CAP. XXVI - HARIFISHELA?

727 36 20
                                    

A música dizia tudo que elas não conseguiam dizer. A melodia envolvia o ambiente, fazendo todas as suas barreiras despencarem.
- Preciso fazer isso.... - Peixinho acaba com o espaço entre elas e beija Gabriela. Um beijo tão profundo que a negra demora uns segundos para entender e retribuir. O gosto de álcool e menta na boca de Carol fazia Gabriela ter pensamentos promíscuos, os mais torpes que se possa imaginar. Gabi levanta Carolina num gesto rápido e a coloca sentada na bancada, com as costas encostadas no espelho e continua beijando-a como se fosse a primeira e última vez. Morde seu lábio com moderada violência, o que faz a pequena soltar um gemido de dor e satisfação. Gabriela entrelaça os dedos das mãos e leva acima da cabeça de Peixinho, enquanto distribui beijos molhados em seu pescoço, sua orelha. A pele da morena prontamente responde ao estímulo, arrepiando ao menor toque da língua de Gabi. A pequena não fica pra trás, deseja tanto Gabriela novamente que enfia suas mãos por dentro da roupa da maior, procurando seu seio direito. Quando tateia o bico, já tão estimulado, duro, solta um sorriso de satisfação:
- Que delicia sentir na minha mão de novo. - Carolina diz, com o sotaque mais carregado, talvez o efeito do álcool com o tesão. Gabi sorri e se deixa levar, deixa rolar. A música acaba, com isso as duas se afastam um pouco. Trocam alguns segundos de silêncio e contemplação, mais do que tesão, mais do que vontade.... elas se gostam. Está evidente no olhar, na troca que é tão espontânea.
- Isso não devia estar acontecendo, Peixinho. É um erro.
- Nega, é um erro se querer, é? Não pode querer por quê? POSSO QUERER?
- E depois o quê, Peixinho? Você sai pela porta e finge que a gente não tem nada? Volta para sua vida normal, comum, hétero?
- Quão hétero isso parece pra você, meu amor?
Carolina, mais uma vez, diminui o espaço entre os corpos e passa a mão no sexo de Gabi, sob a roupa. - Quão hétero parece? Não parece que eu te quero? - Ela agora chupa os dedos, fechando os olhos, e colocando sobre o seio esquerdo de Gabi, ainda por cima da roupa, molhando o tecido e sentindo o seio da maior responder ao seu estímulo. - E então? Parece?
- Ah, foda-se! - Gabriela toma a boca de Carolina com voracidade, esquecendo de todos os comentários maldosos, de todos os possíveis problemas. "Deixa o depois pra depois", lembrou rapidamente das palavras de Rizia e sorriu em seu pensamento. Uma música começa,e novamente, parece que são teletransportadas para outro lugar, outra dimensão, talvez.

Carolina continua suas investidas, fazendo Gabriela parecer a inexperiente ali.
- Me chama pelo nome, Gáb.
- Ah... Carol.... - Gabi lamúria um pouco, estamos no limite do êxtase. Carolina massageia seu sexo por cima da roupa e quase pode sentir Gabriela completamente molhada por ela.
- Pelo nome, me chama pelo meu nome, vá. - Carolina morde os lábios, depois umedece-os com sua língua. "Finalmente, dona da situação", pensou consigo mesma.
- Me fode, Carolina. Agora.P.o.r f.a.v.o.r.
A maior quase não podia respirar, arfava e rebolava sobre os dedos de Carol, tão perto é tão distante do que mais queria, apenas uma fina camada de roupa separava Carolina da primeira estocada funda de sua vida. Foder uma mulher era algo completamente inimaginável há alguns meses atrás, e agora é o que ela mais deseja.
- Boa menina, Gáb. Boa menina.
Carolina sorri sacana e faz Gabriela gemer de desejo, quando finalmente começa a abrir o zíper da calça da negra. Descendo da bancada, Peixinho inverte de posição com Gabi, que agora está encostada na pia.
- Suba não que você já é muito alta, viu? - Peixinho praticamente ordena.
- Sim senhora.
Carolina está fora de si e Gabriela, também. Como sempre, o álcool fazia com que seus corpos agissem como seu coracao desejava. Carolina, hétero convicta, sem o álcool, não conseguia tomar as rédeas dos seus sentimentos e, qualquer que fosse o obstáculo, desistia. Gabi, sã, não pensava em outra coisa que não fosse o bem estar da pequena. Era apaixonada, sim, mas preferia a amizade de Peixinho a nunca mais ter que conviver com ela. Quando finalmente consegue descer o zíper, a porta do banheiro abre violentamente.
- Não, véi, nossinhora Bella, tem nada a ver um trem desses n..... ETA PORRA. Carai, se eu soubesse que a festa era aqui dentro tinha vindo antes. - Hari arqueia uma sobrancelha e sorri, chocadissima com a cena.
- Atrapalhamos aqui, amiga. Vambora. - Isabella tenta, em vão, puxar Hariany que está tão imóvel quanto as duas pegas no flagra.
- Preciso fazer xixi, sô. Que cena mais sexy! Adorei!
Hari vai pra dentro da cabine e Isabella fica sem jeito, não sabe o que fazer, o que falar, quando seu cérebro bebado solta a seguinte frase:
- Festa boa, né, meninas? Boa mesmo, boa música, boa comida. Tudo muito bom, realmente, muitíssimo bom. Vocês não acham?
Gabriela e Carolina começam a rir do desespero de Bella perante a situação. Gabi repousa a cabeça nos ombros de Carolina, sem acreditar no que acabara de acontecer. Hariany termina de usar o banheiro, lava as mãos e elas decidem sair todas juntas de lá: Isabella, Hariany, Gabriela e Carol voltam para a festa, jurando que ninguém havia sentido falta delas.
- Gabriela, tu é uma bicha danada mesmo, é danada. - Rizia sorri.
- O que eu fiz dessa vez, mano?
- Teu batom tá todo borrado, bestona. - Hana balbucia as palavras.
- Nossa, Gabi, você tá péssima e ótima ao mesmo tempo. - Elana diz, com aquele sotaque maravilhoso.
- Eu borrei sem querer aqui, passei a manga da roupa na boca pra limpar a cerveja e tal.
- TÁ BOM CLAUDIA, SENTA LÁ. TODO MUNDO OTARIO AQUI.
- Ta pensando que nóis é trouxa memo...
A turma da gaiola começa a zoar Gabriela, mesmo não sendo os maiores fãs de Carol Peixinho, o momento era de descontração e todo mundo já estava calibrado. Enquanto isso, do outro lado, Carolina gostaria de dar 3 tapas na cara de Hari, que acabou com o clima que ela esperou a noite toda pra rolar.
- Porra, Hariany, não conseguia segurar essa piriquita um pouco mais não, oxê? Barril.
- Você é muito sortuda, véi. A mina mais sexy do planeta quer dar procê e toda vez você enche a cara. O que eu posso fazer?
- Óprai, Isabella, tá escutando essa insolente?
- Amiga, vou ter que concordar: você só se joga em Gabi quando bebe. Acho que seu negócio com ela é efeito da bebida, amiga. Sinceramente.
- Deixa pra eu, sô. Eu vou hétero e vou bebada também. - Hari diz, provocando um pequeno descontrole na Larte.
- Vão pra porra, vão.

