Carolina estava farta dessa brincadeira de mal gosto que Gabriela acabara de anunciar. "Que culpa tenho eu", pensou a baiana. Decidiu que era hora de colocar um ponto final nessa história. Sem chance de ficar se humilhando, ainda mais em rede nacional. Ela sabia que não tinha dito nada demais, sabia que tinha defendido Gabriela e que a maior exposta, na verdade, era ela. Tinha pensado em deixar tudo por isso mesmo, mas não é do seu feitio. Uma ariana, baiana ainda por cima, não poderia guardar certas palavras.
Carolina entra na casa pisando forte, fazendo barulho. Abre a porta do quarto com violência, e, sem pensar muito bem, começa seu desabafo, farto:
-Ei, ó, eu ia deixar tudo pra lá, mas não da não, véi. Oxê, Gabriela! Preste bem atenção, viu? Eu me expus pro Brasil todo nessa porra desse jogo, falei que era apaixonada, deixei minha família lá fora sem entender merda nenhuma do que eu tava fazendo aqui, pra tu dizer tudo que disse ali pra mim, é? Transei com você no quarto do líder e você se sente exposta? - Todas as pessoas que restaram na casa estavam atentas ao que Carolina falava. Ela alter ainda mais o tom de sua voz, soando quase como um grito continuo- É, Brasil! Pra quem não viu, saiba: eu e Gabriela transamos por VONTADE PRÓPRIA. Eu disse isso a eles, eu digo isso ao Brasil. Você não queria fazer, se deixou levar pelo momento e surtou, sem pensar que, lá fora, todo mundo já sabia de sua orientação sexual. Qual foi a supresa pra tua mãe, pros teus amigos? Fale aí, vá! 'Niuma',né isso? - Carolina não conseguia parar. O monólogo extenso tirava dela todo o peso que carregara desde que tudo começou. - Pois bem! Eu não sei nem como vai ser minha vida depois de sair daqui. Em que momento você pensou em mim? Nenhum! Você só pensou em você, na sua exposição, na sua não sei o quê... em que momento você não acreditou em mim e no meu sentimento, mesmo entendendo que falar e sentir isso aqui, assim, na frente de todo mundo, era a maior prova que eu podia te dar? Nada. Se alguém usou alguém de palanque aqui, Gabriela, foi você, oxê. Você descontou tuas frustrações em mim, que não tenho culpa, que tava era de peito aberto esperando você me amar de volta. - Carolina limpa as lágrimas. Não aguenta mais. Quer sair dali, correr para o colo de sua mãe, sua irmã.... quer esquecer que tudo isso aconteceu. - Enfim, agora durma com essa aí, viu? E ó, 'mingula', viu? Por que acabou a presepada. A C A B O U. - Carolina soletra a última palavra, parando de chorar. Sente uma força que vem dos pés e toma seu corpo, não deixando que a se jogue na cama e continue lamentando por tudo. Ela havia feito uma escolha e sabia que iria ter de lidar com as consequências.... só esperava que a Gabriela estivesse ao seu lado, para segurar a sua mão. Ela até tenta entender os motivos pelos quais Gabi agiu dessa forma, mas quando pensa em tudo que possivelmente ela terá que abrir mão, seu coração gela. "Como está minha família lá fora"? "Painho deve estar louco de tudo comigo", "Clarisse, mana, me ajude"- Peixinho pensava.
