RAFAEL
“Quero ser uma luz no céu
Pra que você me escolha
Vou mudar o mundo
Escrever a nossa nova história
E quando esse inferno passar, vou esperar
E não haverá fim”Nova História - Banda Malta
Quando chegamos ao Brasil, fui acordado por George, que estava nitidamente preocupado. Tive recorrentes pesadelos durante toda a viagem e acordei gritando várias vezes, sendo contido pelos três, que foram atingidos por inúmeros golpes. Demorava muito para eu perceber que era apenas mais um sonho horrível, já que era tudo muito intenso e real.
Não me desculpei nenhuma das vezes. Não aceitei água nem comida. A única coisa que eu fazia era procurar de maneira insana minha carta e apertar meu “amuleto” contra o peito, deixando-o em contato com meu coração.
Quando chegamos ao saguão, uma equipe do Maguila já nos esperava e não tivemos problemas com fãs ou com a imprensa.
Ainda bem porque não sei como eu me comportaria, uma vez que agia roboticamente.
Já no carro, vi que conversavam baixo e pedi que me levassem direto para o apartamento da Liz. Todos me olharam perplexos, uma vez que desde que soube do ocorrido não havia falado nada, apenas chorava e dormia.
Na chegada ao apartamento, fui recebido pela Leila, que ao perceber meu estado lastimável, me surpreendeu com um abraço carinhoso. Não quis saber de ninguém. Perguntei apenas pelos cachorros e ela disse que eles não saíram do quarto da minha linda desde que chegaram do parque com a Gabi.
A cada passo, um aperto no peito, uma lembrança nossa, uma dificuldade de respirar. Era tudo confuso, estranho e paradoxal. Ao mesmo tempo que me sentia anestesiado, inerte, estava imerso em uma dor que latejava e rasgava meu peito... meu coração dava porradas que atingiam dolorosamente minhas costelas. Jamais imaginei que algo pudesse ser tão doído, dilacerante e insuportável a ponto de me fazer desistir de lutar.
Fraco. Medroso. Irado. Medíocre. Egoísta... a minha lista de “adjetivos” só cresceria se eu continuasse a preenchê-la. O fato é que nunca precisei lidar com perdas e ter meu amor sequestrado, raptado ou sabe-se lá o que aconteceu com ela, drenava, mimava minhas forças.
Eu não sou capaz de sobreviver sem ela... muito menos viver. Eu nunca soube o que era a felicidade e agora ela tinha sido brutalmente arrancada de mim... estou perdido, cego pelo ódio, desesperado.
A porta estava recostada e entrei de uma maneira muito controlada para o meu gosto. Pelo menos uma vez, desde que tudo aconteceu, eu consegui pensar em alguém a não em mim e em minha dor: eu não queria assustar Lolla e TUF.
Ambos sentiram a minha presença e me olharam, sem descer da cama. Deixei minha inseparável mala de mão (com minha carta) na mesinha, ao lado de nossas fotos.
Nessa hora, revivi cada momento que passamos juntos e desabei de novo. Imergi em meu sofrimento, agarrei os dois pelancudos com muita força... eles pareciam precisar daquilo tanto quanto eu (e nem rosnaram). Eu deitei em posição fetal, agarrado a eles, com TUFOFO e Lollúcia no entorno e chorei copiosamente. Eu me senti ainda mais impotente e deprimido. Por mais que quisesse reagir, não conseguia abrir os olhos e encarar a realidade. Eu estava no fundo do poço, que parecia cada vez mais fundo.
Não sei quanto tempo permaneci lamuriando, eu estava em um buraco negro que a cada instante drenava ainda mais minha energia, levando-me a um lugar que nunca imaginei existir, quando “ouvi” a voz do meu anjo:
Eeeei! Seja forte, amor! Um homem desse tamanho não pode fraquejar, lembra!? Você tem toda a vida pela frente... COMIGO! Espero em Deus que você reaja! Eu preciso de você, meu MEU! Venha me encontrar! Eu te amo simplesmente porque te amo... sempre foi assim!
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Transformados pelo amor (Livro 1: Tinha que ser Você) - disponível até 30/09
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