Na manha do dia seguinte....
POV – Gabriela.
Essa madrugada foi de matar. Carolina quase me fez perder a cabeça....se ela soubesse que me interesso mais no que ela é do que no que ela pode oferecer. Eu to muito amarrada a ela, desde o inicio, desde o primeiro olhar, o primeiro sorriso. Achei que fosse coisa da minha cabeça, bater assim de cara com alguém. Eu sou foda, só me interesso pelas mais difíceis. Carolina é hetero e eu sei disso, o que aconteceu ontem foi culpa do álcool. Nada mais que isso. Não vou criar falsa expectativa para ficar iludida de novo, meu coração nem aguenta mais.
-Bom dia, Gabizita. – Carol vem andando na minha direção e me abraça. Nossa! Esse abraço é a melhor coisa que já provei nos últimos, sei lá, 30 anos?!
-Bom dia, Baêa. Tá bem? Ontem você ultrapassou os limites. – falei, sorrindo.
Ela sorri, me olha no fundo do olho e diz:
-Eu nem me lembro de nada, nega. Me deu um apagão aqui. – ela diz com um sorriso no cantinho do lábio, que me faz duvidar um pouco das suas palavras.
- Eu também não lembro de quase nada, mas foi divertido. – menti, tentando acreditar na minha própria mentira.
Preciso falar com alguém sobre o que aconteceu ontem, senão vou endoidar e pedir pra sair desse programa. Não dá.
Rizia! Eu vou falar com Rizia. Ela vai saber o que me dizer.
Assim, todos tomam café e cada um vai fazer suas atividades matinais. Carolina, como sempre, vai se enfiar na academia, Gabriela vai fumar e trocar algumas palavras com os outros brothers. O dia passa sem muita interação entre Gabriela e Carolina, tirando o fato de que Carol procura Gabi em todos os cantos da casa com os olhos. Sempre que seus olhares se encontram, Carol sente um aperto no peito, um calor que sobe do pé, sem saber que provoca o mesmo efeito em Gabriela.
POV – Carolina.
Tá...vou admitir aqui dentro de mim, onde só eu posso ouvir: Gabriela me deixa em brasa. Menti que não me lembro de nada de ontem, mas eu lembro... e como eu lembro! A pele dela é macia, o cheiro dela continua no meu cabelo e o toque dela, tão suave no meu rosto... continuo sentindo tudo. Queria conversar com ela sobre meus sentimentos,mas nem eu entendo o que estou sentindo. É a primeira vez na vida que isso me acontece, e é mais complicado ainda, pois nunca estive com uma mulher. Nem sequer gostei de uma mulher em toda a minha vida. Esse sentimento é muitíssimo complicado, tenho medo de entender tudo errado, de ser carência e pior que isso, de Gabriela não ter a mesma vontade que eu. Preciso falar com alguém sobre isso.
Bella! Eu vou falar com Bella.
FINAL DA TARDE.
-Rizia, preciso falar com você. Vem aqui, rápido. – Gabriela fala tão sério que Rizia pensa ser um caso de vida ou morte.
- O que é , bichinha? 'Digue' logo, me assustou com essa pressa toda.
-Peixinho me bolinou essa noite. E quando eu digo bolinou, ela tentou de todas as formas do mundo me fazer perder o juízo.
-Essa bicha é danada mesmo, é danada mesmo.
-'Prestenção': Ela falou umas coisas pesadas no meu ouvido. Coisas que nem posso dizer no horário nobre.
- E tu?
- Eu gostei, né? Sou otária agora? Mas a questão nem é essa, Rizia. Ela tava bêbada. Eu to me sentindo tão mal de ter deixado isso ir tão longe. – Gabi diz e parece ter culpa em sua voz.
- Epa, mas foi longe quanto? – Rizia diz, muito interessada no papo.
-Longe do tipo que me pede pra foder ela.... – Gabi diz, com vergonha. Mal consegue olhar pra Rizia, que ri um riso nervoso e morte o dedo indicador. – Eu não fiz, mas foi por misericórdia do senhor Jesus, pois bem na hora que eu tava quase cedendo a tentação demoníaca, Bella começou a passar mal e eu levantei da cama mais rápido do que o Usain Bolt. Ela é hetero, Rizia. E ainda que não fosse, você acha que eu seria o tipo dela? Olha pra essa mulher nessa roupa de ginástica. Ela consegue ficar mais bonita que Beyonce produzida num show.