No fundo, Carolina sabia que era verdade. Quando sã nunca se aproximou de Gabriela, ao menos não dessa maneira. Nunca se beijaram, quiçá fizeram essas saliências todas estando plenas de si. E se for mesmo só uma coisa de momento? Carolina nunca gostou de meninas.

POV - Gabriela.
Impossível resistir a Carol Peixinho. Toda vez que ela chega perto de mim, meu corpo para de responder a razão, eu fico sem ação, pareço até a hétero na jogada. Só de me olhar, ela me tem nas mãos. Eu sou completamente apaixonada por ela, mesmo com tudo que me disseram, mesmo com tudo que ainda vão dizer. Quero curtir o restante da noite com ela, dançando e me divertindo. Tudo bem se não rolar, tudo bem se ela não sentir a mesma coisa, eu gosto da presença dela. Ilumina tudo aqui dentro, sabe? Meu dia fica melhor. A festa ficou melhor agora que estamos próximas. "Deixa fluir", como ela mesma diz.

Com todas de volta à pista de dança, com outros drinks nas mãos, as musicas que embalavam a noite eram os funks e os axés. Esses sim, Carolina conhecia e sabia todas as coreografias.... foram muitas festas de adolescente em Porto Seguro.
- Me abraça e me beijaaaaaa, me chama de meu amor. Me abraça e deseja, vem mostrar pra mim o seu caloooooooooo. - Carolina abraça Gabriela pelo pescoço e as duas começam a cantar junto, quando Hariany se aproxima e começa a cantar e se infiltra no abraço delas.
- Ocês são lindas, véi. Eu vou dormir no meio de cêis duas.
Definitivamente, Hariany é um problema quando bebe. Zero filtro. A noite foi passando, e quando quase raiava o dia, Carolina diz que precisa ir embora.
- Ei, vou nessa. Beijo no coração de todos.
- Eu vou também! - Gabi veio cambaleando e se escorando em Carol.
- Eu também vou. - Hariany se juntava as outras duas.
Depois de se despedirem do resto, elas pedem um uber só e acabam todas no hotel de Gabi. Bêbadas e desorientadas, resolvem ficar por lá mesmo para não ficarem sozinhas em seus quartos.
Elas entram no quarto e, sem pudor algum, todas tiram suas roupas ficando apenas de calcinha e sutiã. Carolina se joga na cama primeiro, seguida de Hariany e Gabi. Todas na mesma cama.
- Me deixa ficar no meio, nesse harém aqui. - Gabi passa por cima de Hari e se posiciona no meio da cama, quando sente a mão de Carol abraçá-la pela cintura, puxando seu corpo pra mais perto. Abraçadas, ela se beijam sem jeito e Hariany, prontamente diz:
- Se vocês forem fazer alguma coisa, eu vou ter que fazer junto. Sem chance de eu perder essa oportunidade, sô.
Gabriela apaga as luzes que ainda restavam acesas. O quarto todo escurece.
- Tá bom...

Na contramão. Onde histórias criam vida. Descubra agora