A situação foi tão crítica que Gabi não conseguiu abrir a boca, nem mesmo quando Carolina saiu do quarto. Rizia se aproxima dela, afagando suas costas gentilmente, mas não recebe sequer uma reação da paulista. As palavras de Carolina foram despejadas com tanta força e rancor em cima dela, que era como se um caminhão de concreto tivesse tombado sob seu corpo. Gabi respira com sofreguidão, o peito parece não encher quando ela puxa o ar. Sente seus pulmões se comprimindo, comprimindo, sem deixar espaço para que o ar complete seu ciclo. A verdade é que Gabriela não sabe ser confrontada sobre seus sentimentos. Não há uma célula em seu corpo que use a razão para escolher alguma coisa, todo seu corpo, suas células, mitocôndrias, pele, órgãos, cérebro... tudo era movido pela intensa emoção que ela sentia. Quando falava - e se falava- era com violenta emoção. A mesma coisa o que fazia, o que sentia. Com tanta dificuldade de demonstrar seus sentimentos, criou certas defesas usando assuntos batidos, clichês novelísticos. Ora, certamente o racismo existe, o preconceito também... mas, onde se encaixariam as palavras violentas que ela direcionara a Carolina Peixinho? Usou suas amarras para, mais uma vez, não ter de derrubar as paredes de concreto que construiu em si mesma, para não ter de lidar com a dura realidade de que Carol foi tão mais corajosa, tão mais entregue. Esse jeito ardiloso que a maior criou não colava com Carolina:para a pequena, nenhum sentimento é fulgaz. Gabriela é urgente em suas respostas. Carolina é a tríplice Corpo, Alma, Mente. Gabi, sempre na ânsia de acertar, acaba errando. "Eu sou toda cagada"- ela mesma diz. Mesmo tentando proteger Peixinho, não esqueceu de si mesma e se sentindo vulnerável, atirou a pedra a outras, típico das pessoas inseguras. Mas quem poderia culpá-la? Nem em seus melhores sonhos imaginou que Peixinho fosse assumi-la assim, sem mais nem menos.POV - Carolina.
Chega. Oxê, eu cansei. Não sou eu quem vou derrubar essas paredes de Gabi. A única que pode fazer isso é ela. E eu não tô com tempo, eu ando sempre certa do que quero, não tenho tempo de ficar de leseira,não. Tudo que ela disse pra mim me acertou em cheio. Eu sei das lutas, eu sei das dores, eu sei das vitórias e sei muito mais das derrotas. Não sou essa menininha riquinha que ela pensa, não, rapaz. Sempre batalhei para ter minhas coisas, meu rostinho bonito pode ter ajudado, mas inteligência não é coisa que se exercita na academia,não. Ela parecia falar com tanta raiva, direcionando a mim algo que não sei se a fiz sentir. Se fiz, não foi por mal. Nem eu imaginei que pudesse sentir algo assim por alguém, ainda mais nessa situação toda. O melhor, pra nós, é deixar tudo isso pra lá. Quero que Gabi seja feliz, eu a amo, mas ela tem tantas questões dentro de si a serem resolvidas.... e precisa entender que a responsabilidade é dela, não é minha, de Maria Laura ou outras pessoas. Precisa parar de procuração aprovação em tudo que faz, em tudo que sente. Gabriela, antes de ser de qualquer um, precisa voltar a ser dela. E eu não quero atrapalhar o processo.POV - Gabriela.
Eu sou toda cagada.
Eu acabo de perder a pessoa que fazia eu me sentir mais próxima do que sou. Uma completa imbecil, movida a emoções que eu deveria ter deixado lá fora, fora da casa e fora de mim. Uma imbecil completa.
Toda
Cagada.POV - Brasil.
@NPagueiPPVPraIsso
Um casal que mal começou e já terminou. PARA BEIS, GABRIELA. VC Ó, TÁ CERTINHA. #ironia@ForaTiagoLeifert
A montanha russa subiu tão rápido... já tava todo mundo cadelinha pelo casal e agora a montanha russa CAPOTOU FOI TODA@CLARAPEIXINHO
:'(@UseFiltroSolar
As Alices estão mortas. É o auge do fracasso, manas. GAFISH NÃO EXISTE. CANCELA O GLOBOPLAY Q NÃO VOU MAIS PAGAR ESSA PALHAÇADA.Fora da casa...
-Sérgio, to preocupada com a mana. Aquela otaria não tá bem não, eu conheço. Fico vendo ela pelo PPV toda amuada, nem malhando a bichinha não tá. - Clarisse exprime preocupação.
-Tá acabando, Clarinha. Amanhã tem mais um paredão e 1 semana depois Carolzinha tá de volta. Se preocupe não, ela é madura, Clara. - Sérgio afaga as costas da Peixinho mais velha.
-Falta pouco, mana. Aguente aí que daqui a gente cuida.
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Na contramão.
FanfictionEssa é mais uma história #gafish? Não! Na verdade, esse é o BBB que todas nós, Alices, gostaríamos que tivesse sido. Nessa fic, vou usar tudo que aconteceu na casa mas que poderia ter sido abordado de forma diferente. Eu quero alimentar as Alices d...