Capítulo 30: O resgate (Rafael)

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RAFAEL

Sabe, quando a gente tem vontade de contar
A novidade de uma pessoa
Quando o tempo passa rápido
Quando você está ao lado dessa pessoa
Quando dá vontade de ficar nos braços dela
E nunca mais sair

Sabe, quando a felicidade invade
Quando pensa na imagem da pessoa
Quando lembra que seus lábios encontraram
Outros lábios de uma pessoa
E o beijo esperado ainda está molhado
E guardado ali...

Em sua boca
Que se abre e sorri feliz
Quando fala o nome daquela pessoa
Quando quer beijar de novo muito os lábios
Desejados da sua pessoa
Quando quer que acabe logo a viagem
Que levou ela pra longe daqui

Sabe, quando passa a nuvem brasa
Abre o corpo, sopro do ar que trás essa pessoa
Quando quer ali deitar, se alimentar
E entregar seu corpo pra pessoa
Quando pensa porque não disse a verdade
É que eu queria que ela estivesse aqui”

SEI - Nando Reis

 

***

A cada momento, o GPS acusava estarmos mais próximos do objeto rastreado.

Meu coração dava porradas e minha cabeça parecia receber marteladas.

Apesar do clima ameno, minha camisa e meu cabelo grudavam de suor.

Peguei minha carta, meu amuleto, e apertei com força junto ao peito (era uma cópia - fiz várias e guardei a original muito bem, por isso não me importei se ela se molharia com o suor ou amassaria).

Andamos mais uns poucos metros e paramos no topo de um morro. Havia apenas uma casa bem pequena, isolada. Aquilo nos chamou ainda mais a atenção. A área era arborizada, ou melhor, cercada por um matagal. Não chegava a ser um sítio, chácara ou granja.

A tensão era palpável e não podíamos errar.

Era ali! Ratifiquei. Só podia ser ali!

Via rádio comunicador e celular foram feitos os contatos. Eu estava surtando por estar ao mesmo tempo tão perto e tão longe do meu anjo.

Mesmo correndo o risco de nos distanciarmos do outro ponto (que também tinha sido rastreado), Maguila pediu que Betão e os demais nos encontrassem.

Camuflamos os carros em meio às árvores. Parece que não fizemos muito alarde, já que ninguém saiu da casa para conferir a movimentação. Agradeci a Deus, como minha linda faria nessa situação.

PH, um dos seguranças, depois de fecharmos a estratégia, saiu do carro empunhando sua arma, correndo pela mata até desaparecer de nosso campo visual.

PUTA QUE PARIU! Eu me senti em um filme de ação, mas estava indefeso e impotente como uma mocinha. Eu queria descer e desferir golpes, imobilizar vagabundos, nocautear aqueles merdas (eu acredito ter mais que um) - mesmo que meu treinamento não seja para “brigas de rua”, para salvar minha anjinha vou contra quaisquer desses princípios que sempre prezei.

Todos tentaram me distrair até que minutos depois PH fez contato. Ele disse que havia apenas um carro escondido nos fundos da casa e que a movimentação lá dentro era mínima. Segundo ele, o imóvel tinha poucos cômodos e pela janela visualizou o que parece ser uma televisão ou um computador ligados.

Deixamos Murilo como motorista e nos dividimos (cada um de nós ficou com pelo menos um segurança).

Segui com Maguila e visualizamos o carro.
PORRA! Desgrenhei meu cabelo como se aquilo fosse me acalmar. O CARALHO do carro clonado que o Vítor tinha falado conosco era o carro que o PH tinha avistado de longe.

Transformados pelo amor (Livro 1: Tinha que ser Você) -  disponível até 30/09Onde histórias criam vida. Descubra agora