-O que é, Gabi? Ela pediu pra tu foder ela em rede nacional, foi? – Rizia subitamente para de rir.
-Foi!
-E tu ta dizendo que ela é hetero?
-Tô.
-Tais louca, é? – Rizia começa a rir um riso gostoso, debochando da cara de Gabriela. – Hetero de onde? De Taubaté?
- Rizia, ela tinha bebido um pouco a mais, é normal. – Gabi diz.
-Oxe, aham, é normal sim eu pedir pra uma mulher me "foder" – Rizia faz aspas com a mão" – Num programa nacional que milhões de pessoas assistem, só porque eu bebi um pouquinho a mais. Largue de ser planta, rapariga.
Algumas lagrimas surgem nos olhos de Gabi e Rizia percebe que havia dito algo que não deveria:
-Não, bichinha. Ninguém deve ter assistido esse negócio não, fique tranquila.
- Rizia, o Brasil deve me odiar. Você tem razão! E a família dela???? Os amigos???
Gabi começa a chorar, com uma tristeza tão profunda que deixa Rizia agoniada.
-Gabi, vou chamar Rodrigo, ele vai saber o que dizer.
Péssima ideia.
POV – Gabriela.
Não consigo parar de chorar até que o Rô chega e me da um beijo na cabeça.
- O que foi, pretinha? O que aconteceu?
- Rô, então, ontem, depois da festa, eu fui cuidar da Peixinho, né? Então....ela tava bêbada, né? – Eu digo, gaguejando um pouco. Rodrigo me observa estático, sua expressão já me mostra o quão errado foi o que eu fiz. – E acabaram rolando algumas coisas, digamos, quentes.
- Quão quentes, Gabriela? Eu te avisei. Ela está usando você para promover uma imagem de algo que ela não é. Tá usando sua luta, usando seu bom coração. – Rodrigo está nervoso de verdade. Parece sentir raiva de mim e isso me deixa mal comigo mesma.
- Rô... mas foi tudo tão natural. Não teve um script, não teve uma cena. Ela simplesmente estava ali, linda, natural, tão acessível. Estava pedindo para eu ficar quando eu tentava ir embora. Eu não estava me sentindo mal até agora, até falar sobre isso. Não rolou nada sexual, foi tão mais que isso. Foi pesado de uma maneira leve. Eu consigo sentir o cheiro dela até agora em mim. Tô tão envergonhada.... você acha que existe alguma chance disso ser de verdade? – pergunto sinceramente.
- Gabriela, acorda pra tua vida: Carolina é hetero e sempre vai ser. Você tem uma ex lá fora que te ama, que te assume. Você quer mesmo trocar tudo isso por uma menina que está te usando para ir mais longe em um programa que vale DINHEIRO? O que você é, nenhum dinheiro pode comprar. Ela é vazia. Está tentando te manipular a todo custo, usando até de artimanhas sexuais. Deus, que menina sem escrúpulos!
Me sinto uma idiota. Rodrigo tem razão. Por qual motivo essa menina me daria bola? Ainda mais num programa como esse? Decidi: vou me afastar. Não quero deixar isso ir mais longe do que o necessário. Deixei isso ir longe demais ontem a noite, e ainda estou deixando porque o efeito daquilo está surtindo até agora. E pra piorar, toda vez que ela cruza comigo, abre esse sorrisão monumental, que, com certeza, iluminaria a Bahia toda durante um apagão.
Que merda que eu me meti? Ainda tem Maria Laura lá fora, assistindo tudo isso. A família dela, minha família, a família da Carolina. Desculpa, Brasil. Desculpa!
POV – Carolina.
- Ô Bellinha, viu, posso falar com você?
-Vamos ali na piscina, amiga. – Bella pega no meu braço e vamos caminhando até lá.
- Amiga, ontem a gente bebeu demais, né? Pois então, eu acho que passei dos limites com outra coisa alem do álcool. – Isabella tá me olhando tão interessada que to quase perdendo a coragem de falar o que aconteceu. – Pare de olhar pra mim assim, oxê.
