•Capítulo 24•

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"Uber"

Lexie

Depois de me despedir de Sarah, eu volto para dentro casa. Minha bolsa está atirada em cima do sofá, e minha pasta com as atividades dos meus alunos está junto. Eu não tive tempo para organizá-las quando cheguei, porque Sarah me chamou logo em seguida.
Ela queria saber informações sobre a escola onde trabalho, porque parece que seu neto Dylan está vindo para morar com ela. É claro que nossa conversa ficou melhor quando London chegou. Eu não sei o que está acontecendo, mas toda aquela fúria que eu sentia dele parece ter diminuído bastante, ou até deixado de existir.
No começo eu não tinha muito contato, e desde que ele fazia aqueles barulhos para me incomodar eu só o via como um vizinho chato e insuportável. Mas agora que começamos a nos esbarrar por aí, e até trocar algumas conversas amigáveis, parece que todas as opniões que eu tinha sobre ele se tornaram pequenas coisas em relação à tudo que venho conhecendo dele.
Pego meu celular ao lado da minha bolsa, e ligo para minha mãe.

— Mãe? - digo quando a chamada se completa.

Há um zumbido chato do outro lado.
— Só um minuto... Tá tá ok. Oi, filha. - sua voz rouca enche meu ouvido.

— Onde você está? - pergunto por causa dos barulhos de antes.

— Estou ajudando seu pai com os porcos aqui. Você sabe. Muita lama e correria.

Sorrio.
Eu adorava participar disso. Lembro quando May e eu tentamos ajudar meu pai a colocar os porcos dentro do cercado e acabamos caindo de cara na lama. Minha irmã chorou incansavelmente por te sujado seu vestido da Minnie. Eu por outro lado, me juntei aos bichinhos e fiz a festa com eles. Minha mãe que não gostou nada nada do meu estado. Eu tinha apenas quatro anos. Mas isso não facilitou o castigo que recebi depois.

— Sinto falta disso. - revelo. — Eu aproveitei bastante enquanto morava aí, eu sei disso. Mas ainda assim parece que o tempo passou muito depressa.

— Você sempre pode voltar pra casa.

Aperto o celular contra minha orelha.
— Obrigada, mas... O rancho fica muito longe de tudo. Seria meio que impossível viver aí e continuar trabalhando por aqui.

— A gente entende, filha. Mas quando tiver suas férias não titubeie e venha pra cá.

Sorrio.
— Na mesma hora.

— Como está sua irmã?

— Está ótima. Cada vez mais redonda. - começo a andar de um lado pelo outro. — Ela vai começar a pintar o quarto da Star na semana que vem, talvez ela fique um pouco distante.

— Que bacana, ela contratou alguma empresa? Seu pai conhece alguns amigos.

— Ela chamou meu vizinho. - confesso, e aperto meus olhos.

— Como? Aquele que perturba você com barulhos inconvenientes?

Abro meus olhos, e suspiro.
— Ele parou de fazer, pelo menos.

— Graças à Deus, mas vem cá, ele pinta?

Olho ao arredor da minha sala, e tento não sorrir quando falo dele para minha mãe.
— Ele meio que é um faz tudo.

Escuto alguns ruídos do outro lado, e a voz do meu pai aparece na chamada.
— Oi minha menina.

— Oi pai! - balanço a cabeça, mesmo ele não podendo ver.

— Seu vizinho realmente é confiável?

Franzo o cenho.
— Nunca provou nada ao contrário, porque pergunta?

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