Capítulo 15

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Não havia passado nem vinte minutos desde a chegada delas no teatro e Ge já estava ameaçando Jane de assassinato.

– Eu não o convidei, Georgie, eu juro!

Os lábios de Ge se contorceram em descrença.

Jane era uma boa mentirosa, mas era coincidência demais; não havia como convencê-la desta vez.

– Chega, Jane, eu sei que sim. Bem, de qualquer forma, não importa. Eu disse que jamais falaria com ele novamente e pretendo permanecer firme nesta decisão.

Jane franziu o cenho.

– Então, se o sr. Dawson vier até nós, tu vais simplesmente correr e se esconder?

Ge sorriu de maneira irônica.

– Precisamente.

– Então vais simplesmente me largar aqui sozinha? Tu sabes que preciso ficar aqui no salão por ao menos um tempinho...

– Ora, por favor, não sejas tão dramática! Teus amigos chegarão em breve, se alguém ficará sozinha esta noite, este alguém sou eu. Aliás, acho que irei procurar meu assento agora mesmo...

Jane arregalou os olhos.

– Mas já?! Ainda há uma hora antes do início da peça.

Ge simplesmente deu de ombros.

– Ao menos não terei de aturá-lo no camarote. Receio que teu plano tenha falhado.

Jane revirou os olhos em resposta, mas Ge já havia partido antes mesmo dela terminar o gesto.

A boa notícia era que Georgie iria sim ter de aturá-lo no camarote, como descobriria em breve. Ao menos, isto era o que Jane havia pensado.

Após ter certeza de que Georgie não estava mais no salão, ela se aproximou do sr. Dawson, que estivera nervosamente esticando o pescoço para encará-la.

Se Jane não houvesse pedido para que ele fosse discreto... Deus sabe que Georgie já teria enterrado o corpo dela há tempos.

Jane julgou melhor puxá-lo para um canto do salão. O dono do teatro havia apresentado-a a alguns convidados mais cedo e os que haviam acabado de chegar agora estavam curiosos para conhecê-la também.

Assim que se certificou de que estavam escondidos o suficiente, ela deu-lhe um tapa no braço e sussurrou:

– Não leste a carta que mandei junto com o ingresso?! Ela suspeitou de mim assim que o avistou! Eu avisei para que não ficasses encarando...

Como se não houvesse ouvido nada do que ela acabara de dizer, Arthur encarou a porta pela qual Ge havia saído alguns minutos antes.

– Ela está claramente furiosa comigo – disse. – Esta foi uma péssima ideia e tu sabes que sim, Jane. Eu não saberia o que dizer a ela de qualquer maneira. Ainda estou tão chateado que provavelmente apenas a machucaria mais...

Jane suspirou.

– O fato de que disseste isso prova justamente o contrário.

Arthur respirou pesadamente, considerando, e ela encheu bem os pulmões antes de continuar em um tom calmo:

– Escuta. Como eu havia dito antes, Ge não teve absolutamente nada a ver com o que os jornais noticiaram. Eles queriam destruir a mim e arrastar o nome dela junto ao meu foi apenas um bônus.

Ele pôs a taça na mesa próxima a ele, ainda calado, e Jane teve a impressão de que seu silêncio emanava apreensão.

– Eu entendo isso, mas ainda assim... Ela não me contou que é casada... – ele sussurrou.

Jude & JaneOnde histórias criam vida. Descubra agora