Motivos

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Nem tudo que eu vos conto, eu pude ver com meus olhos, nem em tudo tenho certeza, mas também trabalho com especulações para contar em primeira pessoa aquilo que realmente for necessário para que você, meu leitor, entenda perfeitamente bem. Como posso dizer? Sou um canal para que você entenda que não deve ser muito curioso, pois isso pode te matar, por exemplo. Já falei sobre isso, descobrimos que nem todo gato curioso terá sete vidas. Apesar de saber disso, lá estavam Wendy e Tyler atravessando a grade puída e invadindo a mansão onde se concentrava a maldita seita. Lá estava eu com uma arma apontada pra minha cabeça mais uma vez. Lá estava Maya, com Olivia, passando pelos portões da Northigh School. Todos enrolados no grande arco desse relato, sem ao menos saber quem era o verdadeiro vilão.

Maya chegou à escola completamente tensa e Olivia a seguia. A detetive estava cercada por pessoas que agora sabiam que ela já havia desmascarado a polícia e descoberto o responsável pelo desaparecimento de Travor, Oliver Hausen, quem também saberia sobre todos os outros crimes que aconteceram.

— Senhorita Hausen, não abra os portões para ninguém, pois ninguém nessa cidade é confiável. — disse Maya assim que entrou na sala da diretoria.

— Mas o que houve? O que você descobriu? — questionou Ivena.

— Alguma coisa muito séria, pois a polícia está atrás de nós. — respondeu Olivia.

— Eu não posso permitir que fique aqui, senhora Ferguson. Alguns alunos já voltaram e estão se acomodando, não posso os expor a perigos outra vez. — dizia Ivena se colocando de pé.

— Aqui é aparentemente o local mais seguro agora, pois até a força nacional chegar, em qualquer lugar nessa cidade estamos em desvantagem e perigo. — disse Maya, olhando direto nos olhos de Ivena.

— Força nacional? O que está acontecendo de verdade?

— Seu pai, Oliver Hausen, o diretor dessa escola e, consequentemente, o secretário da educação dessa cidade, é responsável pelo desaparecimento de um rapaz...

— O Travor. — completou Olivia.

— E é bem provável que ele e todos os outros homens e mulheres de cargos, ou grandes bens daqui sejam parte do maldito esquema responsável pelos desaparecimentos de crianças e adolescentes, além dos assassinatos. — declarou Maya.

Ao ouvir isso, Ivena, não se surpreendeu, porém, a professora fora tomada por um grande mal estar, sentiu uma tonteira e precisou se sentar.

— Professora, está tudo bem? — indagou Olivia.

— Há anos não sinto isso. Algo terrível está pra acontecer. — dizia Ivena ofegante. — Eu preciso encontrar o David, ele está com o menino, se fora daqui estão em perigo, preciso encontrá-los. — ela se levantou pegando a chave da van da escola, já que seu carro estava comigo.

— Não posso permitir que saia daqui, pode já ter pessoas esperando do lado de fora da escola. Até a força nacional...

— Não me importo. O menino é meu filho e o David... — ela parou para pensar. — Eu preciso ir.

Maya olhou para ela e pensou.

— Então nós vamos juntas. — disse a detetive. — Mas avise ao porteiro que não abra a escola para ninguém que não formos nós. Menina, ajude a olhar isso. — disse para Olivia.

Ivena saiu da sala primeiro, muito desesperada, quando já estava na metade do caminho para a saída, ela parou, olhou para trás.

— Faça melhor! Vamos nos dividir. Encontre o David e o meu filho com a van e me dê seu carro para que eu vá a outro lugar. — propôs, respirando fundo, a professora, estendendo a mão e pedindo a chave do carro de Maya.

O Fantasma da NorthighOnde histórias criam vida. Descubra agora