Colateral (Parte 3)

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As luzes fortes, a música alta e vários jovens dançavam na boate da capital. Boate que ficava próxima a Universidade, ou seja, era o ponto de encontro para grandes grupos de alunos que saiam da faculdade. Quase todos estavam com taças e copos cheios de vodca ou vinho, alguns mais sofisticados, bebiam e distribuíam whisky nas áreas dedicadas aos convidados especiais e seus amigos.

Entre diversos convidados ricos, estava Katie, que ainda jovem, 17 anos antes, sustentava ambições e desfrutava de tudo que conquistara com sua aclamada carreira como modelo. E era realmente bela, os traços finos e delicados, se chocavam com um olhar absurdamente sedutor e forte. Diziam que bastava ela olhar em seus olhos e automaticamente você se via quase preso, sentenciado a admirá-la e era esse um dos pontos que a destacava das outras. Quando ela começava sua jornada de sedução pela passarela, os flashs, as câmeras, os olhares buscavam sua face. Os cabelos eram da cor do cobre e seus olhos, os mais poéticos, diziam ser oceanos, com um verde claro como as águas. Não julgue minha percepção da cor da água, tentei ser poético.

Tudo que soube sobre o passado de Katie Spencer se resumia em ouvir que ela era uma jovem, apesar de rica e ambiciosa, ela era de uma humildade sem igual. Era apoiadora de organizações que ajudavam as classes mais desfavorecidas, amava fazer bem a quem precisava. Tudo isso pela incrível criação que teve. Era filha do reverendo em sua cidade, não que isso signifique muito para a maioria, mas para ela sim, cada ensinamento do pai era um tesouro que ela guardava em seu peito.

Mas não se engane, quase todos nessa história têm seus fantasmas pessoais, até a recatada e amável Katie Spencer.

Aquela festa era, na verdade, organizada pela agência onde, na época senhorita Lancaster trabalhava. Diversas modelos faziam as honras e se exibiam no intuito de ganharem um contrato com algum novo empresário. O lugar estava cheio por conta de que alunos da Universidade tinham direito a entrar, porém, os empresários ficavam nos camarotes, fazendo suas análises afim de contratar a modelo ideal.

Ela, desmotivada e contrariada, estava ali sentada naquele imenso estofado quando James Spencer se sentou ao seu lado.

— Oi. — disse ele. Ela mirou seus olhos claros, entretanto foi ele quem ficou hipnotizado com os dela.

— Oi. — respondeu esforçando-se para ser a mais educada e receptiva do que realmente tinha vontade de ser.

— Por que está tão desanimada? — perguntou ele, bebendo o drink que acabara de pegar.

— Eu não queria estar aqui. — com mais sinceridade que devia, ela respondeu, olhando para a frente.

— Posso te pagar um drink? — perguntou Victor.

Quando ela finalmente o olhou mais atenta O jovem Spencer era o típico galã de filmes de ação. Sustentava um corpo bastante atlético e ombros largos. Seus olhos azuis e seus cabelos loiros faziam parecer que ele tinha descendentes alemãs, talvez. Ao notar a beleza do jovem a sua frente, Katie se viu balançada, porém, manteve-se firme e não se mostrou uma mulher fácil.

— Desculpa, mas eu não bebo. — respondeu desviando o olhar e voltando outra vez sua atenção para frente, observando as luzes do local.

— Uma pena, mas nada que eu não resolva. — ele olhou para a direção do bar e chamou um dos jovens que faziam o atendimento, prontamente o rapaz correu para atendê-lo. — Traga um suco daqueles caprichado para essa linda jovem. Katie sorriu, mas não deixou que ele percebesse. O rapaz rapidamente voltou para o bar em busca do pedido de James.

— Sou James Spencer de Northigh. Um prazer conhecê-la, senhorita? — disse ele pegando a mão dela e beijando-a.

— Katie Lancaster. — não demorou nada para que ela estivesse presa a seu charme. O rapaz do bar voltava e entregava a Katie uma taça e quando ia retornando ao bar, pegou com James alguma quantia em dinheiro.

O Fantasma da NorthighOnde histórias criam vida. Descubra agora