O Fantasma da Northigh

Identidade

O que você é? O que você representa? Creio que eu já devo ter citado que se existe a possibilidade de você seguir respirando, é porque você tem uma importância, alguma coisa você tem a contribuir, algo você pode fazer por alguém. Você só fará o que precisa, se você for você mesmo. Se for exatamente o que é. Não há necessidade de mudar. Tenha uma identidade, uma marca única para mover sua história e tocar em outras.

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Depois de uma noite intensa e muito reveladora sobre tudo que aconteceu, a escola estava cheia, não para aulas que viriam a acontecer, mas para o início do torneio regional de basquetebol. Ônibus chegavam lotados com atletas concentrados e ao mesmo tempo torcidas alucinadas. As escolas de fora, participantes, seriam a Happy Way School (escola que eu tenho medo por esse nome), da cidade local; a High School Tomorow e a Trablehigh School das cidades vizinhas.

No sorteio ficou definido que a Northigh School enfrentaria a Tomorow de início. Nas últimas três partidas, foram duas derrotas e uma vitória na prorrogação contra eles. Ou seja, seria já um jogo difícil. Se vencessem estariam na final contra a equipe vencedora do outro confronto, se perdesse, teria de acompanhar outra equipe a erguer a taça e ver de longe o campeonato nacional.

Tyler que desde o início da noite passada havia sumido, treinou durante boa parte da noite, depois foi para o alojamento e tentou ter uma boa noite de sono, foi difícil para ele, pois estar longe de Wendy e dos planos que ele ficava conhecendo conversando apenas por mensagens no celular estava o angustiando.

Eu, Wendy e Karolina iríamos subir ao sétimo andar durante o jogo da Northigh Crows, como eram conhecidos os times esportivos da escola. A missão era resgatar o menino do sétimo andar, mas antes ainda haveria a inspeção. Lolita tinha a missão de cuidar para que Ronan permanecesse bem e que Olivia, que não podia dançar por conta da torção no tornozelo, ficasse longe de saber qualquer coisa. Afinal listamos diversos possíveis suspeitos de manter a criança em cativeiro e os Spencer estavam entre eles. Tínhamos um homem morto em um carro na floresta e diversas coisas que não paravam de acontecer, que não tinham explicação. Por que não ajudamos aquele homem na floresta e seguimos viagem? Não podia se confiar em ninguém fora daquele grupo, fora daquele carro, ou nem neles se pode confiar?

A menina Lolita contou como foi a tensão de não conseguir falar por horas, ela ainda nos contou ter sido furtada e por sorte achar seus documentos alguns quarteirões depois de onde pegou no sono. Relatou ter me visto passar de bicicleta, mas não ter conseguido gritar. Mas o mais horripilante foi ter entrado na escola sem ao menos ser notada. Ela contou que sabendo do menino, foi direto para o sétimo andar e levou ele para a terceira sala, onde depois chegara Ronan e eu. Tudo que já narrei com poucos detalhes, ela contou.

A escola estava empenhada, faixas eram penduradas, alunos ficavam alucinados, pois nos últimos jogos, foram seis vitórias e apenas uma derrota, para os Trablehigh Jaguars, que sem dúvidas eram os favoritos.

"Fique tranquilo, dê o seu melhor e depois te informo tudo." era a mensagem que chegara ao celular de Tyler quando ele estava sentado no banco do vestiário, ainda sem camisa, preparando-se para o aquecimento.

- Meu Deus, que eles consigam! - sussurrou Tyler, enquanto seu companheiro de equipe chegava para o chamar.

- Vamos, capitão! - disse.

Tyler levantou-se vestiu a camisa de aquecimento e seguiu o outro atleta e a equipe.

O primeiro jogo estava marcado para as dez da manhã. Os Crows enfrentariam o Tomorow Dreamers. A inspeção de Karolina Pliskova na escola seria as nove e já estava para começar, a intenção da inspeção era, na verdade, observar detalhes do lugar para que o resgate de Samuel acontecesse tranquilamente. O problema é que não sabíamos, mas ele não estava lá a essa altura.