just friends. | beauany

011

Josh On
Eu e Any praticamente não dormimos. Apesar de estarmos sozinhos em casa, nada, além de beijos, aconteceu. Para ser bem sincero, eu gostaria muito de que acontecesse, mas vou esperar Any.

Acordei com uma mensagem no meu celular. Era do Noah. Ele provavelmente estaria choramingando e lamentando que está tudo acabado. Mas, para minha surpresa, a mensagem dizia:

"Voltou"

Eles haviam voltado. Isso é muito bom. Eu havia quase certeza que isso aconteceria, porém não sabia que isso ocorreria tão cedo.

Decidi não ligar, pois parecia que a Any estava tendo um lindo sonho e eu tinha medo de acordá-la.

Minha preocupação foi em vão. Depois de cinco minutos ela acordou. Um segundo depois, ela se virou pra mim e sorriu, logo dizendo:
— Sonhei com você hoje! - Abri um sorriso. Sabia que era um lindo sonho.

— Imaginei. Você estava sorrindo enquanto dormia. - falei com deboche e fiz uma cara de sonhador.

Ela me deu um tapinha no rosto e logo em seguida levantou-se e dirigiu-se ao banheiro.

Antes dela fechar a porta, falei que Noah e Sina haviam voltado. Ela ficou muito feliz, nem parecia que ela já teve um crush nele. Eu odeio pensar nisso. Que minha ficante (ou namorada, dependendo do ponto de vista) já foi apaixonada pelo meu melhor amigo.

Confesso que tenho medo desse sentimento ainda existir, porém gosto de pensar que eles são apenas bons amigos.

É meu último dia no Brasil, e, mais uma vez, terei que me despedir de Any. A única diferença da última vez é que agora temos um "horário" marcado para a próxima "visita", que, no caso, é definitiva.

Estou pensando em pedir Any em namoro quando ela chegar na Califórnia. Se fosse por mim, já pediria hoje, porém sei que ela não aceitaria um namoro a distância, mesmo que essa distância só existisse por um mês.

Na verdade, eu só pretendo pedir pois já ouvi ela comentando com as meninas que queria algo mais oficial. Na minha opinião já namoramos desde nosso primeiro beijo, mas se é isso que ela quer...

Eu até entendo ela. Os culpados por ela querer o pedido de namoro e tal são os livros e filmes que ela, respectivamente lê e vê.

Arrumei a maior parte da minha mala enquanto ela ainda estava no banheiro, provavelmente tomando banho. Ela já me contou que acha as despedidas mais dolorosas aquelas em que ela acompanha tudo. E não quero a fazer sofrer.

Logo depois de ela ter saído do banho, seu celular começou a tocar. Ela não havia conseguido colocar suas roupas, então estava enrolada na toalha.

Não pude deixar de tentar espiar alguma coisinha. O quê foi? Eu sou um adolescente! Sei que fiz errado, mas era minha chance mano!

Ela se sentiu observada e pareceu meio desconfortável. Parei na hora. Ela olhou pra mim e perguntou:
— Tá olhando o quê? - ela falou como se fosse minha irmã, mas percebi que ela corou.

— Oxi! Nada. - falei, com um olhar safado.

— Me dê licença, pois preciso trocar de roupa e atender esse telefonema, caso você não tenha percebido. - ela disse, com um ar arrogante, porém debochado.

— Claro madame. - debochei e me retirei do cômodo.

A ligação demorou uns 10 minutos. Bem longos, se quer saber minha opinião. Sei que não sou dono dela, mas gosto de tê-la só pra mim...

Ela já estava vestida quando eu abri a porta. Mexendo no celular e sorrindo.

— A gente vai sair com a Diarra e a Sofya! - ela disse, toda animada.

— Legal. - falei com uma animação que  estava longe de sentir.

— O que foi? - ela disse, fazendo voz de bebê.

— Voz de bebê nãããão! - eu falei, aterrorizado.

— Ain Joshua, que chato! - ela revirou os olhos, me fazendo rir. - Mas fala o que aconteceu!

— Eu vou ficar com saudades! - eu disse, com voz de choro.

— Eu também, Joshua Beautifulchamp. - ela deu um risinho por causa do trocadilho, sendo seguido por mim logo depois.

Passamos o dia nos divertindo. Fomos ao shopping, na Avenida Paulista, ao zoológico. Foi um dos melhores dias da minha vida.

Any On
No final da tarde, minha mãe e minha irmã estavam nos esperando para irmos jantar.

Chegamos no restaurante e cada um fez seu pedido. Josh me beijou algumas vezes, quase me matando de vergonha.

Cada vez que Josh fazia isso, minha mãe levantava a sobrancelha, mas ficava quieta. Minha irmã ficava com cara de nojo. Entendo ela, já fui assim.

Na hora de dormir, ele foi para o seu quarto. Fiquei um pouco decepcionada. Poxa! Ele ficou me beijando na frente da minha mãe e na hora de dormir ele vai pra outro quarto? Não vejo sentido nisso.

{...}
Acordei com o barulho do despertador. Josh iria para o aeroporto ao meio dia, então nós teríamos um tempinho para aproveitar.

Passei no lugar onde ele estava dormindo. Ele já estava pronto, provavelmente conversando com Noah. Bati na porta duas vezes, bem fraquinho.

Consegui ouvir o barulho dele se levantando da cama. Ele abriu a porta e me puxou para o quarto.

— Dá tempo de irmos no Ibira... - ele travou, sem conseguir falar direito e eu dei  um risinho.  - Naquele parque?

— Se for rápido. - Respondi.

— É rápido, sim. Quero aproveitar meus últimos momentos em São Paulo junto com meu amor... - Dei um sorriso bobo por causa do "meu amor" e não consegui tirá-lo do meu rosto.

Escrevi um bilhete avisando minha mãe que eu havia saído com Josh e que voltaria mais tarde.

Quando chegamos lá, ficamos andando de mãos dadas por um bom tempo, sem falar nada, apenas aproveitando a companhia do outro. Ele quebrou o silêncio, dizendo:

— Any, linda, eu queria te perguntar uma coisa. - ele falou, meio envergonhado, mas me fazendo sorrir.

— Fala. - Eu disse, meio nervosa, pois talvez fosse algo ruim.

— Er, se eu te pedisse em namoro agora você aceitaria? - ele me encarou.

— É óbvio que sim! Qual a dúvida? - falei, e passei a mão pelo seu cabelo.

— Então, você gostaria de namorar comigo, Any Gabrielly Rolim Suares? - ele perguntou, sorrindo.

— É Soares! Mas sim, Joshua Kyle Beauchamp, eu quero ser sua namorada. - ele me beijou quando falei isso.

Foi um beijo lento, com muita pegada. Consegui sentir se perfume, não muito forte, um cheiro suave.

Me senti observada e corei. Me larguei dele e o encarei. Ele estava de óculos naquele dia, então seus olhos ficavam maiores.

Ficamos falando sobre como seria lá em LA, mas o tempo passou rápido e logo depois já estava na hora de ir.

Passamos em casa para pegar as coisas dele e fomos para o aeroporto de Uber. Ainda havia um tempo para nos despedirmos e foi muito aproveitado.

Voltei pra casa chorando muito. Quando eu entrei no táxi, o motorista até perguntou se eu precisava passar em um hospital.

Eu só queria que esse um mês passasse bem rápido para ver meus melhores amigos novamente.

Continua...
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Estou demorando pra postar pois, como vocês viram, o capítulo é longo e nessa semana eu estava cheia de compromissos.

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