•Capítulo 87:

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"Três meses sem London"

Lexie

É engraçado que eu ainda tente convidar você para qualquer evento que acontecerá por aqui. Mas aqui está: May vai batizar Star no próximo sábado, e ela me convidou para ser madrinha. Você seria o padrinho se estivesse aqui, mas como você não se importa o suficiente para fazer um esforço para vir, ela acabou chamando o irmão de Chase, Luke. Ainda sim, você está sendo convidado, não por mim, mas por ela, e por minha sobrinha que lhe adora. Enfim. Desculpe pelo grande texto. Tenha um ótimo dia.
Lexie.

Clico em enviar, e espero o caminho ser completado. Suspiro, e guardo meu celular. Eu nem espero mais por um resposta, nos últimos dias ele tem muito pouco entrado em contato. E eu dificilmente tenho lido suas mensagens aleatórias.

— Como estão os bebês? - pergunto para Maggie enquanto a vejo vestir seu avental de trabalho azul marinho.

— Deixei todos com o pai. Fanny ajuda na maior parte do tempo, mas ele tá sempre me ligando para saber se deve passar pomada depois ou antes de fechar a fralda.

Dou uma gargalhada.
— Coragem a sua deixar dois com ele.

Ela ri.
— Ele tem experiência. Ele só se faz, sabe?

Balanço minha cabeça me divertindo ao imaginar a cena. Se May já pira só com Star, imagina com gêmeos? O marido dela deve estar arrancando os cabelos isso sim.

Sirvo um copo de café fresco, e ofereço para ela.
— Como está sendo a volta ao trabalho?

Maggie faz uma careta, e bebe um gole do café.
— Por um lado é bom está fora de casa, fora daquela bagunça de mamadeiras e fraldas sujas. Mas por outro lado, eu fico com saudades daqueles pimpolhos, e de ficar em casa. Quatro meses de licença apenas é foda. - brinca ela sussurrando a última palavra.

Pego outro copinho de café, e me sirvo também.
— E você quando é que vai entrar para o time?

Engasgo, e me afogo com o líquido amargo. Sinto meu rosto esquentar, e Maggie rapidamente começa a bater em meu peito.
— Está tudo bem aí? - pergunta ela, quando cubro minha boca, e fecho meus olhos.

— Desculpa, - digo começando a respirar fundo. — Eu me distraí.

Ela volta para seu lugar, e agita os ombros. Eu afasto a mão da boca, e respondo:
— Não sei se vou me tornar mãe tão cedo. Eu ainda nem encontrei um pai para meu filho.

Ela levanta uma sobrancelha.
— Como assim não encontrou? E aquele vizinho que bateu em Preston?

— As coisas não andam muito bem entre nós.

— Ah não brinca. - ela bate sua mão em sua perna. — Vocês formavam um belo casal. O que aconteceu? Será que não tem conserto?

Dou de ombros, e olho para longe. Meu peito se enche de saudades, angústia e chateação. É sempre essa mistura de sentimentos quando penso nele.
— Eu não sei. - confesso, e volto a olhar para ela. — London está passando uma temporada em Jersey, e faz três meses que nós não vemos um ao outro, pessoalmente é claro.

— Isso é ruim, menina. Porque você ainda não foi para lá?

— Eu bem que tentei, mas não posso. Não sei em que parte de lá ele está, e London não parece querer minha visita desde que nunca me convidou para ir vê-lo. O nosso combinado era ele vir todos os fins de semana, mas até agora ele não conseguiu aparecer em nenhum.

Termino meu café, e jogo o copo no lixo.
— Isso só pode ser praga do Preston. - diz ela, em tom de xingamento. Eu só consigo rir com sua suposição. Imagina?

— Só você para me fazer rir, Maggie. Obrigado por hoje, tenha uma excelente volta.

Começo a me dirigir para porta, não antes de escutar sua risada e seu desejo para que tudo entre eu e London ainda de certo. Um suspiro escapa quando saio da sala.

§

Corro meus olhos pela grande mesa instalada no jardim da casa de May. Há uma toalha branca estendida em cima dela, junto com vasilhas de vidros, e dois vasos transparentes. Eu estou trazendo lírios e flor de lis para enfeitá-los. Chase está colocando salgados e docinhos nos pratos e vasilhames.
O batizado de Star vai acontecer daqui a pouco, e enquanto May se arruma em seu quarto, eu e meu cunhado estamos preparando a mesa de comes e bebes para os convidados.

— Então será que ele aparecerá hoje? - pergunta Chase enquanto empurro as mudas de lírios pra dentro do vaso com água.

— Sabe de uma coisa? Eu não espero que ele venha. Então... Pra mim tanto faz vir ou não vir.

Ele balança a cabeça em desaprovação, mas continua organizando os salgadinhos em todos os pratos de porcelanato.
— É uma pena que o relacionamento de vocês esteja esfriando tanto assim. Era bonito de assistir vocês juntos. Mas eu acredito que vocês vão ter uma chance de consertar tudo isso.

— Você nem perguntou se eu quero isso.

Ele franze os olhos.
— Não me diz que...

Balanço a cabeça sorrindo, e ergo minha mão fazendo-o parar com seus pensamentos.
— Eu não desisti, ok? Eu só estou cansada de esperá-lo.

O som de uma buzina atravessa o jardim, e Chase e eu nos entreolhamos. Não é possível que ele esteja pensando o que eu estou pensando.

— Será que não é ele?

Olho para trás, e vejo a casa de May. Depois olho para Chase.
— Duvido.
Mas meu coração se enche de expectativa.

Limpo minhas mãos nas minhas calças, e corro para atender quem é que tenha chegado. Parte de mim deseja que seja London, mas outra parte não quer acreditar que seja ele para não se decepcionar se for outra pessoa.

— Droga. - resmungo baixinho quando vejo minha mãe e meu pai saindo de um Hb20.

Fecho meus olhos, e expiro fundo. Eu não posso me abalar com isso. Eu não posso.

— Mãe, Pai! - exclamo indo até eles.

Minha mãe me envolve em seus braços, e meu pai aproveita e nos puxa para os seus.
— Como tem passado filha?

— Bem. - eu minto para minha mãe.

Ela pisca, e sorri mesmo me olhando com seriedade.
— Você não precisa mentir para mim.

— Eu sei. - confesso com um sorriso apertado.

Ela pega minha mão, e nós duas seguimos para casa de May. Meu pai vem logo atrás carregando um par de malas.

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