O Som de Northigh

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A trilha sonora de filmes é sempre o ponto de produção que mais me fascina. Poderia citar minhas trilhas favoritas, entretanto eu iria ficar por muito tempo falando de tal assunto. Todavia como não citar o clássico de Psicose, ou Sinais, ou O Exorcista, também recomendo ler meus relatos ao som da trilha de Halloween, mas o próximo momento que irei narrar, convido você a ler com a música de Poltergeist, principalmente os minutos finais da sutil e assombrosa melodia.

Ronan caminhou lentamente e pode ver todas aquelas crianças brincando de roda, inclusive a já conhecida Lindsay, elas pareciam normais, pareciam se divertir, então repentinamente todas pararam de rir e olharam para o rapaz. O estômago dele pareceu gelar, então ele deu passos para trás e quando ameaçou correr esbarrou num ser que tinha o corpo de homem e uma cabeça de bezerro. As crianças começaram a gritar e o rapaz perdeu os sentidos.

Sério, você leu isso com a música? Se sim, certamente sentiu o poder da música sobre seus sentimentos. Essa é a importância das trilhas dos filmes. Entretanto, pararei de citar filmes, não quero receber processos relativos a direitos autorais.

Ronan ficou ali desmaiado em meio aquele lugar empoeirado e escuro. Até que ele começou a ser puxado por alguém, com a vista embaçada, podia-se ver apenas que era uma criança.

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Karolina Pliskova cruzou os braços para esperar a pessoa misteriosa sair de seu carro, todos nós olhávamos ansiosos. Seria alguém para ajudar a resolver todos os problemas, ou seria algum aluno que sumiu de nossas vistas? Talvez todo aquele suspense não significasse nada e de fato.

Depois de quase dois minutos, pudemos ver as duas pernas saírem do carro, com os pés calçados com um par tipo allstar cano longo preto já velho e gasto, como de um autêntico jovem da idade de nossos alunos. Então quando levantou, parecia terminar de vestir uma camisa que estava toda rasgada e suja. Depois sacudiu o cabelo e colocou os óculos. Era o jovem Michael Hausen, que estava todo machucado e vermelho.

Ao ver tal imagem, Ivena correu para ajudar o sobrinho. Eu fui atrás, na intenção de fazer o mesmo, porém desisti ao perceber que o menino empurrou a própria tia e passou por nós oferecendo seus dedos do meio para todos ali. E assim ele foi em direção ao prédio menor.

— É, senhorita Hausen, parece que seus problemas ultrapassam a escola. Sua família também é muito conturbada. — dizia Karolina já quase passando pelos portões da escola, entretanto, a professora caminhou rapidamente e parou bruscamente de frente para a detetive.

— Você não vai entrar na minha escola! — disse Ivena com rispidez, como que pronta para avançar em cima da Pliskova.

Eu e Tyler olhávamos para aquela cena intrigante. Sinceramente, eu esperava que não acabasse mal, mas o sorrisinho leve estampado no rosto da menina Wendy mostrava que o desejo dela era realmente ver o circo pegar fogo. Então, alguns jogadores do time de basquete, que chegavam para consultar o capitão sobre suas ausências no treino, acabaram parando ali para observar aquele embate que se instalava. O embate dessas mulheres parecia que seria épico. Esse é um bom momento para tocar ao fundo, a canção Rolling in the Deep, pois quem caísse naquele embate, cairia matando.

— Você não vai facilitar mesmo as coisas, não é? — Pliskova olhou dentro dos olhos de Ivena. — Encontrarei uma forma de furar esse bloqueio e se tiver que derrubar todo o império Hausen, assim eu farei.

— Pois tente. Existem impérios que são fundados na areia, mas os Hausen têm uma enorme rede de fundações firmes e prontas para qualquer abalo. Nunca uma detetive de meia boca irá sequer causar uma rachadura nisso e se causar, cai morrendo. Então, esteja ciente de que você e seu grupo jamais pisarão em minha escola. — Ivena era firme em suas palavras, aquilo me derrubaria, mas Karolina nem mesmo sentia nenhum problema em suas estruturas, ela permanecia a encarando. Olho no olho.

O Fantasma da NorthighOnde histórias criam vida. Descubra agora