My hero

689 101 27
                                    

*Hoseok*

Eu realmente vou matá-lo. Onde estava com a cabeça, Hoseok? Ah, é claro, cem por cento em Min Yoongi e é por isso que está aqui agora, no meio de gente com cara suspeita, jeito suspeito, ações suspeitas, que podem estar planejando roubar os seus órgãos.

Abraçava o meu próprio corpo, tentando me proteger do vento frio, que balançava meus cabelos para todas as direções. Por um momento, preocupei-me com o estado em que estariam quando Suga me visse, mas depois me lembrei que ele deveria estar bêbado demais para notar cabelo despenteado. Bem, o primeiro passo era encontrá-lo, isso se eu tivesse acertado o lugar onde ele estava, já que nem mesmo ele sabia explicar onde era.

Estufei o peito para parecer mais perigoso e confiante, mas assim que fiquei há um metro do homem mal encarado mais próximo, encolhi feito um cão medroso. Não me culpem, os caras eram duas vezes maiores e mais fortes que eu. Enquanto andava pela ruela, sendo observado por olhares no mínimo assustadores, precisava olhar para cada canto, procurando qualquer ponto platinado caído por aí.

Só não pensei que seria tão fácil de encontrar.

Sua voz podia ser ouvida há quadras de distância, uma voz embargada e com gargalhadas altas. De repente, dei-me conta de que nunca havia o ouvido rir tão alto. Então era isso, pessoas desconhecidas e bebida faziam-no rir mais do que eu havia  conseguido em nosso breve tempo juntos. Eu o faria rir assim, estava certo disso, mas primeiro precisava resgatá-lo… Se é que ele precisava ser resgatado.

—… Era a maior merda que eu já vi! Sério, fiquei traumatizado com cachorros depois daquilo. Minha mãe mandou… Eu peguei aquilo com um plástico, mas a consistência não era legal… Hobi!!!

Eu estava parado, encarando aquele ser sentado em cima do capô de um carro e sem camisa, levantando-se e desviando de pessoas, completamente trôpego. Se eu não o conhecesse, sairia correndo dali sem olhar para trás, com medo de ser abusado ou algo do tipo. Apesar de completamente bêbado, o olhar sedutor e o sorriso malicioso de Yoongi não lhe fugiam, permanecendo firmes e fortes em seu rosto.

Não consegui evitar de dar um passo para trás, quase tropeçando e caindo sobre um outro cara parado atrás de mim. Inclinei a cabeça para cima, vendo que era, pelo menos, vinte centímetros mais alto que eu. Ah, se fosse para me foder, que fosse o Yoongi, que era menor. Que puta duplo sentido.

— Sabia que… — Soluço e riso.— Você viria! E… olha só! Você está com pijama embaixo da roupa! Que garotinho fofo…— A gola do meu casaco foi ligeiramente puxada para baixo, revelando parte da minha clavícula e o pijama azul que não tive tempo de trocar e vesti tudo por cima. Alguns homens, que provavelmente estavam se divertindo com a embriaguez de Suga, deram risadas do meu rubor. — Parem de rir do meu namorado! Meu herói!— Arregalei os olhos, mais por conta do medo do que por vergonha. A homossexualidade não era bem vista ali, então o modo defensivo ativou-se instantaneamente na minha cabeça.

— Pare de dizer besteiras, Suga! Anda logo, vou te levar para a sua casa. Está muito louco. — Segurei seus ombros desnudos, para guiá-lo, percebendo que sua pele estava muito fria e arrepiada. Não havia nem sinal de alguma blusa ou casaco dele, o que me fez pensar do porquê de ele ter tirado… Mas, não importava, não era da minha conta.

— Espera!— Ele virou-se de frente para mim com um girar de calcanhares meio tonto.— Você não prefere ir para a sua casa? Vamos transar! — Ele gritou a última frase, mordendo os lábios e rindo escandalosamente quando os caras começaram a zuar e rir dele. Realmente, o senso de “Estão rindo de você e não, com você” do Suga era completamente extinto sob o efeito do álcool ou de qualquer outra coisa que ele tenha consumido.

Dois TonsOnde histórias criam vida. Descubra agora