"Três meses sem London"
Lexie
É engraçado que eu ainda tente convidar você para qualquer evento que acontecerá por aqui. Mas aqui está: May vai batizar Star no próximo sábado, e ela me convidou para ser madrinha. Você seria o padrinho se estivesse aqui, mas como você não se importa o suficiente para fazer um esforço para vir, ela acabou chamando o irmão de Chase, Luke. Ainda sim, você está sendo convidado, não por mim, mas por ela, e por minha sobrinha que lhe adora. Enfim. Desculpe pelo grande texto. Tenha um ótimo dia.
Lexie.Clico em enviar, e espero o caminho ser completado. Suspiro, e guardo meu celular. Eu nem espero mais por um resposta, nos últimos dias ele tem muito pouco entrado em contato. E eu dificilmente tenho lido suas mensagens aleatórias.
— Como estão os bebês? - pergunto para Maggie enquanto a vejo vestir seu avental de trabalho azul marinho.
— Deixei todos com o pai. Fanny ajuda na maior parte do tempo, mas ele tá sempre me ligando para saber se deve passar pomada depois ou antes de fechar a fralda.
Dou uma gargalhada.
— Coragem a sua deixar dois com ele.Ela ri.
— Ele tem experiência. Ele só se faz, sabe?Balanço minha cabeça me divertindo ao imaginar a cena. Se May já pira só com Star, imagina com gêmeos? O marido dela deve estar arrancando os cabelos isso sim.
Sirvo um copo de café fresco, e ofereço para ela.
— Como está sendo a volta ao trabalho?Maggie faz uma careta, e bebe um gole do café.
— Por um lado é bom está fora de casa, fora daquela bagunça de mamadeiras e fraldas sujas. Mas por outro lado, eu fico com saudades daqueles pimpolhos, e de ficar em casa. Quatro meses de licença apenas é foda. - brinca ela sussurrando a última palavra.Pego outro copinho de café, e me sirvo também.
— E você quando é que vai entrar para o time?Engasgo, e me afogo com o líquido amargo. Sinto meu rosto esquentar, e Maggie rapidamente começa a bater em meu peito.
— Está tudo bem aí? - pergunta ela, quando cubro minha boca, e fecho meus olhos.— Desculpa, - digo começando a respirar fundo. — Eu me distraí.
Ela volta para seu lugar, e agita os ombros. Eu afasto a mão da boca, e respondo:
— Não sei se vou me tornar mãe tão cedo. Eu ainda nem encontrei um pai para meu filho.Ela levanta uma sobrancelha.
— Como assim não encontrou? E aquele vizinho que bateu em Preston?— As coisas não andam muito bem entre nós.
— Ah não brinca. - ela bate sua mão em sua perna. — Vocês formavam um belo casal. O que aconteceu? Será que não tem conserto?
Dou de ombros, e olho para longe. Meu peito se enche de saudades, angústia e chateação. É sempre essa mistura de sentimentos quando penso nele.
— Eu não sei. - confesso, e volto a olhar para ela. — London está passando uma temporada em Jersey, e faz três meses que nós não vemos um ao outro, pessoalmente é claro.— Isso é ruim, menina. Porque você ainda não foi para lá?
— Eu bem que tentei, mas não posso. Não sei em que parte de lá ele está, e London não parece querer minha visita desde que nunca me convidou para ir vê-lo. O nosso combinado era ele vir todos os fins de semana, mas até agora ele não conseguiu aparecer em nenhum.
Termino meu café, e jogo o copo no lixo.
— Isso só pode ser praga do Preston. - diz ela, em tom de xingamento. Eu só consigo rir com sua suposição. Imagina?— Só você para me fazer rir, Maggie. Obrigado por hoje, tenha uma excelente volta.
Começo a me dirigir para porta, não antes de escutar sua risada e seu desejo para que tudo entre eu e London ainda de certo. Um suspiro escapa quando saio da sala.
§
Corro meus olhos pela grande mesa instalada no jardim da casa de May. Há uma toalha branca estendida em cima dela, junto com vasilhas de vidros, e dois vasos transparentes. Eu estou trazendo lírios e flor de lis para enfeitá-los. Chase está colocando salgados e docinhos nos pratos e vasilhames.
O batizado de Star vai acontecer daqui a pouco, e enquanto May se arruma em seu quarto, eu e meu cunhado estamos preparando a mesa de comes e bebes para os convidados.— Então será que ele aparecerá hoje? - pergunta Chase enquanto empurro as mudas de lírios pra dentro do vaso com água.
— Sabe de uma coisa? Eu não espero que ele venha. Então... Pra mim tanto faz vir ou não vir.
Ele balança a cabeça em desaprovação, mas continua organizando os salgadinhos em todos os pratos de porcelanato.
— É uma pena que o relacionamento de vocês esteja esfriando tanto assim. Era bonito de assistir vocês juntos. Mas eu acredito que vocês vão ter uma chance de consertar tudo isso.— Você nem perguntou se eu quero isso.
Ele franze os olhos.
— Não me diz que...Balanço a cabeça sorrindo, e ergo minha mão fazendo-o parar com seus pensamentos.
— Eu não desisti, ok? Eu só estou cansada de esperá-lo.O som de uma buzina atravessa o jardim, e Chase e eu nos entreolhamos. Não é possível que ele esteja pensando o que eu estou pensando.
— Será que não é ele?
Olho para trás, e vejo a casa de May. Depois olho para Chase.
— Duvido.
Mas meu coração se enche de expectativa.Limpo minhas mãos nas minhas calças, e corro para atender quem é que tenha chegado. Parte de mim deseja que seja London, mas outra parte não quer acreditar que seja ele para não se decepcionar se for outra pessoa.
— Droga. - resmungo baixinho quando vejo minha mãe e meu pai saindo de um Hb20.
Fecho meus olhos, e expiro fundo. Eu não posso me abalar com isso. Eu não posso.
— Mãe, Pai! - exclamo indo até eles.
Minha mãe me envolve em seus braços, e meu pai aproveita e nos puxa para os seus.
— Como tem passado filha?— Bem. - eu minto para minha mãe.
Ela pisca, e sorri mesmo me olhando com seriedade.
— Você não precisa mentir para mim.— Eu sei. - confesso com um sorriso apertado.
Ela pega minha mão, e nós duas seguimos para casa de May. Meu pai vem logo atrás carregando um par de malas.
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Ao Seu Lado
RomantiekQuando sua irmã lhe ofereceu um lugar para morar. Lexie não podia pensar em mais nada, a não ser se mudar da casa dos seus pais. Mas se ela soubesse o grande problema que iria encontrar quando morasse na casa de May, talvez ela tivesse repensado ess...