado amor eterno e sequer tinha a pedido em namoro, mas menos de vinte quatro horas depois de ter saído do quarto dele, ele já estava levando outra? Na minha cara? E ainda me humilhava?

Ela o olhava subir com a outra, não olhou para traz. Ela continuou parada por vários minutos sem saber o que fazer, quando caiu em si, viu Júlia parada ao seu lado sem entender o que estava acontecendo.

- Ouvi o barulho e me assustei! O que ouve? - Ela falava sonolenta, Júlia raras vezes dormia no local de trabalho.

- Eu me desequilibrei e acabei derrubando a jarra... - a voz começava a falhar, as lágrimas voltaram com tudo, mesmo ela querendo disfarçar

Júlia não acreditou muito na minha versão, mas resolveu ajudar.

- Acalme-se, eu irei ajudá-la. - Ela me tranquilizou.

Júlia saiu e voltou com uma pá, vassoura e esfregão. Dispensou minha ajuda e limpou tudo sozinha. Ela era ágil, morena, corpo robusto e baixa. Eu a observava mas não prestava atenção em nada... estava apática, decepcionada.

Fui despertada pelo seu chamado.

- Ei menina venha! Vamos beber uma água!

Eu a segui sem falar nada, me sentei e Júlia veio em seguida, me deu um copo com água e açúcar.

- Beba, isso vai fazer vc acalmar seu coraçãozinho aflito.

Ela obedeceu, e bebeu calmamente o que lhe foi servido, mas nenhuma água com açúcar faria com que ela esquecesse a cena que tinha acabado de presenciar.

Terminou tudo em silêncio, Júlia estava sentada na sua sua frente.

- Aqui a gente vê muita coisa menina, o sr Jack é um homem bom, embora não pareça, mas tem um grande defeito, não pode ver um rabo-de-saia que fica louco, porém ele não fica com ninguém! Não se apaixona, não gosta de ninguém. - Ela parou e ficou a observando.- Se vc se interessou por ele, afaste-se, suma, não dê bola à ele, vai por mim. Um anjo de menina como vc ele vai destruir em uma noite.

Engoli em seco tudo o que ela me falou, sabia que tudo era verdade.

- Vamos dormir? - Ela chamou, como se eu pudesse dormir.

- Sim.

Lavamos e guardamos os copos e ela me levou até a porta do meu quarto.

- Boa noite garota! Tranque a porta.

Eu assenti com a cabeça, entrei, fechei e tranquei a porta. Droga! Será que todo mundo daquela mansão sabia o que tinha acontecido conosco?

Agora eu estava ali, com cara de boba! Era óbvio que ele não me queria, que não queria ninguém. Eu não passava de um "lanchinho" pra ele.

Me deitei na cama, coloquei o travesseiro sobre o meu rosto e me permiti chorar tudo o que eu tinha para chorar! Como eu pude ser tão tola? Ele era péssimo!

Chorei tanto que não percebi quando adormeci, só sei que acordei com o celular despertando. Minha cabeça doía, meu corpo estava cansado, mas o meu coração.... esse estava destruído.

Quase sem forças me levantei e fui para o banheiro e fiquei pensando Monique eu faria da minha vida. Não podia ficar no mesmo teto que ele, aquilo seria doloroso demais. Porém tinha meu pai, ele estava sendo tão bem tratado desde que eu comecei a trabalhar naquela maldita casa! Eu tinha que ser forte, muito forte.

Quando sai do banho o celular estava vibrando sobre a cabeceira da minha cama, era Amanda.
Atendi com a voz rouca, que nem eu mesma reconheci.

#Ligação On

Amantes na noite (Lovers at night)Onde histórias criam vida. Descubra agora