Capítulo 45

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Caí no pranto mais profundo da minha vida. Meu coração estava dilacerado, por que doía tanto? Uma coisa me sufocava. Me arrependi do dia que eu conheci esse homem.

Se eu pudesse voltar ao tempo eu jamais teria me envolvido com ele, nunca teria trabalhado para aquela família de idiotas.

Eu os odeio tanto, tanto! Me deu conta que era o irmão dele que estava comigo. Me soltei dele, num empurrão.

- Ei! Eu não lhe fiz nada! Calma!

Eu enxugava meu rosto com as mãos. Me posicionei para sair e fui impedida por ele.

- Eles ainda estão esperando a ambulância, espere um pouco, eu vou ajudar você sair daqui sem ser vista.

Ele tinha razão. A última pessoa que ela queria ver na vida era Jack! Aquela era a última vez, nunca mais queria ter o desprazer de olhar aquele rosto lindo que tanto lhe fez sofrer.

As lágrimas caíram pelo seu rosto novamente, tentei encobrir com as mãos. Ódio, ódio...

- Dessa vez até machucaria minhas mãos e daria umas boas porradas no Jack, para ele nunca mais fazer uma mulher linda assim chorar.

Ele se aproximou e me abraçou novamente. Não me desvencilhei, eu me sentia tão impotente.

Abandonada era a palavra mais correta, eu não tinha pai, mãe, minha irmã vivia o melhor momento da vida dela e eu estava ali... amparada pelo irmão do namorado que me deixou para socorrer a ex, que está grávida!

Se há quase quatro meses atrás alguém me disse isso eu com certeza o chamaria de maluco!

Mas essa era a realidade que eu enfrentava no momento. Alguns minutos depois eu saí com Frank, ele me encaminhou pela porta dos fundos, onde só May estava lá, ela me olhou com pena... eu odeio esse sentimento.

Desviei o olhar e segui frank, o carro dele já estava estacionado bem próximo. Graças à Deus não encontrei com mais ninguém.

- Onde vocês moram?

Ou morava... essa conjugação era a mais adequada no momento. Dei o endereço à ele. E fiz todo o caminho em silêncio, meu sexto sentido nunca falhava, eu sabia que algo bom não iria acontecer.

Só não sabia que seria tão ruim assim. O que eu vou fazer da minha vida? Eu não posso mais continuar com esse homem! Cada dia uma briga, uma decepção...

Iria para casa da irmã? E atrapalharia a lua de mel deles? E esperar que em poucos dias Jack chegaria lá, pedindo mil desculpas e dizendo que tudo ia ser diferente? E em menos de vinte e quatro horas Jéssica infernizar tudo novamente? Não! Aquele tinha sido o ponto final.

Tinha a casa deles em Los Angeles, mas morar sozinha numa casa cheias de lembranças seria pior!

A cabeça estava doendo, não mais que o seu coração. Ele parou em frente ao prédio e disse:

- Entregue! - Me olhou por um tempo, e disse: - Não tome uma decisão de cabeça quente que você possa se arrepender mais tarde. Espere ele chegar, tentem conversar, briga não leva a lugar nenhum. Você sabe o que você significa para ele!

- Sou apenas mais uma para a coleção dele.

- Não, não é! Já falamos sobre isso. Meu irmão jamais compraria um apartamento num lugar tão caro e bonito se ele não tivesse disposto a ficar a você.

- É alugado.

- Jack odeia aluguel.

- Que seja! Meu relacionamento com seu irmão acabou, e dessa vez foi definitivo.

Amantes na noite (Lovers at night)Onde histórias criam vida. Descubra agora