Capítulo 40

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      Pov Ness

      Eu olhava em volta e eu tinha total certeza que todos estavam prontos para a guerra que se aproximava, para ser mais específica, a guerra que aconteceria no dia seguinte conforme a Tia Alice.

    Eu mandei uma carta para os Volturi marcando um encontro com eles para conversar apenas, eu disse que iria só, mas é claro que não era verdade, eu não confio nos Volturi para tanto.

   Desde o dia em que a Tia Alice soube que eles tinha aceitado o pedido estávamos treinando todos juntos, vampiros e lobisomens trabalhando por um bem em comum. 

   Mas ali sentada na pedra e olhando todos conversando que percebi que mesmo depois que a guerra acabasse essas pessoas não seriam mais inimigas, mas sim, amigas.

   --Quem diria que um dia na minha longa vida eu viria vampiros e lobisomens conversando nessa paz? — falou meu avô Carlile.- Tudo graças a você.

   --Vô eu não fiz nada de mais. — falei para ele.

   --Você realmente não consegue perceber o quanto você fez mudanças. — falou meu avô e depois ficou sério.- Ness, eu ouvi a sua conversa com a Clay ontem a noite, foi sem querer que eu ouvi, mas ouvi. Você sente que seu nascimento foi uma maldição, mas não foi.

   --Como não, quase matei minha mãe antes mesmo de nascer.

   --E ela não se arrepende em nada do que fez. Quando todos nós desistimos de você, ela não, ela lutou por você. Sabe antes de você nascer tínhamos repulsa de você. — eu olhei para ele sem entender aonde ele queria chegar com aquela conversa.- Mas hoje eu sei que o que tínhamos era medo.

    "Não medo de você, mas medo de não sermos bom para você. De que os nossos erros afetassem sua vida, seu futuro. Porém, quando você nasceu, Ness tudo mudou, em mais de 300 ano eu finalmente percebi que tinha alma e que ela poderia ser salva. Porque só alguém com alma pode amar alguém do jeito que te amamos. Você é nossa luz na escuridão.

    Eu não percebi estava chorando até que ele terminou de falar. 

    --Mas vovô como posso liderar essas pessoas? — essa era a pergunta que mais me incomodava.

   --Mas você já não vem fazendo isso a algum tempo? — ele perguntou.

    --Sim. Mas é diferente. — eu expliquei-lhe.- Antes fazíamos por ordem, agora temos um proposito para lutar.

   --Então use esse proposito e siga seu coração, assim irá liderá-los. 

   --Muito obrigada pelo conselho. Não sei o que seria da minha vida sem você aqui. 

   --Seria muita coisa. Na verdade, você já é uma grande mulher. Agora vai se arrumar, vai ter fogueira lá em La Push. 

    Eu dei um beijo nele e sai correndo. O treino terminara e todos estavam entrando na casa. Eu fui para minha casa, precisava de um banho urgente. 

    Coloquei um short jeans curto, uma blusa regata e um tênis e uma jaqueta. 

     Todos já estavam prontos só me esperando para sairmos. 

    Chegamos na praia bem na hora do por do Sol e Sam já estava com a fogueira acesa e a carne assando. Sentei-me no colo do Jake e ficamos conversando enquanto os outros chegavam.

   --E aí quem vai começar a contar as histórias? — perguntou o Seth após assaltar a carne.

   --Penso que o Carlile deve contar alguma história dessa vez, o que acha? — falou o pai do Jake.- Por favor nos conte algo.

   --Que tal se eu contar uma história da época em que eu morava com os Volturi, assim vocês podem entender melhor o que vamos enfrentar. — Carlile falou para nós e pensamos que a ideia era boa demais.

   Então ele começou a contar uma história de como os Volturi adoravam punir as pessoas e para eles isso era apenas diversão. 

   --Eu amo demais você Ness. — falou o Jake no meu ouvido.- E estou com medo.

   --Medo? _perguntei olhando para ele.

   --Tenho medo de te perder nessa guerra. Sabe, hoje eu entendo o que seu pai sentia todas às vezes que a vida da sua mãe estava em risco.

   --Sim, mas naquela época minha mãe era humana e eu sou meio humana. — olhei no fundo dos olhos dele para dizer o que eu ia dizer.- Mas você está certo eu realmente posso morrer, mas saiba que eu morreria com orgulho, pois terei finalmente acabado com esse império de opressão que os Volturi fazem com os vampiros.

    --Eu só espero que você não me peça para seguir depois que você partir?

   --Jamais pediria isso para você. Acho isso o maior egoismo. Você só vai seguir se você quiser e quando estiver pronto, nada, além disso, tudo bem.

   --Não quero seguir sem você, então não morra.

   --Pode deixar. 

   Nisso voltamos a prestar atenção nas histórias e dessa vez quem contava era meu pai e o jeito que ele falava me deixava muito focada, eu adorava ouvir meu pai ler, sua voz era doce e calma, me fazia sentir segura.

   Eu também estava com medo, mas não morrer, pois, morrer seria o fim de todo o sofrimento que já senti nas mãos dos Volturi. 

   Estou com medo de perder as pessoas que estão a minha volta. Eu as amo demais para perder qualquer um deles e assim como o Jake, também não sei o que fazer se perder todas elas ou apenas uma delas. 

   Esse sentimento é completamente sufocante e paralisante. 

   Mas não vou deixar o medo me impedir de terminar essa missão e acabar com todos.

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