•Capítulo 54:

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"O pedido"

Lexie

Sinto meus lábios dormentes quando London se afasta. Foi o beijo mais incrível que eu já tive. Eu juro. Desta vez foi o nosso beijo diferente.
Com London é diferente.
Ele sabe beijar, e beija muito melhor do que qualquer outro que eu já tive. E olha que eu não estou tentando enganar ninguém, é sério.
Ele beija de uma forma que faz meu coração dar cambalhotas, minha pele pegar fogo, e meus pensamentos virarem apenas flores, borboletas e pôr-do-sol.
É mágico.
E eu mal posso esperar para fazer isso de novo, e de novo, e de novo. Todos os dias.
A qualquer momento.
Para sempre.

— Oi pessoal, vocês estão aí ainda? - pergunta minha mãe quando abre a porta, e enfia sua cabeça para fora.

London esfrega a mão sobre seus lábios, e eu aproveito para ajeitar meu vestido de renda amarela.
— Sim mãe, ficamos conversando e acabamos perdendo a noção da hora.

Ela lança um olhar curioso para London, e quando olha para mim novamente, seu olhar muda.
— O jantar está na mesa. Estamos esperando vocês.

Ergo meu indicador para ela.
— Só um minutinho, e já vamos.

Quando ela fecha a porta, meu corpo pula com o barulho. Olho para London, e ele passa a mão pelos cabelos escuros.
— Acho que ela percebeu que alguma coisa aconteceu entre a gente.

Dou de ombros, e pouso minhas mãos em seu peito.
— Não há com que se preocupar. Minha mãe pode ter essa carranca pendurada em seu rosto, mas ela é um amor de pessoa. Já o meu pai, bom...

— Este já é dos meus. - ele me interrompe.

Semicerro meus olhos, e então eu me lembro.
— É verdade, eu me esqueci que você e ele são uma espécie de confidentes agora.

London me puxa para ele, e planta um beijo em minha testa.
— Preciso conquistar seus pais também.

— Então me leve para dentro e peça minha mão em namoro que você já vai ganhar um ponto com eles. - pisco, e me afasto.

— Vai ser embaraçoso.

Paro antes de abrir a porta, e viro minha cabeça por cima do meu ombro.
— Só na sua cabeça. Meus pais são tranquilos, homem, apenas relaxe.

London olha para o chão e sorri.
— Porque será que eu estou me sentindo como um adolescente agora?

— Também faço essa pergunta. Qual é. Você está quase chegando nos trinta.

Seus olhos piscam com mais força,  e eu me divirto com sua expressão impetuosa.
— Não é pra tanto, Lex.

Caio na gargalhada, e entro em casa.

                            §

Eu estou no meio de uma garfada de almôndegas quando escuto London bater palma pedindo atenção. Meu corpo parece encolher na cadeira. Eu não acredito que ele está realmente fazendo isso. Olho para o lado e vejo todo mundo parando de comer para escutá-lo. Pouso meu garfo em cima do prato, e termino de engolir o pedaço de almôndegas que está em minha boca. Sinto a carne descer como pedra pela minha garganta.

— Muito obrigado pela atenção de todos. - agradece London, se levantando do seu lugar. — Eu tenho um comunicado a fazer.

Oh.
Olho para baixo quando sinto meus pais me olharem com curiosidade. De repente eu imploro que o chão se abre embaixo dos meus pés para que eu pudesse rolar e desaparecer.

— Está com certeza vai ser uma noite memorável. - contempla May, sem deixar de esconder o contentamento por trás da sua voz.

Reviro os olhos sem que ninguém possa ver. Eu ainda estou de cabeça baixa. Mas quando London começa a falar, é como se o tempo parasse.

— Estive estudando a melhor forma de dizer isso à vocês, pais da Lexie, que eu gosto muito de sua filha, e desde que nós estávamos tentando descobrir o que sentíamos um pelo outro. Eu nunca deixei de acreditar que nós nascemos um para o outro. Lexie é a mulher mais incrível, doce, gente boa que eu já conheci. E desde então eu não consigo imaginar minha vida sem ela. Eu sei que parece clichê, ou um monte de besteira. Mas é a verdade. Eu conheci essa garota e não sabia o que o destino tinha preparado para nós. Mas agora que resolvemos nossas diferenças e estamos apostando em um relacionamento. E eu quero pedir a permissão de vocês, Charles e Jane, para namorar sua filha.

— Caramba meu rapaz. - diz meu pai, batendo palmas. — Está permitido.

— Bem, se é o que minha filha quer, então seja bem-vindo à família, London.

— Vocês não são mais tão jovens, mas esse pedido foi tão fofo. - murmura May, com os olhos levemente molhados. É os hormônios.
Eu já sei.

— Parabéns ao casal. - diz Chase erguendo sua taça de vinho branco.

Observo todo mundo pegar sua taça, e eu faço o mesmo. Ainda não consigo dizer nada. Apenas consigo sentir as vibrações de tudo que London disse.
Ele é tão imprevisível.

— Um brinde ao amor. - grita May, e todos nós levantamos nossas taças.

Enquanto elas cintilam, eu olho para London. Ele sopra um beijo na minha direção, e leva tudo de mim para não atravessar essa mesa e pular em seu colo.

Eu estou começando a me apaixonar por esse cara.

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