•Capítulo 50:

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"Gavião"

                             Lexie

Não consigo tirar meus olhos de London desde que ele se afastou para ir até o banheiro. Eu sei que estou em casa, e que aqui é totalmente seguro. Mas desde que minha mãe convidou sua vizinha Kate, e ela trouxe sua filha Madeleine. Eu não consigo fazer minha mente parar de criar suposições.

O que ela queria no meu quarto, aliás?

Madeleine não disse nada depois que London nos deixou sozinhas em meu quarto. Ela apenas me deu aquele seu habitual sorriso presunçoso e saiu rebolando com o corpo todo empinado. Eu só revirei meus olhos. Eu não suporto essa garota, e isso não é de agora.

Madeleine sempre morou na casa ao lado dos meus pais. E desde que eles se tornaram bastante íntimos, ela sempre vinha aqui na minha casa. Lembro da época em que nós estávamos começando a nos interessar pelos garotos, e ela ouviu uma conversa minha com May sobre o menino que eu estava gostando, e ela foi lá e agiu pelas minhas costas.

Quando descobri que ela tinha beijado o John antes de mim, eu passei a odiá-la desde desse dia.
E não foi somente isso que me fez odiar essa menina.

Deve parecer estranho se alguém estiver me olhando de fora. Meus olhos estão congelados no corredor vazio, e meu corpo não consegue mudar de posição. Fico tão presa em meus pensamentos que não percebo que alguém está se aproximando até sentir um calor familiar aquecer a pele das minhas costas.
Meu corpo arrepia.

— O que há entre vocês dois, afinal? - pergunta minha mãe, parando ao meu lado. Seu perfume de flor de algodão enche meus pulmões.

— Nada.

— Parece que há sim alguma coisa.

— É totalmente impressão sua. - minto, não sei se este é o momento para dizer o que está acontecendo entre London e eu, afinal, nós ainda não conversamos sobre isso. Bem, na verdade nós apenas tínhamos combinado que deixaríamos as palavras de lado e aproveitaríamos o momento.
Por isso não sei como posso explicar o que nós dois estamos fazendo para minha mãe.

É melhor jogar pelo seguro, e o mais seguro agora é fingir que somos apenas amigos, e é isso.

— Então porque você age como um gavião entorno dele?

— Quê? - viro para ela.

— Eu vi seu olhar quando a Madeleine se aproximou de vocês. Você parecia como um gavião quando vê sua presa e se prepara para se atirar sobre ela.

Meu deus.
Eu nem sabia que minha mãe estava por perto. E como ela conseguiu capturar minha expressão?

— Nossa, eu não sabia que sua imaginação ia tão longe. - brinco, e forço um sorriso só para descontrair.

— Você vai continuar negando? Até mesmo para mim?

Olho para o chão por um rápido momento, e decido expirar fundo.
— London é só um amigo. - revelo, erguendo a cabeça. — Um amigo que eu gosto muito.

Ela não parece satisfeita com o que eu disse, mas agita os ombros antes de começar a sair.
— Vocês parecem muito mais do que só amigos pra mim.

Não respondo.
Apenas assisto ela sumindo pelo corredor.

A porta do banheiro se abre, e meu coração se anima quando London reaparece no corredor. Ele sorri para mim, e puxa algumas mechas do seu cabelo negro para o lado direito da sua cabeça.
Perfeito.

— Você ficou todo o tempo aí? - pergunta ele, enquanto se aproxima com uma leve cor a mais em seu rosto.

— Como uma guardiã. - pisco, e engato meu braço no dele.

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