•Capítulo 44:

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"Dormir no Escuro"

Lexie

— Talvez seja melhor eu ir pra casa. - avisa London, sua voz grave enchendo o quarto.

Minhas mãos param o que estavam fazendo. Deixo os travesseiros no lugar, e olho interrogativamente para ele.

— Pra quê? Você só vai pegar um resfriado se sair com toda essa chuvarada.

Ele agita os ombros, e olha para todos os cantos do quarto menos para mim.
— Não me importo.

Meus olhos caem para cama que eu estava arrumando para nós dois, e eu fico tentando encontrar minhas palavras como se elas estivessem espalhadas pelo colchão branco.
Só então eu levanto minha cabeça, e acomodo meus olhos nele. Sua expressão é indecifrável. Mas não me sinto desconfortável. Me sinto irritada por ele estar dando pra trás bem agora.
— London, fala sério.

Ele esfrega o queixo, e me lança um olhar que desliza pelo meu corpo como um rápido mas intenso arrepio.
— Eu consigo ver que você está desconfortável comigo aqui.

Sim.
Não é nenhuma mentira o que ele disse. Mas eu estou conseguindo lidar com isso. Porque ele não pode também?

London começa a andar pelo quarto, e seus passos diminuem o espaço que há entre nós. Sinto meu coração começar a querer sair pela minha boca.

— É só até eu meu acostumar, - suspiro quando nossos corpos colidem. — Já vai passar.

— Lexie. - ele pousa uma de suas mãos em minhas costas. E a outra na minha cintura. E é só o que precisa para todo meu corpo ficar paralisado. — Viu só? - há uma leve risada rouca por trás da sua voz.

Tento relaxar mas não consigo. É diferente com ele aqui. Faz parecer que eu nunca compartilhei um quarto com um homem antes.

— Não vá. - peço, e faço um beicinho.

Ele olha para cima e depois para mim.
— Ok. Você venceu essa.

Sinto meu peito inchar, e começo a me agitar pelo quarto. London se afasta, e volta a se sentar na poltrona ao lado da janela que leva para sacada.
— Você quer o lado direito ou esquerdo?

Suas sobrancelhas se levantam.
— Do que?

Aponto para cama, há um burburinho crescendo dentro de mim. É como se eu fosse uma água e estivesse quase fervendo, transbordando.

Ele sorri e baixa seu par de sobrancelhas grossas.
— Ah claro, sei lá, talvez o meio?

Semicerro meus olhos, e faço uma careta feia.
— Você é irritante. - resmungo, e começo a empurrar o conjunto de cobertores, e lençóis elegantes para os pés do colchão.

— Qualquer lado está bom para mim, Lex.

Engulo em seco quando ele me chama pelo meu apelido. Gosto como soa em sua voz rouca e cantante.
Coloco um par de travesseiros em cada lado da cama, e dou alguns tapas neles para ajustá-los na cabeceira.

— Wow... - London solta um rugido. — Está querendo se desestressar? Porque eu tenho uma ideia muito melhor que vai te ajudar nisso.

Reviro meus olhos.
— Pervertido.

— Mandona.

Jogo meus braços pra cima.
— Você é irritante.

— E você é gostosa.

Minha respiração para quando escuto o que ele diz. E eu sinto alguma coisa molhada escorrer para minha calcinha. Expiro fundo, e tento ignorar o fato de que possivelmente vou precisar trocar de roupa íntima.
Olho para ele, e sei que isso não vai dar certo. Vou precisar trocar de calcinha muitas vezes durante toda a noite. E pior que tudo isso é: eu não estar no meu quarto, e as roupas íntimas de May serem muito maiores.

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