•Capítulo 47:

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"Rendido"

London

Na manhã seguinte, depois da noite incrível que tive com Lexie, acordo sentindo meu peito mais livre. É como se eu tivesse tirado alguma coisa que estava pesando dentro de mim.
Mas confesso que trazer a história do Dylan para fora de novo, ainda mexe comigo como se tudo tivesse acontecendo exatamente no mesmo momento em que eu estou relembrando e contando.
Eu sinto falta do meu amigo. O único que eu tive. Mas sei que ele está num lugar muito melhor agora. Sem dor.
Sem sofrimentos.
Eu só espero que em algum dia eu possa reencontrá-lo novamente. E que talvez assim nós possamos recuperar toda amizade que perdemos.
Levanto da cama, e sigo até minha janela. Abro a cortina e encaro o novo dia que está nascendo. É lindo, e me enche de esperanças. É como uma segunda chance que estamos recebendo. Cada dia. Em todos os amanheceres.
Meu celular começa a tocar em cima do criado-mudo, e eu corro a tempo de pegá-lo ainda tocando. Sorrio amplamente quando vejo quem é que está me ligando tão cedo.
Deslizo a página para o lado, e levo o aparelho até minha orelha. Volto para janela enquanto escuto uma voz sexy e preguiçosa invadir minha cabeça.

— Bom dia, London. - sua voz sai como se ela estivesse cantarolando do outro lado.

Aperto meus lábios imaginando como ela deve ser quando acorda pela manhã. Aposto que seus cabelos loiros estão todos espalhados pelo seu travesseiro. Foi assim que ficaram quando dormimos juntos na casa de May, algumas noites atrás.

— Quanta animação hein? - provoco, e lanço meus olhos para o bando de pássaros sobrevoando o céu azulado.

— ... Isso se chama final de semana! – brinca ela, conseguindo me arrancar uma risada agora. O som de sua voz, esse ritmo rouco no começo e melódico no final, é como uma canção para meus ouvidos.

— E eu já tenho um plano para nós. Então prepare uma pequena mochila, com roupas confortáveis e nada extravagante. Vamos visitar meus pais.

Minha respiração falha, e uma onda de tosse me invade.
— O que? Assim do nada?

Não é muito rápido?

Escuto mais uma vez sua risada.
— Depois que você me deixou em casa ontem, eu falei com May pelo telefone, e ela disse que meus pais estavam muito esperançosos com uma visita nossa, e desejavam que acontecesse ainda nesse final de semana. 

Expiro fundo, e me afasto da janela, volto para cama e me sento na beirada.
— Ok.

— Então você vai com a gente? Por favor, por favorzinho.

Descanso minha mão livre na em minha testa, e balanço minha cabeça. Estou fodido, eu sei, e  completamente rendido por ela.

— Sim, eu vou com vocês.

Meus ouvidos não estavam preparados para seu grito de comemoração do outro lado. Empurro o aparelho para longe do meu rosto, e faço uma careta para disfarçar que a cada dia que passa eu estou me apaixonando ainda mais por ela.

                            §

No caminho para casa da sua família, Lexie começa e me encher de informações sobre eles. Eu fico meio confuso com tudo que estou recebendo.

— Ei, - seguro suas mãos sobre meu peito. — Fique calma, vai dar tudo certo.

Ela bufa, e joga suas costas contra o banco do carro. Uma mecha do seu cabelo voa para frente do seu rosto.
— Desculpa, eu sei. Mas é que eu estou muito nervosa. – isso é verdade, suas mãos estão tremendo. — É a primeira vez que levo alguém para casa em anos.

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