•Prólogo•

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"Estupido Vizinho"

Lexie

Agito minha cabeça pela centésima vez desde que o barulho interminável do que parecia ser uma máquina de cortar grama estava ecoando altamente pela minha casa, inclusive dentro do meu quarto.
Não era possível que alguém se daria o trabalho de acordar cedo em plena segunda-feira apenas para cortar grama.
CORTAR GRAMA! 
Isso já estava passando do limite da boa convivência humana.

Levanto da cama, sentindo meu coração bater rapidamente, e ao mesmo tempo que calço meus chinelos, faço um laço em meu robe lilás bem junto ao meu peito. Levo minhas mãos até minha cabeça, sentindo toda a bagunça em que meus fios cor de mel se encontram, aproveito e enrolo todas as mechas do meu cabelo em um coque frouxo.

O barulho estridente continua, cada vez mais alto em minha cabeça. Faço uma careta enquanto saio do meu quarto, meus ouvidos se afundando com o som interminável.
Não é a primeira vez que meu sono é interrompido pelo hábito estranho do meu vizinho, já tiveram outras vezes como: marteladas incessantes por longos períodos, móveis sendo arrastados com bastante frequência, volume da televisão alto o suficiente para se espalhar por toda a vizinhança, e agora isso.

Enfim, eu nunca tive coragem de ir até lá nenhuma dessas vezes. Mas hoje eu sinto que é algum tipo de provocação. Como se ele tivesse me desafiando a ir até lá. E a cada passo que dou mais perto da única barreira que nos separa, parece que o volume da sua máquina de cortar fica ainda maior.

Ele não pode ser um cara normal.

Jogo minha mão na maçaneta, e a giro abrindo minha porta. É quando uma lufada de ar gelado refresca meu rosto irado.

Era a primeira vez que eu estava me expondo dessa forma. E desde que eu fui educada para ser uma pessoa gentil, respeitosa e hospitaleira, isso era um grande passo para quebrar tudo que meus pais me ensinaram.
Expiro fundo duas vezes antes de sair pra fora, e mostrar para o meu estupido vizinho com quem ele está se metendo.

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