- Eu acho que já sei o que foi, mas vou deixar você me contar. – Isabella arqueia a sobrancelha, esperando minha voz. Juro que tento falar, mas minha voz está falhando.
- Bella, eu tive uns momentos delicados com Gabi e, o pior de tudo, amiga, é que eu gostei.
-EU SABIA, EU SABIA, PORRA! – Isabella grita, chamando atenção da casa toda. – Desculpe, eu fiquei animada. Eu sou caprichete desse casal.
- Que casal, oxê, tá maluca, é? Deixe disso. Tô falando sério. Tô toda errada, amiga. Desde então a gente não conversou, não. Ela parece estar me evitando um pouco, eu até entendo, mas não da pra fingir que não aconteceu. Foi tão bom!
-Carulina, não vai me dizer que você tá afim de Gabriela, vai?
- Bella, eu acho que eu to. Daí depois eu acho que não to. Depois eu acho que to de novo. O negócio é que quando eu lembro do peito dela na minha mão.....
-COMO É QUE É? – Isabella não consegue segurar o tom de voz, crescente a cada palavra que eu digo. – Como assim peito dela? Você pegou nos peitos dela?
-Peguei. Eu tava tão bêbada...mas, eu ainda consigo sentir a textura na minha mão, Bellinha. Eu to doente, é? Devo tá. Vamo falar de outra coisa, 'pufavô'.
- Outra coisa o cacete, me conte tudo! – Isabella está realmente afim.
- Eu não lembro exatamente tudo, lembro que eu tive vontade genuína de coloca-los na boca. – Isabella está em choque. Continuo – E eu pedi pra ela me foder. – Falo abaixando a cabeça no meio dos meus joelhos, abraçando-os.
-VOCÊ O QUE? – Isabella não tem mais condição de conversar comigo.- Você tá falando sério, Carol? Eu não sei nem o que te falar. Sei lá, deixa isso rolar. Você já pensou no povo lá fora, no que estão pensando disso?
Até agora não tinha parado pra pensar nisso, mas agora que Bella disse.... CONTINUO NÃ OME ARREPENDENDO. O que é que ta acontecendo contigo, Carolina? Acorde pra vida, oxê. Tu não é o tipo de Gabriela, tu nem gosta de mulher. Deixe de onda, pelo amor de deus.
Repito pra mim, tantas vezes que quase acredito.... até ver Gabi passando pela porta, de biquíni e com um cigarro na mão. Essas pernas longas, essa cor linda. EI. CAROLINA. AQUI É SEU LADO RACIONAL. SAIA DESSA VIBE, MIRMÃ. Olha para outra coisa. Olhe pra Alan, por exemplo. Ele é até bonitinho, ó.
NA HORA DE DORMIR.
POV – Gabriela
Esse restinho da madrugada anterior, sonhei com Carol. E nesse sonho, a gente concretizava tudo que começamos ao vivo e a cores. Quando ela me pedia pra foder, no sonho, eu virava ela de bruços e passava a língua lentamente por toda extensão da suas costas, suas pernas, coxas. Apertava sua bunda com a mão esquerda e com a mão direita, buscava seu peito por baixo do seu corpo. Nisso, ela puxava minha mão e chupava meu dedo, deixando-o melado com sua saliva e falava pra mim – "agora chupa também e coloca em mim, com vontade". Só de lembrar esse sonho, minha espinha gela. Eu conseguia sentir ela molhada no meu dedo, no sonho. Conseguia sentir a respiração dela, conseguia ouvir ela gemer meu nome. E de repente eu acordei.... e agora, tudo isso virou um pesadelo sem final feliz. Preciso dormir.
- Ei, Gábi... quer dividir a cama de casal comigo? – Peixinho diz, sorrindo.
"A vida 'tá meio difícil não sei o que fazertá tudo confuso como meus sonhos eróticos com a...... Peixinho"
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Na contramão.
Fiksi PenggemarEssa é mais uma história #gafish? Não! Na verdade, esse é o BBB que todas nós, Alices, gostaríamos que tivesse sido. Nessa fic, vou usar tudo que aconteceu na casa mas que poderia ter sido abordado de forma diferente. Eu quero alimentar as Alices d...