Capítulo 21

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Edmund agora tinha absoluta certeza de sua teoria. Os crimes de Sutton haviam sido perdoados e ele fora libertado da prisão para realizar o plano; afinal, precisavam de um profissional que não os mataria acidentalmente de verdade. Após o ataque, o sniper, então, tivera ajuda para escapar do país, como haviam concordado previamente.

A colaboração de Sutton na investigação da corrupção nada fora além de uma história inventada para acobertá-los, o que promoveu a popularidade deles entre as pessoas comuns. O objetivo principal do esquema era, desde o começo, dividir a oposição e aumentar seus poderes a partir de uma guerra ao medo que eles mesmos criaram.

Ed não podia mais suportar não fazer nada.

Jane havia enchido a mente dele com a ideia de fazer a diferença de verdade, pois não sabia que os dois interpretavam essa frase de maneira bem diferente.

Ed tentou não quebrar sua promessa e por isso não mencionou nem Jane nem Jude para Lord Hartford, mas mencionou o caso.

E se arrependeu imediatamente.

A resposta de John foi rápida e seca, pois ele considerou um imenso desrespeito ter seu aluno sugerindo-lhe como fazer seu próprio trabalho e Ed considerou um imenso desrespeito ter sua opinião tão duramente dispensada.

Ele conseguiu não perder a paciência e focar na lição, mas quanto mais o dia do julgamento se aproximava, mais difícil era segurar seus ímpetos.

Às vésperas da grande audiência, distribuindo panfletos nas ruas, ele finalmente explodiria.

Naquele dia, Harvey e ele precisaram insistir na presença de Jane porque necessitavam de toda a ajuda possível e ela reclamava que Jude era mais útil no processo de escrita do que Jane era falando com estranhos nas ruas.

Eleanor, cansada de ouvir os protestos da amiga, sugeriu que as duas tomassem um pouco de ar fresco antes de voltar à tarefa e foi nesse momento que Ed notou, de longe, Lord Hartford numa discussão fervorosa com Thomas Harvey.

– Tu és o culpado de tudo que aconteceu – disse John tentando ao máximo controlar seu tom. – Eu deveria saber que não eras confiável desde o momento em que o conheci! Foste muito educado quando querias que eu desse minha permissão, mas agora te atreves a distribuir... Isto!

Lord Hartford rasgou um dos panfletos que ajuntara do paralelepípedo.

O sr. Harvey ajeitou os óculos e cruzou os braços em silêncio.

– És um homem sem caráter, Harvey! Tu me enganaste, desrespeitaste à minha família, agiste pelas minhas costas e encorajaste toda esta baboseira sem sentido de Jude Hartford! – continuou. – Lady Jane é uma jovem impressionável e tu tiraste vantagem disso!

Tom franziu a testa.

– Já leste pelo menos um de seus artigos?! Seus livros, talvez?! – ele deu um passo à frente. – Eu entendo que penses que não tenho caráter, mas, honestamente, pensas que ela é tão ingênua? Peço que não dês a mim o crédito pela indisciplina dela, ela é esperta o suficiente para fazer o oposto do que dizes sem minha ajuda.

John ergueu as sobrancelhas imediatamente.

– Oh, então achas que conheces minha filha melhor do que eu? – seu tom elevou-se no final. – E pior: achas que não sei criar minha própria filha?!

– Parem com isso!

Nenhum dos dois sequer virou o rosto para ver quem havia feito o pedido.

Henry Bentley, que se aproximara com um olhar preocupado, ficou entre ambos, pôs a mão sobre o ombro de John e pediu que ele tivesse calma.

Jude & JaneOnde histórias criam vida. Descubra agora