Capítulo 94

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Fui com Janeth para a uti neonatal, a medida que me aproximava do local, eu ficava mais nervosa.

Coração para sair pela boca de ansiedade. Antes de entrarmos na uti e vesti a roupa, fiz todos os procedimentos necessários para poder seguir adiante.

Fui cumprimentada por toda a equipe médica responsável, falaram-me que ela estava ganhando peso muito rápido, e que possivelmente ia sair antes do previsto.

Meu coração se encheu de esperanças, não vejo a hora de sair desse local e voltar para nossa casa. É o que mais necessito, retomar nossas vidas, tentar não lembrar dos momentos de pânico e quase morte que todos nós vivemos ao longo desses dias.

Fui caminhando entre as incubadoras, os bebês frágeis dentro delas. Até que parei na frente de uma que está escrito "Isabella Smith Parker"

Era o bebê mais lindo que já tinha visto em toda minha vida! Tão pequena e frágil, mas tão guerreira, lutava bravamente para viver, longe da mãe, que deveria estar lá para ajudar a ganhar peso, se sentir mais protegida amada, fiquei triste por não ter ficado ao lado da minha filha nos momentos que ela mais precisou, minha bonequinha, tão amada por nós.

Prometi a mim mesma que não ia mais chorar, mas meus olhos traidores não suportaram tanta emoção, era gratidão e amor demais, não coube no peito e transbordou pelos olhos.

- Ah meu Deus! Obrigada! - Foi tudo o que pude dizer.

Coloquei a mão no buraco da incubadora para pega-la, o toque dos meus dedos na sua pele avermelhada e frágil, fez com que ela abrisse os olhos azuis escuros e profundos, como o do pai.

Ela contraiu os músculos, formando o sorriso banguela mais irresistível do mundo, e as covinhas do pai... estavam ali nas bochechas da nossa filha! Assim como o queixo levemente furado, os cabelos escuros... Bella é uma cópia fiel do seu genitor, assim como no sonho.

- Oh meu Deus! Como é possível amar tanto um ser tão pequenino sogra? - Nunca pensei em sentir tanto amor como eu estava sentindo agora.

- Faço essa pergunta desde que os meninos nasceram, e agora com o nascimento da minha neta, entendo o porquê das avós serem tão babonas! Eu não caibo em mim de tanto amor por essa fofura. - Janeth tinha virado uma vovó coruja.

- Ela é tão linda! - Derreti-me pela minha filha.

- Já está bem mais linda! Está ganhando peso muito rápido! Até nisso parece com o pai, faminta! Acredito que mais quinze dias ela terá alta para sair.

- Tudo isso? - Assustei-me

- Sim, ela nasceu pequena, abaixo do peso, tem que fortalecer os pulmões, tudo isso. Daqui a pouco dias você poderá amamentar seu bebê. Mas agora, você pode segura-la no seu colo.

- Eu posso? - Arregalei os olhos.

- Sim, na verdade ela precisa ter esse contato com a mãe.

- Ela é tão pequena...

- Mais é forte, uma guerreira! Suportou bravamente todas as adversidades que já passou! Não é bebê da vovó? - Ela fazia voz de dengo para a neta.

A enfermeira mostrou-me a cadeira para que senta-se, acomodei-me na mesma e fiquei esperando Janeth tirar a bebê do incubadora, tadinha da minha filha, estava ligada à tantos fios no seu corpinho minúsculo, a respiração era agitada, pude ver seu pequeno tronco subir e descer...

Segurei minha menina como se fosse o cristal mais precioso da humanidade, era tão leve, tão perfeita...

- Oi filha! A mamãe não pode vir antes porque ela estava muito ocupada, mas eu estava morrendo de saudade de você, pensei todos os dias em você.

Amantes na noite (Lovers at night)Onde histórias criam vida. Descubra agora