Serendipity • Yoonmin

Capítulo II

N/a: Contém blasfêmia!

Jimin sentiu frio no pé e se encolheu mais um pouco no cobertor. Ainda estava meio zumbi, sua cabeça estava explodindo. Resmungou um pouco e abriu um olho com dificuldade por causa da luz que entrava pela janela. Estava em seu quarto, todo esparramado na cama. Pegou um travesseiro qualquer e se agarrou a ele, voltando a fechar os olhos, e se concentrou para voltar a dormir, mas foi interrompido pela voz melodiosa gritante de Hoseok cantando Ice Cream Cake do Red Velvet.

— Joguei pedra na cruz. — Murmurou e sentou-se na cama, esfregando os olhos.

Estalou os ossos que podia e tratou de escolher uma roupa para tomar banho. Assustou-se ao ver seu reflexo no espelho. Seu cabelo parecia um algodão-doce pisoteado e embaraçado, seus olhos vermelhos e inchados, e sua pele pronta para ser passada na frigideira e pôr algo pra fritar.

Em vinte minutos ele já tinha resolvido quase tudo, faltava sair furtivamente do quarto e achar algum remédio para ressaca, sem que seus amigos o vissem. Senão, ele ouviria mais sermões do quanto ele bebia demais e de como era prejudicial. Mas ele estava bem, não?

— Bom dia, senhor Park. — Trombou com Jin assim que abriu a porta. Porra.

— Bom dia. — Sorriu amarelo, fechando rapidamente a porta atrás de si.

— A margarida acordou. — A voz de Taehyung se fez presente, e sentiu os olhares ardentes dos amigos em si.

— Bom dia pra vocês também. — Disse nervoso, sentando-se a mesa olhando para os pés.

— Todos estão de ressaca. — Somin chiou. — Eu não criei vocês, Kim, pra isso. — Jimin enterrou o rosto nas mãos. Tinha se esquecido da adulta cuidando deles.

— Unnie, eu sei que não tem desculpa, mas mianhae. — Nari juntou as mãos e fez uma pequena reverência. Olhou-a com esperança, porém a mais velha continuava com os braços cruzados.

Somin suspirou, já tinham feito a burrada.

— O café está quase pronto.

Comeram em silêncio. Jimin estava muito ocupado com seus pensamentos difusos da noite anterior para dizer algo às encaradas de seus hyungs e do casal 20. Namjoon assegurou a Somin que eles próprios retirariam a mesa e lavariam a louça e assim ela podia ir tranquila ao mercado, e chegou a inevitável hora da conversa.

— Minie. — Disse Ken com uma voz calma. — Você 'tá bem?

— Tô, não estou com vontade de vomitar. — Respondeu, dando de ombros enquanto recebia um comprimido de Nari.

— Não, Jiminie, a gente quer saber se você tá bem de verdade. — Namjoon o encarou com um olhar compreensível. Jimin odiava que sentissem pena dele.

Nem se deu ao trabalho de responder, somente assentiu e colocou o comprimido do tamanho de uma bala e água dentro da boca e engoliu. Ouviu o suspiro dos amigos e revirou os olhos.

— Jiminie... — Jimin cortou Hoseok antes que começassem.

— Eu estou bem, porra, me deixem em paz. — Disse irritado, correndo para o quarto, batendo a porta com força.

Respirou fundo e encostou as costas na porta, olhando para o teto. Ele estava tentando seguir em frente, mas parecia que suas atitudes demonstravam o contrário para aqueles que se preocupavam com ele. No mesmo instante, ele se sentiu um idiota por ter gritado e bateu na própria testa.

— Merda. — Ponderou se iria até os amigos de novo. Ele só se sentia irritado consigo mesmo, não havia desculpa para descontar em ninguém.

— Jimin? — Ouviu a porta estremecer com as batidas atrás de si. — É o Tae, posso entrar?